Sentimento de desola��o em Barcelona, uso de m�scara obrigat�rio na Fran�a, manifesta��es em Jerusal�m... a pandemia da COVID-19 escancara "a fragilidade" de um mundo desigual, de acordo com as palavras do secret�rio-geral da ONU, Antonio Guterres.
No total, a pandemia matou 598.247 pessoas em todo o mundo desde dezembro passado e mais de 14 milh�es de pessoas foram infectadas oficialmente, segundo uma contagem da AFP com base em dados oficiais.
"Fomos colocados de joelhos por um v�rus microsc�pico. A pandemia mostrou a fragilidade de nosso mundo", declarou Guterres neste s�bado, em discurso para os 102 anos do nascimento de Nelson Mandela.
"Regi�es inteiras que haviam feito progresso na erradica��o da pobreza e na redu��o da desigualdade retrocederam v�rios anos", completou o secret�rio-geral da ONU.
Ao mesmo tempo, os ministros das Finan�as e os bancos centrais dos 20 pa�ses mais industrializados do mundo (G20), que realizam uma reuni�o virtual sobre a recupera��o da economia mundial, ainda n�o anunciaram a prorroga��o da d�vida dos pa�ses pobres, um pedido de ONGs e do Banco Mundial.
O G20 se contentou em afirmar que "ir� considerar uma extens�o" da medida nos pr�ximos meses, em fun��o da "evolu��o da pandemia".
Enquanto isso, em Bruxelas, os l�deres europeus tentavam, neste s�bado, no segundo dia de uma c�pula, encontrar um acordo para aprovar um plano que ajudar� a superar a profunda recess�o causada pelo coronav�rus.
Novas propostas est�o em discuss�o com o objetivo de convencer os pa�ses mais reticentes a adotar esse plano de 750 bilh�es de euros (840 bilh�es de d�lares) com base na emiss�o de d�vida comum.
O valor do fundo, sua distribui��o entre subven��es e empr�stimos e as condi��es de acesso dividem os 27 membros.
Na Europa, a COVID-19 matou mais de 200.000 pessoas e, economicamente, poderia causar uma contra��o de 8,3% no PIB da Uni�o Europeia (UE), segundo Bruxelas.
- Barcelona retrocede -
As ruas de Barcelona, segunda maior cidade da Espanha, amanheceram mais vazias neste s�bado, em meio a um sentimento de desola��o entre os habitantes, chamados a ficar em casa devido ao aumento de casos de coronav�rus.
Por enquanto, � apenas uma recomenda��o, mas poderia dar lugar a medidas mais rigorosas.
"Preciso do turismo como o ar que respiro, mas tamb�m da sa�de para poder viver", disse Joan L�pez, que administra um quiosque em frente � Sagrada Fam�lia, um dos lugares mais visitados da cidade.
O aumento das infec��es nos �ltimos dias na regi�o de Barcelona fez com que as autoridades instassem seus habitantes a ficar em casa. Por enquanto, � uma recomenda��o, mas poderia ser o prel�dio de medidas mais rigorosas.
As autoridades catal�s tamb�m proibiram reuni�es de mais de dez pessoas, reduziram a capacidade de bares e fecharam teatros, cinemas e outros locais de entretenimento. Todos os an�ncios foram ratificados por um juiz.
A Espanha, um dos pa�ses mais afetados pela pandemia, com mais de 28.400 mortes, imp�s severos confinamentos em meados de mar�o, mas desde que as restri��es foram levantadas em 21 de junho, houve uma acelera��o das infec��es e atualmente h� mais de 150 focos ativos no pa�s, principalmente na Catalunha e na regi�o vizinha de Arag�o.
A Fran�a, onde a partir de segunda-feira ser� obrigat�rio o uso de m�scaras em lugares p�blicos, n�o descarta um novo fechamento da fronteira com a Espanha, segundo declara��es do primeiro-ministro franc�s, Jean Castex.
O ministro da Sa�de franc�s, Olivier V�ran, declarou que, diante da nova alta de casos no pa�s, a obriga��o do uso de m�scaras "engloba os com�rcios, os estabelecimentos que recebem p�blico, mercados cobertos, bancos".
"As medidas pessoais de preven��o e os exames m�dicos seguem sendo essenciais para lutar de maneira eficaz contra o v�rus", continuou o ministro pelo Twitter
- Reabertura de Machu Picchu em d�vida -
Segundo a ONU, a pandemia far� com que mais 45 milh�es de pessoas caiam na pobreza na Am�rica Latina e no Caribe.
Na Am�rica Latina, as infec��es superam 3,7 milh�es e j� existem mais de 159.000 mortes. Os longos confinamentos e o pessimismo generalizado na regi�o devido ao avan�o do coronav�rus e ao desastre econ�mico alimentaram descontentamentos e protestos em alguns lugares, como Chile e Bol�via.
No Brasil, o mais afetado na Am�rica Latina, com 2,04 milh�es de casos e quase 78.000 mortes, a evolu��o da pandemia entrou em um "plat�", segundo um alto funcion�rio da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).
No Peru, segundo pa�s mais atingido na Am�rica Latina (atr�s do Brasil) com mais de 349.000 casos e quase 13.000 mortes, o governador de Cusco, Jean Paul Benavente, deu positivo para o v�rus em meio � alta de casos na regi�o andina, o que colocou em d�vida o plano de reabertura de Machu Picchi em 24 de julho.
O an�ncio se soma a um novo confinamento da prov�ncia de La Convenci�n, em Cusco, vizinha tur�stica da cidadela inca, que voltar� a respeitar a quarentena somente tr�s semanas ap�s sair dela.
Os Estados Unidos, de longe o pa�s mais atingido no mundo pelo coronav�rus em n�meros absolutos, registrou na sexta-feira um aumento recorde de infectados: 77.638 em 24 horas. O pa�s j� registra 3,64 milh�es de doentes e quase 140.000 mortes.
Enquanto isso, em Israel, milhares de manifestantes protestaram na noite deste s�bado em Jerusal�m e Tel Aviv contra a gest�o da pandemia e a corrup��o do governo, que acusam de estar "desconectado da realidade".