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Estado de Minas INTERNACIONAL

Nova gera��o se despede de Ruth Ginsburg, �cone do feminismo


20/09/2020 08:20

Logo que foi anunciada a morte de Ruth Bader Ginsburg, dezenas de pessoas come�aram a chegar �s escadarias da Suprema Corte, em Washington. Mulheres jovens colocavam velas, flores e cartazes enquanto uma pequena multid�o silenciosa se juntava numa fria noite de sexta-feira para homenagear o �cone do movimento feminista.

Enquanto a maioria sentava no ch�o e abra�ava amigos, Taylor Edwards, de 22 anos, olhava a cena sozinha, apoiada em uma das largas colunas do pr�dio neocl�ssico do tribunal. Com olhos marejados, ela decidiu se separar do grupo de colegas com quem chegou. "Eu nem consigo conversar com meus amigos, perdi as palavras. Estou me sentindo atordoada, sentindo a import�ncia desse momento, mas eu sei que isso n�o ser� � toa", afirmou a estudante.

Para ela, dizer que Ginsburg - ou RBG, como ficou conhecida ao se tornar s�mbolo pop do feminismo - � uma inspira��o � "puro eufemismo". "� mais do que isso. � t�o raro ter uma mulher ju�za da Suprema Corte e ainda t�o impactante como ela", disse Taylor, que � de Austin, no Texas, mas estava na capital no final de semana. "Hoje n�o ser� minha �ltima vez aqui, eu sinto isso. Eu n�o vou deixar o legado da RBG ser jogado fora. Estou determinada a seguir os passos dela. Eu estarei aqui. Como ju�za ou como advogada. Eu estarei aqui."

Ruth Bader Ginsburg foi uma das nove mulheres da turma de 500 alunos da Faculdade de Direito de Harvard nos anos 50. Sua trajet�ria de luta contra a discrimina��o de g�nero a fizeram um s�mbolo dos direitos das mulheres antes de chegar � Suprema Corte. Nomeada por Bill Clinton, em 1993, ela foi a segunda mulher de apenas quatro a ocupar a cadeira na hist�ria do pa�s. Ginsburg virou o s�mbolo do empoderamento feminino e os cartazes colocados � luz de velas por jovens mulheres traziam o agradecimento das novas gera��es. "N�o consigo imaginar um mundo sem Ruth Bader Ginsburg e o que ela conquistou pelos direitos das mulheres, pelos meus direitos. Sinto muito respeito", afirmou Olivia Cholewcynski, de 19 anos.

Ao lado das amigas Sylvia Hensley e Olivia Ploch, da mesma idade, as jovens falam da admira��o pela deputada Alexandria Ocasio-Cortez, a mais jovem da C�mara, quando perguntadas sobre quem mais as inspira no cen�rio pol�tico do pa�s. As tr�s, assim como Taylor, dizem estar "assustadas" com o futuro da Corte e afirmam que os EUA est�o "longe de ser um pa�s perfeito em igualdades". "Se ficar pior, ser� assustador. Como mulher negra, � parte da minha realidade ficar assustada com o futuro e com as ramifica��es de uma decis�o como essa", afirmou Taylor.

"Apesar de saber que nem todos concordam com a decis�o Roe vs. Wade (precedente que reconheceu o direito ao aborto nos EUA), ela foi importante porque deu o poder de decis�o �s mulheres. Se permitirmos que os homens decidam por n�s sobre os nossos corpos, seremos desiguais para sempre", afirmou Olivia.

O presidente Donald Trump afirma que a nomea��o de mais um juiz conservador para a Corte na vaga de Ginsburg seria o suficiente para reverter o precedente da d�cada de 70 que autoriza o aborto.

A poucos metros de Taylor, a guia tur�stica Clara Sachs, de 60 anos, sabia que aquela n�o seria sua �ltima vez em frente � Suprema Corte. Desde o in�cio dos anos 90, conta, frequenta a pra�a em frente ao tribunal em protestos pelos direitos civis. "Ruth Bader Ginsburg era uma advogada pelos direitos de mulheres e minorias na mesma �poca", afirmou. "Em respeito e admira��o por ela, eu precisava estar aqui, no mesmo lugar de antes, onde j� estive tantas vezes."

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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