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Estado de Minas

Curados do coronav�rus na �frica lutam contra estigmatiza��o


postado em 19/06/2020 09:25

Influentes ou an�nimos, os curados da COVID-19 na �frica travam outra luta contra a nega��o da doen�a, a estigmatiza��o dos doentes, a ignor�ncia e a falta de meios.

Este � particularmente o caso em Kinshasa, onde os moradores desafiam as equipes de preven��o ao grito de "corona eza te!" (n�o h� coroa, na l�ngua lingala).

"Sou uma experi�ncia viva: a doen�a existe. E pedirei �s pessoas que ainda t�m d�vidas que se cuidem bem, porque posso confirmar que sofri muito", diz o cartunista Thembo Kash.

"Acho que (o coronav�rus) deve ser levado a s�rio, respeitar as medidas de barreira e seguir rigorosamente os conselhos das autoridades de sa�de", diz o cartunista, que, em "tempos normais", dedica-se a estigmatizar as inconsist�ncias dessas mesmas autoridades em imagens sat�ricas.

"Como muitos, eu era c�tica. Como muitos, pensei que essa doen�a ficaria na China. E, no entanto, fui v�tima dessa doen�a mortal", diz em v�deo a ministra da Economia, Acacia Bandubola, curada, mas que perdeu dois parentes para a COVID-19.

Os sobreviventes t�m "o dever e a miss�o" de sensibilizar a popula��o, considera ela, acrescentando: "N�o vamos estigmatizar os doentes, vamos ter compaix�o por aqueles que precisam de ajuda".

"H� estigmatiza��o", confirma outro curado, o jornalista Dieunit Kanyinda.

"Meus filhos no bairro foram apelidados de COVID. Passaram a ser chamados de corona. Esse � um comportamento que os leva a se esconderem", acrescenta.

- "Tenho medo" -

No Senegal, o humorista Samba Sine, conhecido como "Kutia", espera dedicar "cerca de 15 programas" � conscientiza��o, quando voltar � televis�o - o que deve acontecer em dois meses.

Diagnosticado no in�cio de maio, ele teve, pela primeira vez em dez anos, de interromper seu programa sat�rico di�rio no canal privado TFM, no qual zomba de Donald Trump pintando o rosto de branco.

O humorista de 49 anos passou 20 dias em terapia intensiva, sob risco de morte: "Havia cinco pessoas, e todos os dias anunciavam a morte de algu�m. No �ltimo dia, olhei para a direita, e n�o havia mais ningu�m. � esquerda, ningu�m. S� eu. Eu estava com medo".

Protegido por sua fama, n�o foi discriminado ("as pessoas rezam pela minha boa recupera��o"). Mas "as pessoas sa�am correndo" de certos membros de sua equipe que tamb�m estavam contaminados.

"Voc� n�o deve fugir das pessoas, porque, mais cedo ou mais tarde, retornaremos � sociedade, e estaremos juntos", diz ele, denunciando o "racismo m�dico".

Na �frica do Sul, o pa�s africano mais afetado pela doen�a (mais de 76.000 casos), experi�ncias s�o compartilhadas.

"Quatro de n�s tivemos a doen�a no trabalho", diz Christine, analista de 28 anos que faz parte dos primeiros 250 casos, com seu marido Dawie, de 30.

"Temos sess�es semanais em casa por teleconfer�ncia no aplicativo Teams para conversar com nossos colegas sobre a doen�a e responder a perguntas", acrescentou a jovem, que, como seu parceiro, perdeu 30% de sua capacidade pulmonar.

Ambos lamentam n�o ter ido ao m�dico, quando ficaram doentes. "Eles nos aconselharam a n�o ir ao hospital, para n�o espalhar o v�rus. Parece um conselho ruim", diz Dawie, advogado.

Megan, de 35 anos, origin�ria da Cidade do Cabo, lan�ou uma conta nas m�dias sociais em mar�o, que serve como um "Guia do Paciente da COVID-19".

A jovem, que n�o quis dar seu sobrenome, relata sua experi�ncia como ex-paciente e d� conselhos. Tamb�m lan�ou uma iniciativa para ajudar os mais pobres a impedirem a propaga��o do v�rus.

"O projeto se chama 'm�os brilhantes' e tem como objetivo entregar 10.000 sabonetes para 20.000 pessoas por semana", descreve, pedindo por doa��es.


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