O novo governo ter� que "colocar em pr�tica a nova fase do quinqu�nio, projeto de reconstru��o social, econ�mica, ambiental e local" que Macron deseja iniciar ap�s a crise do novo coronav�rus, informou o Pal�cio do Eliseu.
Castex, um conservador moderado de 55 anos pouco conhecido dos franceses, sucede o tamb�m conservador Edouard Philippe, que, ap�s tr�s anos � frente do Executivo, apresentou na manh� desta sexta-feira a demiss�o em bloco do governo, incluindo a sua. O novo premier afirmou que deseja "unir o pa�s frente � crise econ�mica e social que j� est� aqui com o coronav�rus. As prioridades ter�o que evoluir e os m�todos, que se adaptar."
A mudan�a no gabinete era considerada iminente desde a derrota sofrida pelo partido de Macron, A Rep�blica em Marcha (LREM), nas elei��es municipais de domingo, marcadas por um �ndice de absten��o hist�rico e pelo avan�o dos Verdes em v�rias cidades importantes do pa�s.
O governo enfrenta um per�odo complicado, com a in�dita mobiliza��o do movimento dos "coletes amarelos", a greve contra a reforma da Previd�ncia e o descontentamento dos profissionais da sa�de. A isto se somam as consequ�ncias da pandemia, que, al�m de j� ter deixado cerca de 30 mil mortos no pa�s, teve um impacto devastador na economia francesa.
O procurador-geral da Fran�a, Fran�ois Molins, anunciou hoje uma investiga��o judicial sobre a gest�o da crise do novo coronav�rus contra Edouard Philippe, Olivier V�ran e Agn�s Buzyn, que fizeram parte do governo Macron.
- Crise econ�mica 'muito dif�cil' pela frente -
O Banco da Fran�a estimou em junho que o desemprego chegar� a 10% no fim de 2020 e a 11,5% em meados do ano que vem, um n�vel "acima de precedentes hist�ricos" de recess�es econ�micas. Em entrevista � imprensa regional publicada na noite de ontem, Macron alertou que o pa�s deve se preparar para uma crise econ�mica "muito dif�cil".
Colaborador do ex-presidente Nicolas Sarkozy (2007-2012), Jean Castex, 55 anos, prefeito pelo LR (Os Republicanos) de Prades, no sudoeste da Fran�a, assumiu em abril a coordena��o da estrat�gia de fim do confinamento. "Ele � um funcion�rio p�blico completo e vers�til, que se dedicar� a reformar o Estado e conduzir um di�logo pac�fico com os territ�rios", indicou o Pal�cio do Eliseu.
Este homem de perfil discreto, pouco exposto at� agora, ser� respons�vel por fazer cumprir as orienta��es decididas por Emmanuel Macron at� a elei��o presidencial de 2022, enquanto o chefe de Estado pretende "se reinventar".
Com Castex, Macron opta por "uma forma de continuidade", analisa Bruno Cautr�s, pesquisador eleitoral do instituto de estudos pol�ticos parisiense Sciences Po. "� um representante local e vem da direita moderada, como Philippe. Ser� necess�rio aguardar a composi��o completa do novo governo (o que dever� ocorrer at� a pr�xima quarta-feira) para compreender a mensagem que Macron quis transmitir", assinalou.
Edouard Philippe, com quem Macron disse ontem que mant�m uma "rela��o de confian�a �nica", ir� retornar � cidade portu�ria de Le Havre, seu reduto eleitoral, onde foi eleito prefeito no �ltimo domingo. Mas o ex-premier manter� uma rela��o estreita com o chefe de Estado, uma vez que, segundo fontes de seu c�rculo, ele concordou em "ajudar o presidente a consolidar a maioria", visando �s elei��es de 2022.
Para a esquerda, a nomea��o de Castex mostra que Macron seguir� levando adiante uma "pol�tica de direita". Os ambientalistas lamentaram a chegada "de um novo homem de direita, que nunca ouvimos falar sobre ecologia".
Desde o in�cio da presid�ncia de Emmanuel Macron, 17 ministros deixaram o governo.