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Estado de Minas INTERNACIONAL

Casa de Carlos Ghosn � destru�da em Beirute, mas fam�lia est� a salvo


04/08/2020 20:59

A casa onde vive o executivo brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da alian�a Renault-Nissan, que se refugiou em Beirute depois de fugir da Justi�a japonesa, em dezembro, foi destru�da pela explos�o que ocorreu nesta ter�a-feira, 4, na capital do L�bano. "Estamos todos bem, mas a casa est� destru�da", disse Carole Ghosn, esposa de Carlos, ao Estad�o. "Beirute inteira est� destru�da."

A casa cor de rosa em estilo colonial, que ficou conhecida no mundo inteiro por ser o ponto de encontro de jornalistas que foram cobrir a primeira entrevista de Ghosn depois de ele ter chegado ao L�bano, fica em um bairro de classe m�dia alta de Beirute, a cerca de 5 quil�metros de dist�ncia do porto da cidade, uma �rea revitalizada que tamb�m conta com v�rios restaurantes de luxo e hot�is internacionais. Mesmo assim, sofreu com os danos da explos�o.

'Tempestade perfeita'

O executivo virou a principal atra��o do L�bano em janeiro de 2020, ao dar sua primeira entrevista ap�s ter fugido do Jap�o, onde era acusado de fraude pela Nissan. Ele foi preso no fim de 2018, ao chegar de uma viagem internacional. Permaneceu alguns meses em um centro de deten��o e fugiu da pris�o domiciliar em T�quio em dezembro do ano passado.

Mas Carlos Ghosn chegou ao L�bano em um momento de "tempestade perfeita" para a economia do pa�s. Os cidad�os libaneses enfrentam controles de capital que impedem os saques de seu saldo no banco.

N�o � para menos que Ghosn, com sua fama de bom administrador, chegou a ser sendo visto por alguns pol�ticos libaneses como uma esp�cie de t�bua de salva��o para a crise administrativa nacional, que sofre com falta de liquidez dos bancos para honrar os saques dos cidad�os. Ele negou, no entanto, ter interesse em ocupar algum cargo oficial. E tem mantido um perfil discreto ao longo do ano. Ainda mant�m alguns neg�cios no L�bano, entre eles uma vin�cola no interior do pa�s.

Sem liquidez

Com v�rias trocas de govenro nos �ltimos anos, o L�bano vive uma crise pol�tico-econ�mica. O problema agora sentido no dia a dia da popula��o reflete a "bola de neve" de uma economia que, desde o fim da guerra civil, entre 1975 e 1990, se baseia em empr�stimos internacionais. Para atrair moeda forte, o governo liban�s prometeu juros altos sobre dep�sitos em d�lar. Na hora de pag�-los, vem tomando emprestado dos cidad�os. Diretamente de suas contas.

Em janeiro, quem precisava trocar dinheiro local por d�lares enfrentava uma dif�cil sensa��o. O Estado foi a algumas casas de c�mbio. A maioria delas apenas troca d�lares por moeda local, mas n�o faz o contr�rio. At� hoje, a economia do L�bano funciona em um sistema de c�mbio h�brido, em que o d�lar � altamente aceito no dia a dia - por isso, as pessoas faziam seus dep�sitos nos bancos na moeda americana.

Restri��es e protestos
A crise, que elevou muito o desemprego, levou a protestos em massa em 2019. "Em algum momento, essa inje��o de capital (estrangeiro) tinha de acabar - e esse ponto veio no fim de 2019, depois de uma s�rie de choques negativos", explicou o economista liban�s Ishac Diwan, em artigo publicado no site Project Sindicate, especializado em an�lises pol�tico-econ�micas.

Um dos principais especialistas no Oriente M�dio, Diwan � professor da �cole Normale Sup�rieure, de Paris. Segundo ele, quase sem ind�strias e com importa��es anuais que equivalem a 400% do PIB, o L�bano vive hoje o que parece "a constru��o de uma grande depress�o". O pa�s � uma das economias mais fr�geis do Oriente M�dio. Tem 6 milh�es de habitantes, incluindo 1 milh�o de refugiados s�rios que chegaram nos �ltimos anos.

Infraestrutura
A quest�o econ�mica se soma a problemas que foram ignorados durante muito tempo, principalmente na infraestrutura. Nos seis dias que a reportagem do Estado permaneceu no L�bano, em janeiro, foi comum que a cidade sofrer quatro ou cinco "apag�es" por dia.

Logo em seguida, pelo menos nos bairros de maior poder aquisitivo, um sistema de geradores costuma restabelecer o fornecimento. No entanto, no per�odo de um minuto que geralmente esse processo leva, pessoas ficam presas em elevadores dos edif�cios.

Essa "garantia" dos geradores, no entanto, n�o sai barato. Quem pode paga duas contas de luz - a do sistema que deveria dar conta do consumo e a dos geradores. Quem n�o pode, fica no escuro. Mesmo em bairros chiques, como em Achrafieh, onde reside Carlos Ghosn, � poss�vel ver "gatos" fora dos edif�cios. S�o as liga��es improvisadas feitas para fazer a energia dos geradores chegar at� as casas.

Tens�o

A tens�o com a erup��o de eventuais protestos � constante. Na �rea mais nobre de Beirute, onde ficam o Parlamento, sedes de bancos e lojas de grifes de luxo, a tens�o � palp�vel. A reportagem circulou pela �rea nesta sexta-feira. Militares armados com metralhadoras guardam pontos de checagem nos quais quem entra e sai precisa explicar o que est� fazendo.

Em uma pra�a pr�xima ao Parlamento, alguns grupos de manifestantes ainda acampam, mas a chance de conseguirem chegar perto de edif�cios oficiais � pequena diante da constante vigil�ncia ao redor deles. Isso prejudicou o com�rcio da regi�o. Diante da dificuldade de circula��o na �rea, algumas lojas ficaram isoladas, depois das barricadas, e agora h� muitos pontos comerciais vagos.


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