A COVID-19 deixou nesta quarta-feira (29) um balan�o sombrio nos dois pa�ses mais afetados pela pandemia: os Estados Unidos superaram as 150.000 mortes e o Brasil, as 90.000, enquanto a Ar�bia Saudita iniciou a peregrina��o a Meca mais reduzida da hist�ria moderna.
O novo coronav�rus, surgido na China no final do ano passado, n�o d� tr�gua nos Estados Unidos, onde acumula 4,38 milh�es de cont�gios desde o an�ncio do primeiro caso, em 21 de janeiro.
O epicentro americano agora est� na Fl�rida. Com 21 milh�es de habitantes, o terceiro estado mais populoso do pa�s reportou um recorde de 216 mortes di�rias.
"Estamos permitindo que o v�rus avance � deriva", disse � MSNBC o prefeito de Miami Beach, Dan Gelber, diante da dificuldade de conter os cont�gios.
Ante o recrudescimento das infec��es no pa�s, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, exortou os pol�ticos a tomar novas medidas para apoiar a economia.
Como se esperava, o Fed anunciou que manter� suas taxas de refer�ncia de empr�stimos em uma faixa de 0 a 0,25%.
- Trabalho de casa na favela -
Na Am�rica Latina, regi�o do mundo com mais cont�gios, o Brasil registrou nas �ltimas 24 horas 1.595 novos �bitos, totalizando 90.134, bem como 69.074 novas infec��es, acumulando 2,5 milh�es desde o primeiro caso, detectado em fevereiro.
Mas os especialistas estimam n�meros reais muito maiores, devido � falta de testes de diagn�stico.
Neste pa�s de quase 212 milh�es de habitantes, o combate � pandemia tem sido marcado por uma falta de coordena��o entre autoridades federais, estaduais e municipais e pelo ceticismo do presidente Jair Bolsonaro, que continua minimizando a gravidade da situa��o.
Em uma favela de Camaragibe, periferia do Recife, onde milh�es de crian�as sem acesso � internet est�o h� mais de quatro meses sem educa��o formal pela pandemia, o professor Arthur Cabral subiu em sua bicicleta para levar o trabalho de casa a seus alunos.
Assim, a pequena Gl�ria, de 12 anos, n�o vai ficar atrasada nos estudos. "Quatro meses de quarentena e ela sem fazer nada. N�o tinha como eu conseguir algo pra ser produtivo pra ela", contou sua m�e, Darla Correia, de 31 anos, atualmente desempregada, agradecendo o gesto.
O M�xico, que superou nesta ter�a os 400.000 casos e � o segundo pa�s mais afetado da regi�o por cont�gios e mortes (mais de 44.000), informou que os telefonemas de emerg�ncia para denunciar viol�ncia contra a mulher aumentaram 45,8% no primeiro semestre de 2020 por causa da pandemia.
- Peregrina��o com m�scaras -
Na Ar�bia Saudita, que tem um dos maiores surtos do Oriente M�dio, os mu�ulmanos iniciariam o hajj, tradicional peregrina��o anual a Meca, este ano marcada pelas m�scaras e pelo distanciamento f�sico.
Em pequenos grupos, cada um com um guia, os fi�is cumpriram os ritos. Todos foram testados antes de chegar ao local e tamb�m ter�o que fazer quarentena. Mas participam apenas 10.000 pessoas residentes no pa�s contra os 2,5 milh�es de 2019.
A China, por sua vez, anunciou 101 cont�gios, um marco nos �ltimos tr�s meses, enquanto continuam aparecendo focos regionais no pa�s. Em Hong Kong, as autoridades advertiram para a possibilidade de um "cont�gio comunit�rio em larga escala".
A �ndia, segundo pa�s mais populoso do mundo depois da China e o terceiro mais afetado pela COVID-19, confirmou 50.000 novos casos, passando de 1,5 milh�o, e aproximando-se das 35.000 mortes. Mas estima-se que as cifras oficiais n�o reflitam os cont�gios e os �bitos nos superpovoados bairros perif�ricos.
A pandemia deixou mais de 661.000 mortos no mundo e mais de 16,8 milh�es de casos. Depois de Estados Unidos e Brasil, o maior n�mero de �bitos est� em Reino Unido (45.878), M�xico (44.876) e It�lia (35.123).
- Apreens�o no futebol -
Em Londres, o aeroporto de Heathrow � o de maior circula��o da Europa e o mais cr�tico da controversa decis�o do governo brit�nico de impor quarentenas a quem chegar da Espanha, exortou �s autoridades instaurar um programa de testes, ao anunciar perdas de mais de um bilh�o de libras em 2020.
A Espanha, onde o novo coronav�rus matou mais de 28.400 pessoas, tem centenas de surtos ativos em todo o territ�rio, a metade na Catalunha.
Na It�lia, enquanto isso, foi aprovado o estado de emerg�ncia at� 15 de outubro para facilitar o combate ao surto.
Na Europa, os bancos foram arrastados no segundo trimestre do ano pela tempestade econ�mica provocada pela pandemia, e registraram enormes perdas, uma explos�o de provis�es e risco de inadimpl�ncia.
Apreens�o tamb�m no esporte: dois jogadores de futebol espanh�is testaram positivo para a COVID-19, gerando preocupa��o sobre as �ltimas rodadas da Liga Europa e a Liga dos Campe�es.