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Estado de Minas COVID-19

Ind�genas da Amaz�nia usam ervas medicinais contra coronav�rus

"A gente tem tratado todos os sintomas com os pr�prios rem�dios caseiros, que nossos antepassados vieram passando", diz l�der de aldeia


postado em 19/05/2020 10:43 / atualizado em 19/05/2020 11:39

Indígena raspa tronco de árvore para colher líquido que servirá para produzir xarope(foto: Ricardo OLIVEIRA / AFP)
Ind�gena raspa tronco de �rvore para colher l�quido que servir� para produzir xarope (foto: Ricardo OLIVEIRA / AFP)

Um grupo de ind�genas sater� maw� navega pela Amaz�nia brasileira em uma lancha em busca de ervas medicinais para combater os sintomas do novo coronav�rus.


Com o sistema de sa�de do estado do Amazonas saturado e dificuldades burocr�ticas para conseguir atendimento m�dico na capital, Manaus, os ind�genas da aldeia Waikiru recorrem a seus conhecimentos ancestrais sobre a natureza para se manter saud�veis e tratar poss�veis sintomas da COVID-19.


"A gente tem tratado todos os sintomas que temos sentido com os pr�prios rem�dios caseiros, que nossos antepassados vieram passando", conta � AFP o l�der Andr� Sater� Maw�, que vive com 15 fam�lias nesta aldeia, localizada na zona rural de Manaus, acess�vel por uma rua asfaltada.


"Cada um com um pouco de conhecimento foi juntando os rem�dios. E fomos experimentando, usando cada rem�dio para combater um sintoma da doen�a", explica.

Checamos: ch� de boldo n�o cura 'sintomas' de coronav�rus


As receitas incluem infus�es com casca de carapana�ba (�rvore com propriedades antiinflamat�rias), de saracuramir� (utilizada popularmente no tratamento da mal�ria) e um ch� com ingredientes menos ex�ticos como jambu, alho, lim�o, casca de manga, hortel�, gengibre e mel.

Indígenas se deslocam de barco para colher plantas medicinais, que usam para produzir beberagem e combater sintomas de COVID-19(foto: Ricardo OLIVEIRA / AFP)
Ind�genas se deslocam de barco para colher plantas medicinais, que usam para produzir beberagem e combater sintomas de COVID-19 (foto: Ricardo OLIVEIRA / AFP)
 


A artes� Valda Ferreira de Souza, de 35 anos, suspeita pelos sintomas que contraiu o novo coronav�rus, embora nenhum dos sater� maw� que moram nesta aldeia tenha sido examinado para confirmar o diagn�stico.


"O xarope caseiro ajudou muito a aliviar porque eu fiquei com um pouco de cansa�o tamb�m. Parece que ia prendendo meu pulm�o. Senti falta de ar e tomei o xarope", relata a mulher.


Rosivane Pereira da Silva, outra artes�, de 40 anos, ajuda Andr� a preparar as beberagens. Depois de ferver os ingredientes, os distribuem em pequenas garrafas ou em recipientes maiores, dependendo da infus�o.


Rosivane recorreu ao av� para saber quais ingredientes usar.


"Eu sempre converso com o meu av� Marcos. Ele tem 93 anos e sabe muito de rem�dio. Fui l� perguntar como eu poderia fazer", explica.

Indígena colhe semente de espécie de café para fabricar bebida cujas propriedades, acredita, atacam os sintomas de coronavírus(foto: Ricardo OLIVEIRA / AFP)
Ind�gena colhe semente de esp�cie de caf� para fabricar bebida cujas propriedades, acredita, atacam os sintomas de coronav�rus (foto: Ricardo OLIVEIRA / AFP)


De acordo com a Secretaria Especial de Sa�de Ind�gena (Sesai), do Minist�rio da Sa�de, 23 ind�genas morreram e 371 contra�ram o novo coronav�rus. Mas este registro n�o inclui os ind�genas que vivem nas cidades.


A Articula��o dos Povos Ind�genas do Brasil (APIB), que criou um comit� pr�prio para acompanhar a situa��o e inclui os ind�genas "urbanos" em sua contagem, constatou at� o momento 102 �bitos e 537 cont�gios em todo o Brasil.


Respons�veis pela domestica��o do guaran�, os sater� maw� s�o mais de 13.000 e vivem principalmente na terra ind�gena Andir�-Marau, na fronteira entre os estados do Amazonas e do Par�.


Mas nas �ltimas d�cadas, algumas fam�lias se estabeleceram nos arredores de Manaus.


Por terem deixado suas terras origin�rias, ficam fora da cobertura da Sesai e, ao mesmo tempo, enfrentam dificuldades burocr�ticas para ser atendidos no SUS que atende a popula��o em geral.


"Parece que eles escolhem quem e atender e deixam a gente sem aten��o", queixa-se Andr�.


"A gente tem aprendido a se virar. A gente tem aprendido a lutar sozinhos".


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