
Israel mant�m negocia��es secretas com l�deres �rabes e mu�ulmanos a respeito da normaliza��o de suas rela��es, revelou nesse domingo (30) o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, na v�spera da inaugura��o do primeiro voo comercial direto entre o Estado judaico e os Emirados �rabes Unidos.
Desde o an�ncio do dia 13, feito por Washington, da normaliza��o das rela��es entre Israel e os Emirados, que mant�m la�os informais h� anos, os telefonemas entre os ministros aumentaram, e foram fechados os primeiros contratos comerciais. No s�bado, Abu Dhabi revogou uma lei de 1972 que institu�a um boicote a Israel.
Em viagem pelo Oriente M�dio na semana passada, com passagem por Sud�o, Bahrein e Om�, o secret�rio de Estado americano, Mike Pompeo, tentou convencer outros pa�ses da regi�o a seguirem o exemplo dos Emirados �rabes. Nos �ltimos meses, Netanyahu j� havia falado com l�deres do Sud�o, do Chade e de Om�.
"Estas s�o as reuni�es conhecidas. Mas h� muito mais reuni�es n�o informadas pela m�dia com l�deres �rabes e mu�ulmanos para normalizar as rela��es com o Estado de Israel", disse o premi�, sem revelar os pa�ses envolvidos nas conversa��es. Analistas acreditam que Sud�o e Bahrein poder�o em breve seguir os passos dos Emirados.
"Os avan�os de hoje ser�o o padr�o de amanh�. Eles abrir�o o caminho para outros pa�ses normalizarem suas rela��es com Israel", declarou Netanyahu, juntamente com o conselheiro s�nior da Casa Branca Jared Kushner, genro do presidente Donald Trump, e com o conselheiro de Seguran�a Nacional dos EUA, Robert O'Brien.
At� agora, a paz com os palestinos era considerada uma precondi��o para qualquer normaliza��o das rela��es entre Israel e o mundo �rabe e mu�ulmano.
Mas, nos �ltimos anos, Israel tentou inverter essa equa��o para convencer os pa�ses �rabes a normalizar suas rela��es, sem esperar a assinatura de paz com os palestinos. A Autoridade Palestina criticou o acordo entre Israel e os Emirados �rabes, que descreveu como uma "trai��o" de Abu Dhabi, apesar de o governo �rabe destacar que seguir� sendo um forte apoiador dos palestinos e o acordo mant�m aberta a possibilidade de uma solu��o para o conflito com Israel que defenda a cria��o de dois Estados.
No acordo de normaliza��o de rela��es diplom�ticas com os Emirados, Israel apenas se comprometeu a suspender, por tempo indeterminado, os planos de Netanyahu de anexar uma parte ocupada da Cisjord�nia.
"Se f�ssemos esperar pelos palestinos, esperar�amos para sempre", disse Netanyahu.
Ao seu lado, Kushner descreveu o acordo com os Emirados como "um passo gigante" e disse que "nunca foi t�o otimista em rela��o � paz" no Oriente M�dio quanto agora, apesar da recusa dos l�deres palestinos a retomarem as negocia��es com Israel com base no plano de Trump.
Anunciado em janeiro, este projeto, descrito ontem como "uma oferta amig�vel e realista" por Kushner, prev� a cria��o de um Estado palestino, mas em um territ�rio reduzido e descont�nuo na Cisjord�nia ocupada, parte da qual (cerca de 30%) seria anexada por Israel.
Como prova da vontade de avan�ar rapidamente para a normaliza��o com Abu Dhabi, uma delega��o americano-israelense embarca hoje de manh� no primeiro voo comercial direto entre Israel e os Emirados.
O voo LY971, da empresa israelense El-Al, cujo avi�o est� inscrito com as palavras "Peace, salam, shalom", decolou do aeroporto Ben-Gurion de Tel-Aviv com destino a Abu Dhabi, levando funcion�rios de alto escal�o do governo de Israel e dos EUA, entre eles Kushner.
O acordo mediado pelos EUA representou uma vit�ria diplom�tica de Trump que pode ajudar o candidato republicano nas elei��es de 3 de novembro. (Com ag�ncias internacionais).
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.