(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

M�dica salva 1,4 mil c�es do abate em a�ougues na Indon�sia

Crise do coronav�rus levou tutores a abandonar ou vender animais a frigor�ficos no pa�s, onde a carne do animal � apreciada


18/07/2020 13:52 - atualizado 18/07/2020 14:44

Para salvar os cães, a médica precisa negociar com os açougueiros e até oferecer-lhes dinheiro(foto: ADEK BERRY/AFP)
Para salvar os c�es, a m�dica precisa negociar com os a�ougueiros e at� oferecer-lhes dinheiro (foto: ADEK BERRY/AFP)
Susana Somali e sua equipe cortaram as cordas e libertaram dezenas de c�es que foram vendidos ou abandonados durante a pandemia em Jacarta, capital da Indon�sia, e que acabariam em um a�ougue. Esta m�dica indon�sia criou um grande abrigo em Jacarta, onde vivem cerca de 1.400 c�es.

Os c�es s�o v�timas dos problemas econ�micos de seus donos, muitos dos quais foram for�ados a abandon�-los ou vend�-los por sua carne, apreciada pela popula��o deste pa�s do Sudeste Asi�tico. Susana Somali e sua equipe andam pelas ruas em busca de c�es de rua e, assim que s�o informados de que uma entrega ocorrer� em algum a�ougue, correm em socorro dos animais.

A m�dica, que trabalha durante o dia em um laborat�rio hospitalar onde s�o analisados os testes de COVID-19, abriu seu ref�gio em um bairro rico da capital indon�sia h� uma d�cada. Naquela �poca, salvava um ou dois c�es toda semana de cair em um a�ougue. Mas, nos �ltimos tempos, essa propor��o aumentou para mais de 20 c�es por semana. 

'A verdadeira batalha não é salvá-los do açougue. O desafio é cuidar desses cães durante a pandemia
'A verdadeira batalha n�o � salv�-los do a�ougue. O desafio � cuidar desses c�es durante a pandemia", enfatiza m�dica (foto: ADEK BERRY/AFP)
Susana Somali, de 55 anos, m�e de dois filhos, muitas vezes tem que negociar com os a�ougueiros e oferecer-lhes dinheiro ou carne de outros animais para libertar os c�es."A verdadeira batalha n�o � salv�-los do a�ougue, mesmo que isso seja arriscado. O desafio � cuidar desses c�es durante a pandemia", enfatiza.

Susana Somali e sua equipe de trinta pessoas do Abrigo de Animais Pejaten t�m dificuldades em arcar com os custos de cuidar de tantos animais, enquanto as doa��es s�o escassas. O abrigo precisa de cerca de US $ 29.000 por m�s, contando os sal�rios dos funcion�rios e meia tonelada de carne por dia para alimentar os c�es. 

No complexo de 54.000 metros quadrados, coexistem c�es de v�rias ra�as, de huskies a pit bulls a pastores alem�es. Somali abriu o abrigo em 2009. Ela decidiu salvar os c�es depois de ver o v�deo de uma cadela gr�vida que seria sacrificada. 

"Algu�m postou as imagens da cachorrinha chorando nas redes sociais e meus olhos ficaram emba�ados", lembra. "Naquele momento, percebi o que os a�ougueiros estavam fazendo".

A carne de cachorro é uma iguaria apreciada principalmente por minorias não muçulmanas na Indonésia.(foto: ADEK BERRY/AFP)
A carne de cachorro � uma iguaria apreciada principalmente por minorias n�o mu�ulmanas na Indon�sia. (foto: ADEK BERRY/AFP)
Neste m�s, a m�dica e sua equipe salvaram v�rias dezenas de filhotes destinados a um restaurante coreano, mas nem sempre chegam a tempo. As associa��es de prote��o animal estimam que cerca de um milh�o de c�es s�o mortos a cada ano na Indon�sia. Somente na capital Jacarta, existem pelo menos uma centena de restaurantes que servem essa carne, segundo dados oficiais. 

C�o � uma especialidade culin�ria valorizada principalmente por minorias n�o mu�ulmanas. Os mu�ulmanos, que representam 90% da popula��o, quase nunca t�m c�es como animais de estima��o, porque esse animal � considerado impuro pelo Isl�. Para Ria Rosalina, uma mu�ulmana que trabalha no abrigo, nem sempre � f�cil explicar por que ela se dedica ao resgate de c�es. 

"Muitas pessoas me perguntam por que eu cuido de c�es se eu uso hijab", diz. "Mas eu  digo que os c�es foram criados por Deus, como os seres humanos".Os traficantes de carne tamb�m representam um problema crescente em outras regi�es do arquip�lago. 

"Os animais agora est�o mais amea�ados. Pessoas de baixa renda podem ser tentadas a vender seus animais de estima��o", diz Katherine Polak, veterin�ria da Four Paws Association. H� v�rios anos, ativistas pedem ao governo que pro�ba a venda de carne de cachorro. 

"Acabar com a comercializa��o de carne de cachorro seria um sonho, mas tudo come�a com um sonho", diz Susana Somali, que se declara determinada a "continuar lutando".


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)