Estados Unidos sofre um "racismo estrutural", declarou nesta quarta-feira (3) a alta-comiss�ria da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que ainda denunciou o que considera "agress�es sem precedentes" contra os jornalistas na atual crise pol�tica.
"As vozes que reclamam o fim do assassinato de afro-americanos devem ser escutadas. As vozes que reclamam o fim da viol�ncia policial devem ser escutadas. As vozes que pedem o fim do racismo end�mico e estrutural e que persiste na sociedade norte-americana devem ser escutadas", se o pa�s quiser avan�ar, declarou Bachelet em um comunicado.
Seus coment�rios tiveram destaque no momento em que milhares de pessoas nos Estados Unidos desafiaram mais uma vez os toques de recolher para manifesta��es contra a viol�ncia policial ap�s o assassinato de George Floyd, um afro-americano desarmado que morreu asfixiado ap�s ser imobilizado por um policial branco que pressionou o joelho contra seu pesco�o no ch�o por v�rios minutos, e que foi filmado.
Bachelet enfatizou a necessidade de uma lideran�a clara e construtiva para tirar o pa�s da crise. "Precisamente, em uma crise � quando o pa�s necessita que seus l�deres condenem sem ambiguidades o racismo, para que possam refletir sobre o que levou o povo ao ponto de ebuli��o, para escutar e aprender, e tomar medidas que realmente eliminem as desigualdades", declarou.
O presidente norte-americano Donald Trump condenou totalmente as brutais imagens do incidente, mas advertiu que ap�s os saques durante os protestos, ordenaria o envio de tropas para o patrulhamento das ruas.
A ag�ncia da ONU para os direitos humanos destacou nesta quarta-feira que h� "relat�rios confi�veis do uso desnecess�rio e desproporcional da for�a pela pol�cia" nos protestos.
A pol�cia utilizou g�s lacrimog�neo e disparou balas de borracha, assim como bombas de g�s de pimenta contra manifestantes e jornalistas, "que n�o representavam uma amea�a iminente" para as for�as policias, afirmou.
Bachelet expressou tamb�m uma preocupa��o particular diante das informa��es de que pelo menos 200 jornalistas foram agredidos ou detidos enquanto cobriam �s manifesta��es, mesmo ap�s mostrarem suas credenciais de imprensa.