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Estado de Minas

Amea�ada, fam�lia de v�tima de estupro coletivo na �ndia recebe prote��o policial


02/10/2020 13:01

Um tribunal da �ndia ordenou que seja oferecida prote��o policial � fam�lia de uma jovem v�tima de estupro coletivo e assassinada por quatro homens de casta "superior", depois que seu irm�o disse temer repres�lias.

A jovem, de 19 anos, foi violentada em meados de setembro e morreu esta semana. Este novo epis�dio gerou indigna��o e reacendeu o debate sobre a viol�ncia sexual na �ndia, especialmente sobre os ataques a mulheres de castas "inferiores".

Com seu povoado natal, no estado de Uttar Pradesh, no norte do pa�s, isolado por centenas de policiais, o irm�o da v�tima disse na quinta-feira, a uma emissora de televis�o indiana, que a fam�lia tem medo.

"N�o estamos seguros neste povoado. Eles podem fazer qualquer coisa. N�o confiamos na pol�cia, nem no governo. Nossos temores aumentaram", denunciou.

"Estamos no radar deles mais do que nunca. N�o v�o nos deixar viver. Podemos ter que deixar a cidade. N�o confiamos nos pol�ticos", acrescentou.

Ontem, o tribunal superior desse estado ordenou que as autoridades "garantam que ningu�m exer�a qualquer tipo de coer��o, influ�ncia, ou press�o, sobre os familiares da falecida, de modo algum".

O tribunal criticou duramente a pol�cia por cremar a jovem no meio da noite - contra a vontade da fam�lia e a tradi��o religiosa local -, depois que seu corpo foi transferido do hospital de Nova D�lhi.

Ela faleceu nesse estabelecimento na �ltima ter�a-feira, devido � gravidade dos ferimentos sofridos no ataque.

"A v�tima falecida foi tratada com extrema brutalidade pelos autores do crime, e o que se alega ter acontecido depois, se for verdade, equivale a perpetuar a mis�ria da fam�lia e adicionar sal �s suas feridas", disseram os ju�zes.

Os magistrados marcaram uma audi�ncia para 12 de outubro e convocaram a pol�cia e a fam�lia da v�tima.

- Pol�cia nega estupro -

A crema��o noturna alimentou ainda mais as alega��es de que a pol�cia local est� protegendo os suspeitos culpados - presos sob a acusa��o de estupro coletivo e de assassinato - e suas fam�lias de casta "superior" bem relacionadas.

Em um comunicado divulgado na quinta-feira, a pol�cia local disse que um relat�rio forense determinou que "nenhum estupro foi cometido".

O relat�rio - que, segundo a pol�cia, confirma os resultados de outras investiga��es anteriores - "exp�s a conspira��o daqueles que tentaram empurrar o Estado para um confronto entre as castas", disse o policial Prashant Kumar.

Essas alega��es contradizem, no entanto, as declara��es da v�tima e de sua m�e, e tamb�m as conclus�es do hospital de Nova D�lhi, quando a jovem foi internada, relata a imprensa local.

Especialistas questionam as provas periciais citadas pela pol�cia por terem ocorrido muito tempo ap�s o ataque (oito dias).

A advogada e ativista Mishika Singh disse � AFP que as descobertas "n�o foram, de forma alguma, evid�ncias conclusivas para dizer que nenhum estupro foi cometido".

"Ignorar a declara��o da v�tima quando ela estava morrendo, com base em um relat�rio forense inconclusivo, demonstra a investiga��o obscura que a pol�cia est� conduzindo", denunciou Singh.

A morte da jovem ocorreu meses depois de quatro homens serem enforcados pelo estupro coletivo e pelo assassinato de uma estudante, em um �nibus, em 2012, em Nova D�lhi. O caso se tornou um s�mbolo do drama da viol�ncia sexual na �ndia.

Este �ltimo incidente - e mais um estupro coletivo e assassinato nesta semana, na mesma �rea - gerou dias de protestos e marchas � luz de velas, bem como a condena��o por parte de estrelas de Bollywood, de ativistas e de pol�ticos.

Em 2019, uma m�dia de 87 estupros foi registrada na �ndia todos os dias, de acordo com dados divulgados na ter�a-feira pelo Escrit�rio Nacional de Registros Criminais, embora se acredite que um grande n�mero n�o tenha sido denunciado.


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