Ap�s lan�ar cloroquina como solu��o, Trump deixa de promover o rem�dio

Donald Trump abra�ou a ideia de que a cloroquina seria a solu��o para a covid-19 e salvaria a economia americana. Em 19 de mar�o, contrariando m�dicos e especialistas da Casa Branca, ele vendeu a esperan�a de cura. "Se n�o sair como planejado, n�o vai matar ningu�m", disse. No entanto, depois que a Fox News, come�ou a divulgar estudos que atestavam a inefic�cia do medicamento, em 21 de abril, o presidente vem evitando o assunto.

At� ent�o, a Fox News, emissora favorita dos conservadores americanos, vinha dando pouca import�ncia aos estudos que j� questionavam a droga. O fato de a Fox ter abandonado a cloroquina era um sinal de que Trump tamb�m havia desistido da ideia. "Temos muitos bons resultados e temos alguns resultados que talvez n�o sejam t�o bons", respondeu Trump, dois dias depois, em 23 de abril, quando questionado sobre porque parou de defender o uso do medicamento.

O sil�ncio coincide com a publica��o de estudos cient�ficos que questionam a efic�cia da cloroquina no tratamento do coronav�rus ou apontam efeitos colaterais indesejados. O presidente tamb�m foi pressionado pelas acusa��es de Rick Bright, m�dico que liderava a ag�ncia dos EUA envolvida no desenvolvimento da vacina, que foi afastado ap�s exigir comprova��o t�cnica para ado��o do rem�dio.

O site do jornal Politico fez uma revis�o nas coletivas e da cobertura do assunto e concluiu, no dia 20 de abril, que "Trump e a m�dia conservadora reduziram sutilmente a defesa da cloroquina como cura para o coronav�rus". No Washington Post, a mudan�a foi retratada como "a ascens�o e a queda da obsess�o de Trump com a hidroxicloroquina".

O desencontro entre Trump e a ci�ncia ficava evidente nas coletivas na Casa Branca. Anthony Fauci, m�dico da for�a-tarefa criada pelo governo para conter o v�rus, era frequentemente questionado sobre a efic�cia da droga minutos depois de Trump promover o medicamento. Com o presidente ao lado, Fauci se limitava a dizer que os testes eram, no m�ximo, "sugestivos", mas que ainda precisavam de confirma��o.

A prescri��o de cloroquina nos EUA cresceu mais de 46 vezes depois de Trump defender a droga na TV, em mar�o, segundo o New York Times. Duas pessoas morreram ap�s se automedicarem com derivados do rem�dio. "A cloroquina pode fazer mal a pacientes que j� est�o em posi��o vulner�vel. Mesmo os mais doentes t�m muito a perder com mau uso do medicamento", disse Luciana Borio, ex-diretora do Conselho de Seguran�a Nacional e ex-cientista-chefe da FDA, ag�ncia reguladora de drogas e alimentos nos EUA.

Quando ainda promovia a droga, a Fox levava ao ar hist�rias de pacientes convictos de que a droga tinha sido a raz�o de sua recupera��o. Os comentaristas da emissora costumavam apontar os "milagres" do rem�dio, que j� vinha sendo criticado publicamente.

A realidade bateu � porta no dia 21 de abril, quando a emissora divulgou o estudo mais recente feito nos EUA, que mostrava que a droga n�o tinha benef�cios no tratamento da covid-19. Segundo a ONG Media Matters, que monitora desinforma��o e acompanha a cobertura da Fox desde mar�o, entre 11 e 15 de abril, o canal mencionou o tratamento 87 vezes. No per�odo seguinte, entre 16 e 20 de abril, o n�mero de men��es caiu para 20.