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Estado de Minas

Fran�a se op�e ao acordo UE-Mercosul e aponta 'grande problema' do desmatamento


18/09/2020 11:37

A Fran�a continua se opondo ao acordo comercial entre a Uni�o Europeia (UE) e o Mercosul em seu estado atual e considera o desmatamento um problema "maior" - informou o governo nesta sexta-feira (18).

Ap�s receber relat�rio de um comit� de especialistas independentes, alertando para os riscos ambientais que a entrada em vigor desse acordo acarretaria, o governo franc�s apresentou tr�s "exig�ncias" para a continuidade das negocia��es. Entre elas est� o respeito ao Acordo de Paris sobre as mudan�as clim�ticas.

Exige tamb�m que as importa��es para o bloco procedentes dos pa�ses do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai) respeitem as normas sanit�rias e ambientais europeias.

"O desmatamento coloca em risco a biodiversidade e altera o clima. O relat�rio (...) confirma a posi��o da Fran�a de se opor ao projeto", tuitou o primeiro-ministro Jean Castex.

O Executivo franc�s lamentou que o projeto de acordo "n�o cont�m nenhum dispositivo que permita disciplinar as pr�ticas dos pa�ses do Mercosul no combate ao desmatamento. Isso � o principal ponto que falta neste acordo e o principal motivo pelo qual, no estado atual, as autoridades francesas se op�em ao projeto".

Al�m disso, a Fran�a rejeita "a falta de ambi��o" do texto atual, no que se refere a quest�es ambientais.

O relat�rio foi encomendado pelo governo franc�s no ano passado para avaliar o impacto desse acordo de livre-com�rcio assinado no ano passado, ap�s duas d�cadas de negocia��es.

"O acordo representa uma oportunidade desperdi�ada para a UE usar seu poder de negocia��o para obter garantias s�lidas que respondam" �s "expectativas ambientais, de sa�de e (...) sociais dos seus concidad�os", concluiu a comiss�o de especialistas presidida pelo economista Stefan Ambec.

Concretamente, avalia-se o risco de desmatamento ao estimular a �rea adicional de pastagens que seriam necess�rias ao Mercosul para suprir o aumento da produ��o de carne bovina destinada � UE (entre 2% e 4%) e conclui em "uma acelera��o anual de 5%".

O relat�rio estima tamb�m "entre 4,7 e 6,8 milh�es de toneladas equivalentes de CO2" o aumento de emiss�es de gases de efeito estufa gerado pelo acordo e questiona se os "ganhos econ�micos" superam "os custos clim�ticos", com base em um valor de carbono de 250 euros por tonelada.

Lamenta, ao mesmo tempo, que, embora o texto cite o Acordo de Paris contra a mudan�a clim�tica, n�o haja "condi��es espec�ficas" para ambas as partes enfrentarem "suas responsabilidades com as gera��es futuras".

O presidente Emmanuel Macron j� havia se manifestado contra esse acordo no ano passado, em meio a uma crise diplom�tica com o brasileiro Jair Bolsonaro, decorrente dos inc�ndios na Amaz�nia.

No entanto, "a Fran�a n�o quer parar tudo, pelo contr�rio, queremos bater no ferro enquanto est� quente", disse uma fonte do Executivo.

As tr�s "exig�ncias" formuladas pelo governo s�o: que o acordo n�o pode em "nenhum caso causar aumento do desmatamento", que as "pol�ticas p�blicas do Mercosul estejam plenamente de acordo com seus compromissos com o Acordo de Paris" e que o os produtos agroalimentares importados com acesso preferencial respeitam as normas europeias de sa�de e ambientais.

Al�m da Fran�a, diversos pa�ses, como Alemanha, B�lgica, Irlanda e �ustria, expressaram recentemente sua relut�ncia em prosseguir com o acordo, principalmente devido ao desmatamento.

At� a chanceler alem�, Angela Merkel, cujo pa�s defendeu por muito tempo o acordo comercial, expressou pela primeira vez em agosto "s�rias d�vidas" quanto a sua aprova��o.

Para que entre em vigor, todos os parlamentos nacionais da UE t�m de ratific�-lo.

Dezenas de ONGs tamb�m se mobilizaram nas �ltimas semanas na Fran�a contra esse acordo.

O coletivo Stop-Ceta, que re�ne in�meras ONGs, sindicatos e partidos pol�ticos, pediu nesta sexta-feira o seu abandono, julgando "implac�vel" o relat�rio da comiss�o de especialistas.

Especificamente, o grupo pediu a Macron que fa�a "em Bruxelas o que ele disse em Paris" e construa "uma alian�a de Estados membros capaz de bloquear o acordo a partir do momento em que seja submetido a exame no Conselho Europeu".

De acordo com uma pesquisa recente da YouGov, realizada com mais de 5.000 pessoas na Espanha, Alemanha, Fran�a e Holanda, 3 em cada 4 entrevistados querem interromper o neg�cio se contribuir para o desmatamento e prejudicar o meio ambiente.


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