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Estado de Minas

Passos em falso desviam o controle da pandemia no Chile


postado em 08/06/2020 19:37

O Chile chegou a ser considerado um modelo na gest�o da pandemia, mas rapidamente perdeu o controle do coronav�rus no pa�s. Com quase 140.000 casos e mais de 2.200 mortes por COVID-19, as perspectivas chilenas s�o sombrias.

Se no final de abril, com 16.000 infec��es e 230 mortes, o governo de Sebasti�n Pi�era celebrou um "plat�" de cont�gios e prop�s a reabertura gradual das atividades, cinco semanas depois o quadro mudou.

"Temos um n�mero crescente de novos casos todos os dias", reconheceu o ministro da Sa�de, Jaime Ma�alich, nesta segunda-feira (8), relatando 4.696 novos cont�gios nas �ltimas 24 horas e 74 mortes, totalizando 138.846 infectados e 2.264 �bitos desde o primeiro registro em 3 de mar�o.

- Por que os casos dispararam? -

"Acredito que faltou vis�o por parte do governo em dois pontos importantes para o ritmo dos cont�gios. O primeiro foi n�o considerar a brutal desigualdade de nosso pa�s", explica � AFP Mar�a Soledad Barr�a, ex-Ministra da Sa�de durante o primeiro governo de Michelle Bachelet (2006-2010) e Diretora de Sa�de da Universidade do Chile.

O segundo, de acordo com Barr�a, foi n�o perceber a "import�ncia de trabalhar com a aten��o prim�ria � sa�de" e assim, centralizar a rastreabilidade de infec��es.

O Chile foi um dos primeiros pa�ses a emitir um alerta de sa�de preventivo em 7 de fevereiro.

Semanas depois, fechou fronteiras - exceto para cidad�os e estrangeiros residentes -, suspendeu as aulas, decretou toques de recolher e implementou uma massiva pol�tica de testes. Mas, diferentemente de seus vizinhos, optou por quarentenas din�micas em vez de gerais.

Embora o fechamento parcial tenha funcionado em bairros ricos, � medida que os casos se expandiam para regi�es mais pobres e mais populosas, a efic�cia diminu�a.

"Nas �reas populares e lotadas, com m�s condi��es socioecon�micas, sem a possibilidade de emprego formal, que manteria uma renda para as pessoas, ou de teletrabalho, os cont�gios explodiram mais tarde", explicou Barr�a.

A falta de conhecimento sobre como se vive nos bairros pobres de Santiago ficou evidente nas palavras do pr�prio ministro da Sa�de, que em 28 de maio admitiu n�o ter consci�ncia da magnitude da superlota��o em algumas �reas.

- Quarentena pouco efetiva -

Com uma ajuda estatal demorada e insuficiente, muitos continuaram a trabalhar at� meados de maio. Os cont�gios dispararam e uma quarentena obrigat�ria em Santiago confinou sete dos 18 milh�es de habitantes do Chile.

A medida, que permitiu um alto n�mero de licen�as de sa�da e a opera��o de grande parte do com�rcio, reduziu a mobilidade em 30%. Especialistas sugerem que, para ser eficaz, deve ser reduzida em 50%.

Diante da emerg�ncia, o governo lan�ou planos de mais de 17 bilh�es de d�lares, equivalentes a 7% do PIB.

O Col�gio M�dico e um grupo de economistas consideram que o aux�lio aos mais pobres deve ser maior para que a quarentena seja respeitada e prop�em adicionar pelo menos metade dos quase 24 bilh�es de d�lares de fundos que o Chile mant�m no exterior para enfrentar a emerg�ncia.

- Inconsist�ncias nos n�meros -

Uma estrat�gia j� considerada fracassada tem rela��o com os n�meros. No domingo, ap�s semanas de den�ncias jornal�sticas, o governo corrigiu o balan�o de mortos, acrescentando 653 mortes.

Durante a semana, deixou de reportar os "recuperados".

A mudan�a na metodologia aumentou as cr�ticas da comunidade cient�fica.

"N�o sabemos quantos pacientes est�o hospitalizados, quantos est�o com alta, quantos est�o com febre e quantos n�o", disse � AFP Francisca Crispi, do departamento de pol�ticas do Col�gio M�dico.

O ministro da ci�ncia, Andr�s Couve, disse nesta segunda-feira que a mudan�a busca fornecer informa��es "mais precisas".

"Estamos enfrentando uma crise sem precedentes que exigiu a cria��o de um sistema de dados que n�o t�nhamos para enfrentar essa epidemia, assim como provavelmente nenhum outro pa�s no mundo", afirmou.

Embora a acelera��o de novos casos tenha diminu�do nos �ltimos dias, a m�dia de quase 5.000 casos confirmados nas �ltimas duas semanas prev� um cen�rio cr�tico para os servi�os de sa�de nos pr�ximos dias.

A comunidade cient�fica afirma que o pa�s ainda n�o atingiu o ponto mais alto de infec��o.


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