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Estado de Minas

Negros, latinos, gays: de Nova York ao Congresso para desafiar o status quo


24/07/2020 16:31

Eles s�o jovens, negros, latinos, homossexuais. Energizados pelas manifesta��es que reuniram multid�es contra o racismo nos Estados Unidos, um grupo de pol�ticos nova-iorquinos de esquerda, com fortes chances de chegar ao Congresso federal em novembro, espera mudar o status quo.

Se ganharem as elei��es gerais em 3 de novembro, que ao que tudo indica o far�o por terem vencido as prim�rias em seus respectivos distritos de maioria democrata, Mondaire Jones, de 33 anos, e o afro-latino Ritchie Torres, de 32, se tornar�o os primeiros representantes negros e abertamente homossexuais do Congresso.

"N�o sou candidato ao Congresso para fazer hist�ria como primeiro representante negro abertamente gay. Mas o meu poder de representatividade n�o fica de fora. Quando cresci, nunca imaginei que algu�m como eu pudesse ser candidato ao Congresso, e muito menos ganhar, j� que isso nunca aconteceu antes", disse Mondaire Jones em entrevista � AFP.

Une-se a eles nessa lista Jamaal Bowman, de 44 anos, um diretor escolar negro e heterossexual, e que como Jones e Torres acaba de vencer as prim�rias em seu distrito ap�s vencer Eliot Engel, de 73 anos, que acumulava 16 mandatos em Washington D.C., e contava com o apoio da elite democrata, como Hillary Clinton e a l�der da C�mara, Nancy Pelosi.

- "A nova esquerda" -

Jones, Bowman e Torres - que � vereador h� sete anos e representa o sul do Bronx, um dos distritos mais pobres do pa�s - fazem parte de uma onda de pol�ticos nova-iorquinos bem sucedidos nas pesquisas contra os candidatos veteranos em atua��o, em sua maioria brancas.

Eles seguem os passos de Alexandria Ocasio-Cortez (AOC), representante de ascend�ncia latina de 30 anos, que em 2018 surpreendeu a todos ao assumir a cadeira de um democrata que estava na C�mara h� 20 anos.

"Esta � uma vit�ria para a nova esquerda, para a ala socialmente mais abertamente socialista do Partido Democrata que at� recentemente n�o existia de forma real, e que agora � uma for�a maior", disse � AFP David Barker, especialista em Pol�tica Americana na American University.

Sob a ala dos ex-democratas Bernie Sanders e Elizabeth Warren, esses jovens pol�ticos querem agitar seu partido e empurr�-lo mais � esquerda.

Enquanto isso, o presidente Donald Trump garante que o Partido Democrata se tornou controlado por uma "esquerda radical", e promete que os republicanos derrotar�o em novembro "os marxistas, os anarquistas, os agitadores".

A pandemia do novo coronav�rus, que evidenciou as disparidades raciais no sistema de sa�de, causando mais casos e mortes entre negros e latinos, al�m dos protestos em massa ap�s a morte de George Floyd, fortaleceram suas candidaturas, tamb�m apoiadas por muitos eleitores brancos.

Jones, por exemplo, venceu em um distrito majoritariamente branco, onde apenas 10% da popula��o � negra.

- Um Congresso polarizado -

"Estamos vendo uma mudan�a no Partido Democrata. Novas e diversas vozes, que trazem um senso de urg�ncia sobre a crise clim�tica, a sa�de, a crise imobili�ria", defende Jones, que, como Torres e Bowman, � um defensor de um sistema de sa�de p�blico para todos, em um momento em que mais de 40 milh�es de americanos perderam seus empregos como resultado da pandemia.

Esse advogado cresceu nos sub�rbios de Nova York em meio � pobreza, junto aos seus av�s, que eram auxiliares de limpeza, e apesar das suas origens conseguiu estudar em Stanford e Harvard, e depois trabalhou no governo de Barack Obama.

Ele considera que muitos democratas em Washington D.C. n�o lutam o suficiente contra o atual governo e "devem sair e ser substitu�dos por pessoas que entendem o que est� em jogo, especialmente sob o governo de Trump, onde tudo parece ser uma amea�a existencial".

Al�m de lutar pela justi�a racial, Jones e Torres prometem defender causas essenciais para a comunidade LGBTQ+ em Washington, como a falta de acesso � moradia.

"Suas vozes far�o uma tremenda diferen�a no Congresso", ressalta Elliot Imse, do Victory Institut, que defende a incorpora��o de mais pessoas LGBTQ em cargos pol�ticos nos Estados Unidos, � AFP.

A representa��o democrata no Congresso "tornou-se muito mais diversificada em g�nero, ra�a e religi�o", especialmente nos �ltimos quatro anos, segundo Barker. "Mas o oposto acontece no lado republicano, que � cada vez mais branco, mais masculino... Mais crist�o", acrescenta.

Atualmente, apenas dois senadores americanos de um total de 100, e sete representantes de um total de 435, se declaram membros da comunidade LGBTQ+.

Apenas 0,17% de todos os cargos pol�ticos no pa�s s�o ocupados por pessoas abertamente LGBTQ+, embora a comunidade represente 4,5% da popula��o, segundo o Victory Institute.

"Certamente temos um longo caminho pela frente", finaliza Imse.


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