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Estado de Minas

Coveiros: '�ltima linha' da pandemia, sobrecarregados por tanta morte no Chile


12/08/2020 10:55

Acostumados a lidar com a morte em seu trabalho, a pandemia colocou os coveiros � prova: "Tem sido forte na parte emocional e f�sica", afirma um deles no Cemit�rio Geral de Santiago, o maior e mais antigo do Chile.

Sobrecarregados e em sil�ncio, eles constituem a "�ltima linha" no combate ao coronav�rus, que colocou este pa�s de 18 milh�es de habitantes entre os 10 primeiros com mais casos e mortes por milh�o de habitantes no mundo.

Neste cemit�rio gigantesco -de 86 hectares- hoje enterram-se entre tr�s ou quatro vezes mais mortos do que o normal, mas h� poucas semanas o tr�nsito de cad�veres era 10 vezes maior, sendo sua grande maioria mortes por COVID-19, que deixou mais de 375.000 casos e quase 14.000 mortos no pa�s.

"Terminamos todos mortos de cansa�o e � um estresse, n�o f�sico mas psicol�gico, porque trabalhar aqui com a dor de toda essa gente, que nem sequer teve tempo de vir com toda a sua fam�lia para se despedir de seu parente, � forte", disse Fernando Quezada, assistente funer�rio do Cemit�rio Geral.

Como todos os cemit�rios do Chile, o Cemit�rio Geral de Santiago est� fechado desde mar�o. As visitas est�o proibidas e toda a vida ao seu redor tamb�m est� paralisada, em uma �rea movimentada da capital antes da quarentena imposta pela pandemia.

- Ruptura -

Na equipe de sete coveiros em que Fernando trabalha, eles pr�prios sofreram as consequ�ncias do coronav�rus. Cinco deles adoeceram de COVID e tiveram que enterrar um dos vigias de t�mulos com quem conviviam diariamente.

"Esta �poca tem sido dif�cil na parte emocional e f�sica", disse Cristi�n Mu�oz, de 41 anos. Ele se infectou com COVID-19: "Fomos caindo aos poucos; gra�as a Deus foram sintomas leves", conta.

Mas a dor mais forte de que este coveiro se lembra foi a de ter enterrado um de seus amigos: Mario, que faleceu pelo coronav�rus.

"Estamos acostumados a trabalhar com a morte e a ver a dor alheia, e isso nos torna um pouco mais duros, mas n�o mais. Porque quando aconteceu com Mario, doeu", afirma.

Por protocolo, para todos os enterros de mortos pelo coronav�rus, os coveiros do Cemit�rio Geral usam uma roupa especial, luvas, m�scaras e prote��o para a cabe�a. Os cad�veres chegam do necrot�rio selados e os caix�es fechados. � permitido at� 20 pessoas por enterro, mas recomenda-se um n�mero ainda menor de participantes.

Apesar do cansa�o, numa pausa entre os enterros, Quezada se sente satisfeito de poder entregar os �ltimos p�sames. "� a �ltima ajuda dada �s pessoas para que possam passar pelo luto tranquilamente", afirma.


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