Uma equipe internacional de paleont�logos descobriu em um peda�o de �mbar analisado no Mianmar, no sudeste asi�tico, alguns espermatozoides fossilizados de um min�sculo crust�ceo que teria 100 milh�es de anos. S�o os mais antigos encontrados at� hoje.
Conforme explicado pelo time de pesquisadores liderado pelo Dr. Wang, da Academia Chinesa de Ci�ncias, em artigo publicado nesta quarta-feira (15) na prestigiosa revista cient�fica Journal of Royal Society, at� ent�o, o mais antigo esperma fossilizado encontrado tinha 17 milh�es de anos.
Esses espermatozoides pertencem a um ostracode chamada pelos cientistas de "Myanmarcypris hui", esp�cie de 500 milh�es de anos que mede menos de um mil�metro e est� atualmente presente em oceanos, lagos e rios.
Durante o per�odo Cret�ceo, que come�ou h� 145 milh�es de anos e terminou h� 66 milh�es, os ostracodes estudados provavelmente viveram nas costas do atual Mianmar, onde ficaram presos em um aglomerado de resina de �rvore.
Os espermatozoides descobertos foram encontrados dentro de um esp�cime feminino, indicando que ele foi fertilizado antes de ficar preso no �mbar. A outra peculiaridade � que esses espermatozoides s�o considerados "gigantes" porque podem ser quatro vezes maior que o macho progenitor.
"Isso equivaleria a (um espermatozoide) de 7,30 metros em um homem de 1,70 metros, ou seja, � preciso muita energia para produzi-los!", explicou � AFP Renate Matzke-Karasz, da Universidade Ludwig-Maximilians de Munique, que � coautora do estudo.
Trata-se, portanto, de uma exce��o, j� que todos os machos, inclusive o homem, produzem dezenas de milh�es de min�sculos espermatozoides. Mas esse ostracode favorece a qualidade de seu esperma em vez da quantidade.
Segundo a pesquisadora, a f�mea tamb�m teria um papel muito importante no processo, pois seus �rg�os reprodutivos precisam se adaptar para receber esse espermatozoide gigante.
Esta descoberta mostra que "a reprodu��o com espermatozoides gigantes n�o � uma aberra��o da evolu��o em vias de extin��o, mas uma importante vantagem a longo prazo para a sobreviv�ncia da esp�cie", disse Matzke-Karasz.