O governo espanhol anunciou nesta quarta-feira (30) um acordo para ampliar as restri��es de mobilidade que visam conter o cont�gio pelo coronav�rus. A ideia � estender as medidas j� em vigor em algumas �reas de Madri para toda a capital e outras �reas da regi�o onde a situa��o epidemiol�gica � preocupante.
A norma elaborada pelo Minist�rio da Sa�de prev� impor � capital de 3,2 milh�es de habitantes e munic�pios vizinhos as medidas j� em vigor desde a semana passada nas �reas mais afetadas: os moradores n�o podem deixar seus bairros a n�o ser para trabalhar, ir ao m�dico ou levar seus filhos � escola.
"Este acordo foi aprovado pela ampla maioria", disse o ministro da Sa�de, Salvador Illa, ap�s reuni�o com autoridades de todas as regi�es aut�nomas do pa�s, competentes em mat�ria de sa�de.
O chefe da sa�de de Madri, Enrique Ruiz Escudero, por�m, disse em coletiva de imprensa que o acordo "n�o � legalmente v�lido" porque n�o foi aprovado por unanimidade na reuni�o.
Embora algumas regi�es tenham votado contra a norma, incluindo Madri, o decreto "deve que entrar em vigor" assim que for publicado no di�rio oficial do Estado, em data ainda a ser determinada, afirmou Illa, que disse n�o considerar "que uma decis�o colegiada que afeta a sa�de p�blica n�o seja adotada". "A situa��o em Madri � complexa e preocupante", acrescentou.
O governo do socialista Pedro S�nchez pressionava h� semanas Madri, comandada pela direita, para estender a toda a capital e a alguns munic�pios vizinhos as restri��es em vigor desde a semana passada nos bairros mais prejudicados.
Agora, essas medidas ser�o aplicadas �s �reas que tiveram uma incid�ncia de mais de 500 casos por 100 mil habitantes nas �ltimas duas semanas, uma taxa de ocupa��o das unidades de terapia intensiva maior que 35% (em Madri � de 40%, segundo Illa) e um percentual de resultados positivos nos testes de PCR de 10%.
Na pr�tica, isso significa que as regras precisam ser aplicadas em v�rios munic�pios da Comunidade de Madri, que cumprem os tr�s pressupostos, a come�ar pela capital, onde vivem 3,2 milh�es de pessoas. H� na cidade uma incid�ncia acumulada nos �ltimos 14 dias de 777 casos confirmados por 100 mil habitantes, segundo dados oficiais.
Nessas �reas, outras restri��es tamb�m entrar�o em vigor, como redu��es de capacidade e hor�rios de lojas e bares.
Nos �ltimos dias, v�rias manifesta��es reuniram centenas de pessoas para protestar contra o confinamento parcial.
"Mesmo n�o sendo m�dica, h� coisas que n�o batem: por que posso ir trabalhar e n�o passear?", apontou a professora de Ci�ncia Pol�tica Paloma Rom�n � AFP. Ela alertou para um poss�vel "conflito social" em um momento em que "os pol�ticos n�o passam confian�a".
Para impor o confinamento, o governo teve que decretar estado de alarme, um regime de emerg�ncia que lhe permite assumir poderes no �mbito da sa�de, que depois voltar�o a caber �s regi�es.
Com quase 770 mil casos notificados e 31.800 mortes, a Espanha � um dos pa�ses mais afetados pela pandemia do novo coronav�rus.