O governo da Venezuela est� avaliando o aumento do pre�o da gasolina, praticamente gratuita naquele pa�s, ap�s a chegada de navios iranianos carregados com combust�vel em meio a uma grave escassez, disse o presidente Nicol�s Maduro nesta quarta-feira (27).
"A gasolina que trouxemos do exterior, do Ir� e de outros pa�ses, pagamos com d�lares e muitas pessoas me prop�em, e eu concordo, que a gasolina deve ser cobrada", afirmou Maduro em uma reuni�o com seus ministros transmitida pelo televis�o estatal, sem informar sobre as novas tarifas.
Cinco navios com suprimentos de gasolina e petr�leo foram enviados � Venezuela pelo Ir� em meio a tens�es com os Estados Unidos, que expressaram "preocupa��o" com as rela��es cada vez mais pr�ximas de Caracas com Teer�.
Tr�s dos barcos j� chegaram.
Em um pa�s com infla��o descontrolada - a mais alta do mundo, projetada pelo FMI em 15.000% at� 2020 - e com uma desvaloriza��o constante da moeda, o pre�o da gasolina est� quase congelado h� duas d�cadas.
Isso fez com que os pre�os ficassem muito defasados, quase simb�licos.
A gasolina comum vale 0,00001 bol�vares por litro e aditivada custa 0,00006 bol�vares.
De acordo com as taxas oficiais, um d�lar equivale a 196.049,76 bol�vares.
Com o mesmo valor pago por um ovo, � poss�vel comprar a carga de 11.000 caminh�es-tanque carregados com gasolina aditivada.
A escassez de combust�vel criou um mercado negro no qual, ao contr�rio, a gasolina custa at� 3 d�lares por litro.
O �ltimo aumento de combust�vel foi decretado em 2016, o �nico desde que o ex-presidente socialista Hugo Ch�vez chegou ao poder (1999-2013).
Embora o pre�o tenha subido 1.328,5% no caso da gasolina comum e 6.085% na aditivada, os valores continuaram baixos.
Maduro prometeu naquela ocasi�o elevar os pre�os para n�veis "internacionais", mas nunca fez isso.
"Estou liderando uma equipe especial de consultas nacionais, uma equipe de especialistas, para ver a tamanho do reajuste", disse Maduro, enquanto os venezuelanos sofrem uma escassez agravada.
Cr�nica h� anos em grandes regi�es do pa�s, especialmente nas fronteiras, a escassez chegou a Caracas durante a quarentena do novo coronav�rus.
A produ��o de petr�leo da Venezuela despencou, de acordo com a Opep, para um pouco mais de 600.000 barris por dia em compara��o com mais de 3 milh�es de uma d�cada atr�s, e as refinarias do pa�s est�o em colapso, incapazes de atender � demanda interna.