O Facebook endureceu suas pol�ticas de modera��o de conte�dos nesta sexta-feira (26), ao proibir mais tipos de mensagens de �dio nos an�ncios publicit�rios e come�ar a colocar etiquetas de advert�ncia nas publica��es consideradas problem�ticas que decida n�o apagar.
Mark Zuckerbeg, CEO da rede social, defende h� meses em nome da liberdade de express�o uma abordagem mais flex�vel que a do Twitter e do Youtube sobretudo no que se refere ao discurso de personalidades pol�ticas.
Mas ele mesmo deu detalhes sobre o endurecimento de sua posi��o.
A plataforma agora suprimir� os an�ncios que digam que as pessoas de determinadas origens, etnias, nacionalidades, g�nero e orienta��o sexual s�o uma amea�a para a seguran�a ou a sa�de dos demais, disse Zuckerberg, em um comunicado divulgado em seu perfil no Facebook.
A maior rede social do mundo recebe h� semanas uma enorme press�o por parte da sociedade civil, assim como de alguns dos seus funcion�rios, usu�rios e clientes, que exigem que a plataforma seja mais dura na forma de lidar com os conte�dos de �dio.
Organiza��es como a Liga Anti-Difama��o (ADL) e a Associa��o Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP) pediram aos anunciantes que boicotassem o Facebook como forma de pression�-lo a verificar melhor o conte�do dos grupos que usam a rede social para incitar ao �dio, ao racismo ou � viol�ncia.
A solicita��o foi respondida pela gigante de alimentos e cosm�ticos Unilever, a empresa americana de telecomunica��es Verizon, a sorveteria Ben & Jerry's, e empresas de artigos esportivos como Patagonia, North Face e REI, al�m da ag�ncia de vagas de emprego, Upwork.
Nesta sexta, a Coca-Cola, que investe enormes quantias de dinheiro em an�ncios, anunciou a suspens�o por pelo menos 30 dias sua publicidade nas redes sociais como parte de uma campanha contra o racismo nestas plataformas.
"N�o h� lugar para o racismo no mundo e n�o h� lugar para o racismo nas redes sociais", disse James Quincey, diretor-executivo da gigante mundial em um breve comunicado.
Quincey exigiu que as redes sociais mostrem maior "transpar�ncia e responsabilidade", depois que outras marcas decidiram retirar seus an�ncios para obrigar estas plataformas a suprimirem conte�dos que incitem o �dio.
A Coca-Cola aproveitar� este per�odo para "fazer um balan�o sobre (suas) estrat�gias publicit�rias e ver se precisa revis�-las", explicou o diretor-executivo.
Mais cedo, o comediante Sacha Baron Cohen, cr�tico da rede social, pediu �s empresas "que gastam mais d�lares em an�ncios do Facebook" que se unam ao movimento. Ele citou Procter&Gamble;, Walmat, Microsoft, Amazon, o jornal New York Times e outros.
- Advert�ncias -
A segunda decis�o tomada pelo chefe do Facebook est� relacionada com o incidente que acendeu as discuss�es no fim de maio.
Nesta sexta, Zuckerberg falou sobre a prepara��o da plataforma para as elei��es presidenciais de novembro, e disse que as medidas tomadas s�o o resultado "direto das sugest�es recebidas de uma organiza��o que defende os direitos humanos".
"As elei��es de 2020 j� se anunciavam quentes, e isso sem mencionar as complexidades relacionadas � pandemia e aos protestos que pedem justi�a racial em todo o pa�s", afirmou o CEO.
Zuckerberg prometeu que suas equipes foram mobilizadas para combater qualquer tentativa de impedir a vota��o (principalmente das minorias).
Mesmo sem men��o expl�cita, ele comentou o incidente que provocou protestos contra o Facebook.
Ao contr�rio do Twitter, no final de maio essa rede social se recusou a moderar controversas mensagens do presidente Donald Trump, uma sobre vota��o por correio (que denominou de fraude eleitoral) e outra sobre os protestos ap�s a morte de George Floyd, um homem negro que morreu ao ser sufocado por um policial branco em Minneapolis.
O Twitter decidiu ocultar os coment�rios do presidente e reduzir a circula��o em potencial do que ele escreveu, embora permitisse a visualiza��o do tu�te.
A partir disso, o Facebook se posicionou no meio do caminho entre remover conte�do e n�o intervir nas publica��es, como era sua pol�tica at� agora.
"Os usu�rios poder�o compartilhar esse conte�do para critic�-lo, mas colocaremos uma etiqueta para informar �s pessoas que o conte�do compartilhado pode violar nossas regras", informou Zuckerberg.