(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Os erros que prolongam a pandemia no M�xico


22/07/2020 12:01

Enquanto alguns pa�ses se preparam para uma poss�vel segunda onda de COVID-19, a pandemia no M�xico se prolonga por dois problemas fundamentais: n�o ter aplicado confinamento obrigat�rio e ajuda financeira insuficiente para a popula��o, estimam os especialistas.

Rejeitar o confinamento for�ado foi uma decis�o arriscada do presidente de esquerda, Andr�s Manuel L�pez Obrador, justificada pelo respeito aos direitos humanos, mas principalmente pela necessidade de milh�es de trabalhadores informais - 56% da for�a de trabalho - de sair e encontrar sustento.

"Nunca houve uma quarentena rigorosa. Como sociedade, n�o tivemos disciplina para ficar em casa e as cadeias de transmiss�o n�o foram cortadas", diz Malaqu�as L�pez, ex-funcion�rio da Sa�de e especialista em pol�ticas p�blicas da Universidade Nacional Aut�noma do M�xico, UNAM.

O M�xico, com 127 milh�es de habitantes, � o quarto pa�s do mundo em mortes por COVID-19 (40.400) e s�timo em infec��es (356.255). Na Am�rica Latina, apenas o Brasil, com mais de 81.000 mortes e quase 2,2 milh�es de infec��es entre seus 212 milh�es de habitantes, sofreu mais com o coronav�rus.

L�pez Obrador garante que a epidemia est� regredindo, embora "muito lentamente", e presume que o sistema de sa�de n�o entrou em colapso.

No entanto, o minist�rio da Sa�de reconheceu que at� ter�a-feira o crescimento m�dio de novos casos era de 1,2% ao dia e que levaria "alguns meses" para alcan�ar o controle adequado na maioria dos estados.

Outras ideias enraizadas em L�pez Obrador limitaram a ajuda do governo, como uma austeridade obsessiva ou sua avers�o ao endividamento e est�mulos econ�micos, que chama de pol�ticas "neoliberais".

O pacote fiscal mexicano para enfrentar a crise da sa�de � equivalente a 1,1% do PIB, o 12� entre 16 pa�ses da Am�rica Latina e menor que a m�dia de 3,2% atribu�da por cada pa�s da regi�o, segundo a Comiss�o Econ�mica para a Am�rica Latina e o Caribe (CEPAL).

O presidente anunciou programas de apoio para idosos, jovens e crian�as, mas passou longe da problem�tica do confinamento.

Uma das medidas foi a concess�o de tr�s milh�es de cr�ditos para pequenas empresas e trabalhadores, de cerca de 1.110 d�lares cada. At� sexta-feira, 963.831 empr�stimos haviam sido distribu�dos, segundo o governo.

"Os valores n�o s�o consistentes com a realidade", diz C�sar Salazar, acad�mico do Instituto de Pesquisa Econ�mica da UNAM.

A falta de uma resposta proporcional � crise explica as previs�es sombrias para a economia mexicana, que despencou 9% este ano, segundo analistas, e o desemprego, que s� em abril arrastou 12 milh�es de pessoas.

A necessidade de subsist�ncia e o desgaste do confinamento - em vigor de mar�o a junho, mas ainda recomendado pelas autoridades - complicariam uma nova quarentena se a epidemia persistir.

- Epidemias m�ltiplas -

Um novo fechamento econ�mico "seria um golpe muito forte para muitas empresas que foram capazes de sobreviver at� agora", diz Salazar, que acredita que nesse cen�rio o Estado precisaria aumentar o apoio.

Uma alternativa ao confinamento total s�o as medidas direcionadas que est�o sendo implementadas pela Cidade do M�xico, a �rea mais afetada pelo novo coronav�rus.

A capital aumentou os testes de triagem para definir onde restringir a mobilidade, distanciando-se do governo, que reluta em aplicar testes em massa.

Segundo dados da Universidade de Oxford, o M�xico � o pa�s latino-americano com menos testes por 1.000 habitantes.

A estrat�gia de "conten��o" da Cidade do M�xico, no entanto, n�o tem eco no governo nacional, que insiste em garantir assist�ncia m�dica em vez de conter o v�rus.

"Est�o deixando a pandemia evoluir apenas tentando n�o saturar os hospitais", sustenta Alejandro Mac�as, infectologista e "czar" contra a pandemia de gripe AH1N1 de 2009.

Enquanto a capital j� est� mostrando desacelera��o de infec��es e ocupa��o hospitalar, estados como Baja California Sur, San Luis Potos� e Colima registram alta.

As autoridades previram que, dado o tamanho do territ�rio mexicano - quase 2 milh�es de quil�metros quadrados -, o coronav�rus se manifestaria em surtos regionais, com tempo diferenciado, que precisariam ser combatidos localmente.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)