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Estado de Minas

Mundo quer evitar guerra de vacinas; Trump joga por si mesmo


postado em 21/05/2020 16:25

Xi Jinping, Emmanuel Macron, Angela Merkel e a Organiza��o Mundial da Sa�de desejam que qualquer vacina contra o novo coronav�rus seja um "bem p�blico mundial", mas Donald Trump tem outra prioridade: vacinar todos os seus compatriotas.

Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (21) uma doa��o recorde de US$ 1,2 bilh�o para o laborat�rio brit�nico AstraZeneca, que desenvolver� a eventual vacina na Universidade de Oxford, com a condi��o de uma transfer�ncia de tecnologia aos EUA e a entrega de 300 milh�es de doses.

Por tr�s do princ�pio do "bem p�blico mundial", existem, na verdade, dois problemas distintos: a propriedade intelectual e a distribui��o das primeiras doses. O primeiro pode ser mais f�cil de resolver do que o segundo.

A vacina provavelmente n�o ser� gratuita. Em rela��o ao pre�o, v�rios grupos se comprometeram a cobrir apenas os custos de produ��o.

Mas a promessa do pre�o de custo � relativa. Isso foi feito no passado para tratamentos contra o HIV, afirma Matthew Kavanagh, da Universidade de Georgetown, mas os fabricantes de medicamentos gen�ricos descobriram mais tarde que seus custos reais eram de um d�cimo ou at� menos, o que demonstra que h� uma margem negligente para a defini��o dos pre�os de custo.

Para Mark Feinberg, ex-diretor cient�fico da MerckVaccines e atual presidente da International AIDS Vaccine Initiative (IAVI), os laborat�rios aprenderam a li��o e n�o querem ser "p�rias", o que prejudicaria a sua reputa��o e lucratividade.

Feinberg acredita que a troca de propriedade intelectual acontecer� de qualquer maneira. Como "ningu�m pode responder sozinho � demanda mundial, ser�o obrigados a encontrar s�cios para fabricar o produto", afirma.

A pergunta inc�moda �: quais dos 7,6 bilh�es de habitantes do planeta ser�o vacinados primeiro?

- Estados Unidos primeiro -

A OMS, Europa e organiza��es n�o-governamentais envolvidas no combate � COVID-19 querem estabelecer um mecanismo in�dito de distribui��o "igualit�ria", que tenha como prioridade a vacina��o das equipes de sa�de de todos os pa�ses afetados e, depois, dos trabalhadores essenciais (pol�cia, transporte...), antes do restante da popula��o.

Mas para Trump, ansioso para voltar � normalidade, a solidariedade internacional n�o � algo que lhe tira o sono: seu governo tem o objetivo - altamente hipot�tico, pois os testes cl�nicos est�o apenas come�ando - de ter 300 milh�es de doses em janeiro, para vacinar todos os americanos.

"Sua mentalidade � muito insular, muito xen�foba, o exato oposto do que se precisa para controlar uma pandemia", opinou Sten Vermund, reitor da escola de sa�de p�blica de Yale.

O fato � que o governo Trump investiu centenas de milh�es de d�lares desde fevereiro em quatro vacinas experimentais (Johnson & Johnson, Moderna, Sanofi, Oxford/AstraZeneca), com a esperan�a de que uma ou mais tenha �xito e seja fabricada nos Estados Unidos.

A coaliz�o p�blico-privada Cepi, lan�ada em 2017 em resposta ao fracasso inicial contra o Ebola, investiu US$ 500 milh�es em nove empresas que desenvolvem vacinas contra a COVID-19. Em troca, exige que compartilhem as tecnologias para uma produ��o maci�a e r�pida.

Assim, subsidiados, os laborat�rios constroem linhas de produ��o adicionais sem esperar pelos resultados dos testes cl�nicos.

Empresas est�o se unindo. A Moderna poder� produzir nos EUA (para o mercado americano) e na Su��a (para a Europa). O Sanofi fez parceria com um concorrente, GSK; os dois gigantes t�m diversas f�bricas em ambos os lados do Atl�ntico.

Deste modo, para vacinar o planeta, resta esperar que v�rias vacinas, e n�o apenas uma, tenham sucesso.


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