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Estado de Minas INTERNACIONAL

Documentos mostram prov�vel origem do material que destruiu a capital do L�bano


05/08/2020 11:45

A explos�o de 2.750 toneladas de nitrato de am�nio, usado em bombas e fertilizantes, armazenadas em um hangar no porto de Beirute, levou os libaneses a se perguntarem o que uma carga altamente inflam�vel fazia ali.

Segundo a rede televis�o �rabe Al Jazeera, a an�lise de registros e documentos p�blicos mostra que altos funcion�rios libaneses sabiam h� mais de seis anos que o nitrato de am�nio estava armazenado no Hangar 12 do porto de Beirute. E que eles estariam cientes dos perigos que isso representava.

A carga de nitrato de am�nio chegou ao L�bano, em setembro de 2013, a bordo de um navio de carga de propriedade russa com uma bandeira da Mold�via. O Rhosus, de acordo com informa��es do site de rastreamento de navios, Fleetmon, estava indo da Ge�rgia para Mo�ambique, afirma a reportagem da Al Jazeera.

O navio foi for�ado a atracar em Beirute depois de enfrentar problemas t�cnicos no mar, segundo advogados representando a tripula��o do barco. Mas as autoridades libanesas impediram a embarca��o de navegar e o navio foi abandonado por seus propriet�rios e tripula��o - informa��es parcialmente corroboradas pela Fleetmon.

A carga perigosa do navio foi descarregada e colocada no Hangar 12 do porto de Beirute, uma grande estrutura cinza de frente para a principal rodovia norte-sul do pa�s, na entrada principal da capital.

Meses depois, em 27 de junho de 2014, o ent�o diretor da Alf�ndega Libanesa Shafik Merhi enviou uma carta endere�ada a um "juiz de assuntos urgentes", pedindo uma solu��o para a carga, segundo documentos compartilhados online e divulgados pela Al Jazeera.

Os funcion�rios aduaneiros enviaram pelo menos mais cinco cartas nos tr�s anos seguintes - em 5 de dezembro de 2014, 6 de maio de 2015, 20 de maio de 2016, 13 de outubro de 2016 e 27 de outubro de 2017 - pedindo orienta��o. Eles propuseram tr�s op��es: exportar o nitrato de am�nio, entreg�-lo ao ex�rcito liban�s ou vend�-lo � uma empresa libanesa de explosivos de propriedade privada.

Uma carta enviada em 2016 diz que "os ju�zes n�o responderam" a pedidos anteriores.

A carta, obtida pela Al Jazeera, alega: "Em vista do s�rio risco de manter esses produtos no hangar em condi��es clim�ticas inadequadas, reafirmamos nosso pedido de solicitar � ag�ncia mar�tima que reexporte esses produtos imediatamente para preservar a seguran�a do porto e daqueles que trabalham aqui, ou em concordar em vend�-lo para a Lebanese Explosives Company."

Mais uma vez, n�o houve resposta. Um ano depois, Badri Daher, o novo diretor da Administra��o Aduaneira do L�bano, escreveu a um juiz mais uma vez.

Na carta de 27 de outubro de 2017, Daher pediu ao juiz que tomasse uma decis�o sobre o assunto em vista do "perigo ... de deixar esses produtos no local em que est�o e para aqueles que trabalham l�".

Quase tr�s anos depois, o nitrato de am�nio ainda estava no hangar. O primeiro-ministro do L�bano, Hassan Diab, declarou na ter�a-feira, 4, a explos�o no porto como "um grande desastre nacional" e prometeu que "todos os respons�veis por essa cat�strofe pagar�o o pre�o".

O presidente liban�s Michel Aoun chamou o fracasso em lidar com o nitrato de am�nio como "inaceit�vel" e prometeu a "puni��o mais severa" aos respons�veis. Uma investiga��o foi iniciada e o comit� deve encaminhar suas conclus�es ao judici�rio dentro de cinco dias.

A causa da explos�o ainda n�o est� clara, mas muitos libaneses foram r�pidos em apontar o que eles acreditam ser a causa principal: a imensa corrup��o e m� administra��o em um estado quebrado administrado por uma classe pol�tica corrupta que, segundo eles, trata os habitantes do pa�s com desprezo.

O porto da cidade � conhecido localmente como "Caverna de Ali Baba e os 40 Ladr�es", pela grande quantidade de fundos estatais que foram roubados por d�cadas.

As alega��es incluem desvios de bilh�es de d�lares em receita tribut�ria que nunca chegaram ao tesouro do L�bano e devido a esquemas para subestimar as importa��es, bem como acusa��es de suborno sistem�tico e generalizado para evitar o pagamento de impostos alfandeg�rios.

"Beirute se foi e aqueles que governaram o pa�s nas �ltimas d�cadas n�o podem se safar disso", disse Rima Majed, ativista pol�tica e soci�loga libanesa em um tweet. "Eles s�o criminosos e este � provavelmente o maior de seus (muitos) crimes at� agora".


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