Muitos pa�ses latino-americanos come�aram a flexibilizar as medidas impostas para frear a pandemia da COVID-19 com o intuito de conter os efeitos negativos para a economia provocados pelas quarentenas, uma decis�o que preocupa a Organiza��o Pan-americana da Sa�de (OPAS), que alertou nesta ter�a-feira (2) para poss�veis novos surtos da doen�a.
A Am�rica Latina � o atual epicentro da pandemia que j� deixou 6,3 milh�es de contagiados e cerca de 379.000 mortos em todo o mundo, desde que os primeiros casos foram registrados em dezembro na China.
"Na �ltima semana houve 732.000 casos novos em todo o mundo e desses mais de 250.000 foram nos pa�ses latino-americanos, uma preocupa��o s�ria que deveria servir como chamado para redobrar nossos esfor�os", alertou Carissa Etienne, diretora da OPAS, escrit�rio regional da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).
No Brasil, o pa�s mais castigado da regi�o pela pandemia, com 555.383 casos e 31.199 mortes, o estado de S�o Paulo retomou na segunda-feira algumas atividades, como as imobili�rias e as vendas em centros comerciais.
No Rio de Janeiro foram liberados a partir desta ter�a os cultos religiosos e a pr�tica de esportes aqu�ticos como surfe e nata��o, com a obriga��o de se manter o distanciamento social.
No pa�s, com 210 milh�es de habitantes, as medidas de quarentena ou desconfinamento t�m sido compet�ncia dos estados e dos munic�pios para desgosto do presidente Jair Bolsonaro, que defende a suspens�o imediata das restri��es.
"A situa��o no Brasil � delicada e estamos muito preocupados, porque o que vimos � um aumento de casos e mortalidade na �ltima semana", disse o diretor do Departamento de Doen�as Transmiss�veis e Determinantes Ambientais da Sa�de da OPAS, Marcos Espinal.
Outros pa�ses latino-americanos mais afetados pela pela epidemia, como o M�xico, Peru e Equador anunciaram passos mais ou menos importantes para um desconfinamento.
"Devemos ser cuidadosos. Meu conselho � que n�o reabram r�pido demais ou corre-se o risco de um ressurgimento da COVID-19 que poderia acabar com os avan�os obtidos nos �ltimos meses", alertou Etienne.
A OPAS se mostrou tamb�m preocupada com a Nicar�gua, onde o governo n�o imp�s nenhuma quarentena diante da pandemia, apesar do aumento do n�mero de casos e mortos nas �ltimas semanas.
Na Venezuela, o governo do presidente Nicol�s Maduro e o l�der opositor, Juan Guaid�, alcan�aram um acordo para buscar juntos, com a ajuda da OPAS, recursos para lutar contra o novo coronav�rus, que deixou 515 mortos no pa�s, de 29 milh�es de habitantes.
No Panam�, organiza��es sindicais se manifestaram nesta ter�a por temor de uma volta dos cont�gios e das mortes pela COVID-19 com a suspens�o da quarentena, decretada pelo presidente Laurentino Cortizo.
A Col�mbia superou as mil mortes pelo novo coronav�rus, com 40 novos �bitos nesta ter�a e quase tr�s meses depois de reportado o primeiro cont�gio soma 1.009 falecidos na pandemia, informou o Minist�rio da Sa�de em seu relat�rio di�rio.
No Peru, o minist�rio da Sa�de informou que vai manter o uso da hidroxicloroquina como parte do tratamento para pacientes com a COVID-19, apesar de a OMS sugerir a suspens�o do medicamento devido aos riscos de arritmia card�aca.
- Perdas 'abissais' -
A press�o por retomar as atividades aumenta � medida que a pandemia j� provoca s�rios danos � economia e o futuro parece cada vez mais desolador.
O presidente do Banco Mundial, David Malpass, disse nesta ter�a � AFP que a economia mundial enfrenta perdas "abissais" e que a recupera��o ser� dificultada pela escassez de recursos.
Segundo Malpass, a recess�o global levar� 60 milh�es de pessoas � pobreza extrema, embora a proje��o sombria provavelmente possa piorar com o avan�o da crise.
Neste contexto, cada ind�cio de retorno � normalidade, por menor que seja, ganha relev�ncia especial.
Na Fran�a, caf�s e restaurantes reabriram nesta ter�a, s�mbolo de um retorno paulatino � normalidade na Europa.
"A reabertura dos caf�s, hot�is e restaurantes marcam o retorno dos dias felizes!", escreveu o presidente Emmanuel Macron no Twitter.
Os franceses tamb�m recuperaram nesta ter�a a liberdade de viajar para qualquer destino continental do pa�s, mas mantendo a prud�ncia para evitar um novo surto do v�rus que matou quase 30.000 pessoas no pa�s.
Na Espanha, um dos pa�ses mais afetados pela pandemia, com 27.127 �bitos, n�o se anunciou nenhum �bito por COVID-19 pelo segundo dia consecutivo.
A It�lia defende uma retomada coordenada dos deslocamentos dentro da Europa a partir de 15 de junho, o que implicaria a recupera��o em escala continental do turismo, um setor-chave para a economia italiana.
O pa�s, que foi o primeiro epicentro da pandemia na Europa e onde morreram cerca de 33.500 pessoas pelo novo coronav�rus, reabrir� suas fronteiras nesta quarta-feira e permitir� a seus cidad�os se deslocarem livremente entre as regi�es.
A Espanha anunciou a suspens�o da quarentena para estrangeiros em 1� de julho e o Reino Unido avalia receber turistas de alguns pa�ses considerados seguros.
Do outro lado do Atl�ntico, nos Estados Unidos foram registradas 1.081 novas mortes em 24 horas e alguns especialistas temem que a onda de protestos iniciada ap�s a morte de um cidad�o negro por um policial branco cause um novo surto.
O pa�s � o mais afetado do mundo em termos absolutos, com 106.180 falecidos e 1.831.435 casos de COVID-19, segundo contagem da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore.
