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Estado de Minas

Beirute se prepara para novas manifesta��es; ministra renuncia


09/08/2020 08:55

Novas manifesta��es s�o esperadas neste domingo (9) no L�bano, um dia ap�s uma enorme mobiliza��o marcada por ataques a minist�rios lan�ados por manifestantes irritados contra uma classe dominante acusada de neglig�ncia ap�s as explos�es devastadoras em Beirute.

Diante da magnitude da trag�dia e da indigna��o da popula��o que exige a sa�da de todo o governo, a ministra da Informa��o, Manal Abdel Samad, anunciou sua ren�ncia, a primeira de uma autoridade governante.

Para ajudar o pa�s, a Fran�a organizou uma confer�ncia internacional por videoconfer�ncia neste domingo � tarde, tr�s dias ap�s a visita do presidente Emmanuel Macron a Beirute.

A trag�dia foi causada na ter�a-feira por 2.750 toneladas de nitrato de am�nio armazenadas por seis anos no porto de Beirute "sem medidas de precau��o", segundo admitiu o pr�prio primeiro-ministro Hassan Diab.

A deflagra��o provocou uma cratera de 43 metros de profundidade, de acordo com uma fonte de seguran�a.

Enquanto cerca de 20 pessoas ainda est�o desaparecidas, as buscas continuam nas ru�nas do porto devastado, mesmo que as chances de encontr�-las estejam diminuindo. De acordo com o �ltimo balan�o oficial, 158 pessoas morreram e 6.000 ficaram feridas na trag�dia.

Em um L�bano j� atingido por uma crise econ�mica sem precedentes agravada pela pandemia de COVID-19, a raiva aumenta entre a popula��o.

Bairros inteiros da capital foram devastados pelas explos�es e centenas de milhares de libaneses ficaram desabrigados.

- "Preparem as forcas" -

Esta trag�dia, que ilustra a incapacidade do poder, deu f�lego novo � contesta��o sem precedentes lan�ada no final de 2019.

Neste domingo, nas redes sociais, novos protestos eram convocados � tarde na Pra�a dos M�rtires, no cora��o de Beirute.

"Preparem as forcas, porque nossa raiva n�o ser� extinta da noite para o dia", diziam postagens online.

Desemprego, servi�os p�blicos decadentes, condi��es de vida dif�ceis: uma revolta estourou em 17 de outubro de 2019 para exigir a sa�da de toda a classe pol�tica, quase inalterada por d�cadas. Mas a crise econ�mica se agravou e um novo governo institu�do foi contestado. E o movimento perdeu for�a, especialmente com o novo coronav�rus.

No s�bado, os manifestantes invadiram brevemente os minist�rios das Rela��es Exteriores, da Economia e da Energia, bem como a Associa��o de Bancos, sinalizando um endurecimento da contesta��o.

Milhares de libaneses se reuniram na Pra�a dos M�rtires, brandindo vassouras e p�s, em um momento em que a pr�pria popula��o realiza as opera��es de limpeza, sem que o governo tenha tomado medidas.

Os manifestantes tamb�m montaram forcas improvisadas, exigindo que os l�deres fossem enforcados.

Grupos de manifestantes tentaram furar as barreiras de seguran�a protegendo o Parlamento. As for�as de seguran�a dispararam g�s lacrimog�neo e balas de borracha contra os manifestantes, que atiraram pedras de volta.

- "Crime contra Humanidade" -

Em um hotel da pra�a, um membro das for�as de seguran�a morreu em uma queda fatal no s�bado ap�s ser atacado por "desordeiros", segundo a pol�cia.

Cerca de 65 feridos nos confrontos foram hospitalizados e 185 tratados no local, de acordo com a Cruz Vermelha Libanesa.

"Depois do enorme desastre em Beirute, eu apresento minha ren�ncia", disse Abdel Samad. "Pe�o desculpas aos libaneses, n�o conseguimos atender �s suas expectativas".

"N�o basta a demiss�o de um deputado aqui, de um ministro acol�", lan�ou, durante seu serm�o, o patriarca maronita B�chara Ra�, que goza de importante influ�ncia.

� necess�rio, "pela sua grav�ssima responsabilidade, a ren�ncia de todo o governo (...)" e elei��es antecipadas, declarou, evocando um "crime contra a Humanidade".

No s�bado, Diab anunciou que propor� elei��es legislativas antecipadas e disse que permaneceria no poder "por dois meses", enquanto as for�as pol�ticas se entendem em um pa�s onde o poderoso movimento armado pr�-iraniano Hezbollah domina a vida pol�tica.

A ajuda internacional continua chegando ao L�bano. A Fran�a montou uma "ponte a�rea e mar�tima" para entregar mais de 18 toneladas de ajuda m�dica e quase 700 toneladas de ajuda alimentar.

Uma videoconfer�ncia de doadores est� programada para 12h00 GMT (9h00 de Bras�lia), co-organizada pela Fran�a e pela ONU.

A opini�o p�blica libanesa n�o confia no governo, e Macron enfatizou que a ajuda internacional iria diretamente para as popula��es e ONGs.

Apelando aos l�deres libaneses por uma "mudan�a profunda", ele advertiu que n�o poderia "dar cheques em branco para sistemas que n�o t�m mais a confian�a de seu povo."


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