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Estado de Minas

Ren�ncias de ministros se sucedem no L�bano, onde a indigna��o persiste


10/08/2020 11:43

Mais dois ministros renunciaram nesta segunda-feira (10) no L�bano, enfraquecendo ainda mais uma classe pol�tica responsabilizada pelas explos�es mortais do porto de Beirute, enquanto a indigna��o nas ruas n�o enfraquece.

Quase uma semana depois da trag�dia que deixou pelo menos 160 mortos, 6.000 feridos e destruiu parte da capital, as autoridades, acusadas de corrup��o, neglig�ncia e incompet�ncia, ainda n�o responderam � principal pergunta: por que uma grande quantidade de nitrato de am�nio estava armazenada no porto, no cora��o da cidade?

As explos�es foram provocadas por um inc�ndio no armaz�m onde 2.750 toneladas de nitrato de am�nio estavam armazenadas h� seis anos sem "medidas de preven��o", segundo admitiu o pr�prio primeiro-ministro, Hassan Diab.

O presidente Michel Aoun, cada vez mais contestado, rejeitou uma investiga��o internacional. E as autoridades n�o informaram sobre o andamento da investiga��o local.

Diante da magnitude da trag�dia e da raiva de uma popula��o cansada, o ministros das Finan�as, Ghazi Wazni, e a ministra da Justi�a, Marie-Claude Najm, anunciaram nesta segunda-feira suas ren�ncias, o que eleva a quatro os pedidis de demiss�o de integrantes do Executivo ap�s a trag�dia.

No domingo, a ministra da Informa��o, Manal Abdel Samad, e o ministro do Meio Ambiente, Damianos Kattar, deixaram o governo. Nove deputados tamb�m renunciaram aos cargos.

"A ren�ncia de ministros n�o � suficiente. Eles devem ser responsabilizados", disse Michelle, uma jovem manifestante que perdeu uma amiga na explos�o.

"Queremos um tribunal internacional que nos diga quem os matou, porque eles (os l�deres pol�ticos) v�o encobrir o caso", considerou.

- Buscas interrompidas -

Em caso de ren�ncia de at� sete ministros, isto significaria a dissolu��o do atual governo, mas o primeiro-ministro Hassan Diab afirmou que estaria disposto a permanecer dois meses no cargo at� a organiza��o de elei��es antecipadas em um pa�s dominado pelo movimento armado do Hezbollah, um aliado do Ir� e do regime s�rio de Bashar al-Assad.

Durante as manifesta��es de s�bado e domingo, reprimidas pelas for�as de seguran�a, os manifestantes pediram "vingan�a" contra a classe pol�tica totalmente desacreditada ap�s a trag�dia em um pa�s j� atingido por uma crise econ�mica sem precedentes agravada pela epidemia de COVID-19.

Elei��es antecipadas n�o s�o uma das principais reivindica��es das ruas, j� que o Parlamento � controlado por for�as tradicionais que elaboraram uma lei eleitoral cuidadosamente calibrada para servir aos seus interesses.

"Todos significa todos", proclamaram nos �ltimos dois dias os manifestantes, apelando � sa�da de todos os dirigentes. Ef�gies de muitos deles, incluindo de Michel Aoun e Hassan Nasrallah, l�der do Hezbollah, foram penduradas em forcas durante os protestos.

"H� apenas uma pessoa que controla este pa�s, � Hassan Nasrallah", afirmou um dos nove deputados que anunciou sua ren�ncia, Nadim Gemayel. "Para eleger um presidente, nomear um primeiro-ministro (...) voc� precisa da autoriza��o de Hassan Nasrallah".

No local da explos�o, os socorristas perderam a esperan�a de encontrar mais sobreviventes. Restam menos de 20 pessoas desaparecidas, segundo as autoridades.

"Exigimos que as buscas continuem", afirmou nas redes sociais Emilie Hasrouty, cujo irm�o de 38 anos trabalhava no porto e estaria sob os escombros.

- Mais de EUR 250 milh�es de ajuda -

Na noite de domingo, os moradores acenderam velas em um morro com vista para o porto, para homenagear as v�timas.

Ao mesmo tempo, violentos confrontos ocorreram no centro da cidade pelo segundo dia consecutivo entre manifestantes e for�as de seguran�a que dispararam g�s lacrimog�neo e balas de borracha.

A trag�dia da semana passada deu novo espa�o � contesta��o popular desencadeada em 17 de outubro de 2019 para denunciar a corrup��o dos dirigentes, mas que havia perdido o f�lego com a pandemia do coronav�rus.

A comunidade internacional, que h� anos clama por reformas e pelo combate � corrup��o por parte de Beirute, voltou a mostrar durante uma videoconfer�ncia no domingo presidida pela Fran�a e a ONU que n�o confia nas autoridades libanesas.

V�rios pa�ses anunciaram que v�o distribuir "diretamente" � popula��o os 252,7 milh�es de euros de ajuda prometida �s v�timas das explos�es.

E exigiram uma investiga��o "transparente" sobre as causas do desastre que deixou quase 300.000 desabrigados, aos quais o governo ainda n�o prestou assist�ncia.


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