A ONG Greenpeace estendeu, nesta sexta-feira (11), uma faixa gigante na fachada da sede da Comiss�o Europeia, em Bruxelas, para denunciar o desmatamento da floresta amaz�nica, especialmente no Brasil, com uma mensagem categ�rica: "Amaz�nia queima, Europa � culpada".
Colocada de madrugada na fachada da sede do Executivo europeu, a faixa mostra a imagem da vegeta��o em chamas. Em um dado momento, dois alpinistas que desceram com cordas do topo do pr�dio usaram dispositivos de fuma�a reais nas laterais do enorme banner.
"Os inc�ndios na Amaz�nia est�o longe, mas a Europa est� jogando petr�leo nas chamas. Ao comprar soja e outros produtos de �reas desmatadas, a Europa � c�mplice da destrui��o", denunciou Sini Erajaa, ativista respons�vel pela campanha agr�cola e florestal do Greenpeace.
"Os europeus deveriam poder fazer compras sabendo que nenhum item em seu supermercado contribuiu para inc�ndios florestais, ou viola��es dos direitos humanos. Precisamos de uma lei europeia forte", insistiu ele, em um comunicado.
Segundo o Greenpeace, com suas importa��es de carne bovina, soja, �leo de palma, caf�, ou cacau, a UE � "respons�vel por mais de 10% do desmatamento no mundo".
"As empresas se comprometeram voluntariamente, h� uma d�cada, a acabar com o desmatamento em sua cadeia de abastecimento. Mas n�o funcionou", declarou � AFP S�bastien Snoeck, ativista do Greenpeace que estava na frente do pr�dio da Comiss�o.
Esses produtos "continuam a serem importados pela Europa com muito pouco controle", afirmou Snoeck.
Segundo ele, "n�o podemos contar" com o governo do presidente Jair Bolsonaro para proteger a maior floresta tropical do mundo, onde os inc�ndios aumentaram 28% em julho de 2020, em rela��o a julho de 2019.
Por isso mesmo, preocupa o vasto acordo comercial ainda n�o ratificado entre UE e Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Cada vez mais Estados-membros expressam sua forte relut�ncia em validar este acordo, devido � amea�a ambiental no Brasil.
Embora a Comiss�o Europeia tenha acabado de lan�ar uma consulta p�blica para refinar sua estrat�gia contra o desmatamento, "� bom lembrar que compromissos volunt�rios n�o funcionaram, e que a��es muito concretas devem ser tomadas", argumentou Snoeck.