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Estado de Minas INTERNACIONAL

Gigantes de tecnologia s�o postas em xeque em depoimento hist�rico nos EUA


30/07/2020 07:08

A ind�stria de tecnologia viveu ontem um momento hist�rico, com o depoimento simult�neo de Jeff Bezos, Sundar Pichai, Tim Cook e Mark Zuckerberg no Congresso dos EUA. Presidentes das gigantes Amazon, Google, Apple e Facebook, respectivamente, eles tiveram de responder a perguntas sobre concorr�ncia desleal, aquisi��es, uso de dados de clientes e at� mesmo hidroxicloroquina, em uma sess�o que durou quase seis horas.

Mais do que isso, viram seus modelos de neg�cios serem postos em xeque, no que pode ser o princ�pio de uma mudan�a significativa no status quo de quatro das cinco maiores empresas do setor no mundo, com valor de mercado conjunto que beira os US$ 5 trilh�es.

Realizado pelo comit� antitruste da C�mara dos Deputados, o depoimento foi o ponto culminante de uma investiga��o que j� dura 13 meses e amealhou 1,3 milh�o de documentos. Parte deles, revelada ontem, pode mudar dramaticamente o Facebook: um conjunto de e-mails de Mark Zuckerberg mostra que, antes de adquirir o Instagram, ele via o app como um competidor e, por isso, decidiu compr�-lo por US$ 1 bilh�o.

"O Instagram pode nos causar dano", escreveu Zuckerberg ao diretor financeiro do Facebook na �poca. Durante a sess�o, Zuckerberg reafirmou essa vis�o e concedeu o mesmo status de rival ao WhatsApp, comprado pela empresa em 2014 por US$ 19 bilh�es. Feita sob juramento, a afirma��o pode colocar o Facebook em problemas, uma vez que comprar um competidor direto pode contrariar a lei de antitruste americana. "A aquisi��o do Instagram pelo Facebook se enquadra no que as leis foram desenhadas para prevenir. � algo que n�o poderia ter sido aprovado", disse o deputado democrata Jerry Nadler, de Nova York.

Zuckerberg respondeu que a aquisi��o n�o enfrentou oposi��o na �poca. Hoje, por�m, o cen�rio mudou: o �rg�o est� analisando ativamente aquisi��es feitas na �rea de tecnologia e pode chegar a uma nova conclus�o, revertendo as transa��es e transformando Instagram e WhatsApp em empresas separadas.

Em um dos momentos mais tensos, a deputada Pramila Jayapal perguntou se Zuckerberg tentou clonar um produto de um rival ap�s n�o conseguir compr�-lo, em refer�ncia ao Snapchat, cujas fun��es de mensagens ef�meras apareceram no WhatsApp e no Instagram. Zuckerberg negou, afirmando que "adaptou fun��es criadas por outros". A deputada respondeu: "Lembre-se que voc� est� sob juramento", dando a entender que ele estaria mentindo.

Dados

Outro tema bastante presente durante o julgamento foi o do uso, pelas quatro gigantes, de dados de consumidores e concorrentes para influenciar seus neg�cios. A Amazon, por exemplo, foi acusada de usar dados de parceiros que usam sua plataforma para determinar que tipo de produtos a gigante deve desenvolver.

Na sess�o, Jeff Bezos disse que a empresa tem uma pol�tica para prevenir isso, mas n�o p�de garantir � deputada Jayapal que a pr�tica nunca tenha sido violada. O homem mais rico do mundo, com fortuna de US$ 180 bilh�es, admitiu que constantemente vende sua caixa de som conectada, Amazon Echo, abaixo do pre�o de produ��o, e que a assistente de voz da empresa, Alexa, direciona consumidores para produtos da pr�pria Amazon, duas atitudes que poderiam ser caracterizadas como concorr�ncia desleal.

Sundar Pichai, do Google, tamb�m teve de responder a acusa��es sobre uso de dados de competidores. O democrata David Cicilline, presidente da comiss�o, citou e-mails empregados do Google discutindo sobre sites que estavam crescendo em tr�fego. Segundo o democrata, os empregados "temiam que a competi��o vinda de certos sites pudessem reduzir a receita da empresa" e consideraram reduzir sua presen�a nos resultados da busca da empresa.

Com presen�a mais discreta, Tim Cook, da Apple, respondeu a quest�es sobre o poder da App Store, loja de aplicativos do iPhone - que cobra de alguns aplicativos comiss�o de at� 30% sobre os pagamentos feitos por usu�rios. Na sess�o, Cook ressaltou que a empresa veta apps para cuidar da privacidade e seguran�a de usu�rios.

Empresas chinesas, como Tencent e Alibaba, tamb�m foram citadas nos depoimentos. Quem levantou a bola foi Zuckerberg, que hoje disputa espa�o com o app chin�s TikTok. O l�der do Facebook defendeu que regular empresas americanas daria f�lego �s rivais chinesas, que n�o se pautam por valores "americanos", como democracia, livre concorr�ncia e liberdade de express�o.

Cloroquina

Os executivos tamb�m tiveram de falar hidroxicloroquina. Greg Steube, da Fl�rida, reclamou de n�o poder ver um v�deo sobre m�dicos falando que a hidroxicloroquina seria um tratamento v�lido para o coronav�rus. Sundar Pichai disse que o YouTube segue orienta��es das autoridades de sa�de para remover conte�do que pode causar danos a quem assisti-lo, j� que n�o h� comprova��o de que o medicamento tem efici�ncia contra a covid-19.

J� Jim Jordan, de Ohio, chegou a fazer Pichai prometer que n�o vai favorecer o democrata Joe Biden contra o candidato de seu partido, Donald Trump. Na sequ�ncia, a deputada democrata Mary Gay Scanlon, da Pensilv�nia, disse que iria voltar ao debate econ�mico e n�o de "teorias conspirat�rias".


As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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