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Estado de Minas

Epidemias, um outro risco do aquecimento global


17/08/2020 10:31

O despertar de um v�rus pr�-hist�rico congelado, o ressurgimento da var�ola, a dengue que se instala na Europa, entre outras hip�teses dignas de filmes de cat�strofe, est�o sendo seriamente estudadas pelos cientistas, preocupados com o risco de epidemias ligadas ao aquecimento global.

A pandemia de COVID-19, com seu v�rus sem d�vida procedente de um morcego, exp�s os perigos das interfer�ncias cada vez mais significativas entre as atividades humanas e a natureza.

Mas o risco de epidemias tamb�m pode ser gerado pelas mudan�as clim�ticas, que provocam o deslocamento de mosquitos portadores da mal�ria ou da dengue, e o in�cio do degelo do permafrost, onde micr�bios de outras �pocas est�o presos.

"Nosso maior inimigo � nossa pr�pria ignor�ncia, porque a natureza est� cheia de microorganismos", principalmente no permafrost, "verdadeira caixa de pandora", disse � AFP Birgitta Evengard, microbiologista da Universidade de Umea, na Su�cia.

Uma parte "importante" dos solos permanentemente congelados pode se descongelar em 2100, liberando dezenas ou centenas de bilh�es de toneladas de g�s de efeito estufa, segundo os especialistas do clima da ONU (Giec).

E n�o � s� isso. "Os microorganismos podem sobreviver em um meio congelado por muito tempo", alerta o professor Vladimir Romanovsky, da Universidade de Alasca, em Fairbanks.

- Mamutes e neandertais -

Esses organismos revividos atacam somente as amebas. Mas nessas regi�es geladas, "os neandertais, mamutes e rinocerontes peludos adoeceram, morreram, ca�ram. � poss�vel que todos os v�rus que causaram seus problemas ainda estejam no solo", alerta o professor Jean-Michel Claverie.

O n�mero de bact�rias ou v�rus aprisionados � incalcul�vel. O que preocupa � saber se s�o perigosos e, neste ponto, os cientistas est�o divididos.

"O antraz prova que uma bact�ria pode dormir no permafrost por centenas de anos e ser revivida", destaca Birgitta Evengard.

Em 2016, na Sib�ria, uma crian�a morreu v�tima de antraz mesmo essa bact�ria tendo desaparecido da regi�o h� 75 anos.

Outros pat�genos conhecidos, como os v�rus da gripe de 1917 ou da var�ola, tamb�m estariam preservados nas camadas geladas dos cemit�rios �rticos onde as v�timas de velhas epidemias foram enterradas.

O "verdadeiro perigo", segundo o professor Claverie, estaria nas camadas profundas que podem ter 2 milh�es de anos e que potencialmente escondem pat�genos desconhecidos.

Mas, em todo caso, esses pat�genos precisariam de um hospedeiro para sobreviver. Um encontro que a mudan�a clim�tica pode proporcionar.

- Doen�as tropicais -

O aquecimento global pode se tornar tamb�m um bom aliado para v�rus mais atuais, que j� causam estragos no mundo.

Mal�ria, dengue, chikungunya, zika... Alguns mosquitos vetores de doen�as tropicais podem chegar � Europa e � Am�rica do Norte.

� preciso um hospedeiro, assim como "condi��es espec�ficas de temperatura para que o pat�geno possa se reproduzir no mosquito", diz Cyril Caminade, epidemiologista da Universidade de Liverpool.

At� o momento, o Centro Europeu de Preven��o e Controle de Doen�as (ECDC) relatou apenas alguns casos aut�ctones de doen�as que podem ser transmitidas: cerca de quarenta casos de dengue entre 2010 e 2019, dois casos de zika na Fran�a em 2019 e v�rias centenas de casos de chikungunya entre 2007 e 2017, principalmente na It�lia.

O Aedes aegypti, principal vetor da dengue, tamb�m est� sob vigil�ncia.

"Um aumento da temperatura m�dia poderia levar a uma transmiss�o sazonal da dengue no sul da Europa se o A.aegypti infectado pelo v�rus se estabelecer", alerta o ECDC.

J� o risco de retorno da mal�ria nas regi�es onde j� foi end�mica, na Europa e Am�rica do Norte, � menos claro.


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