Diante do avan�o incans�vel do coronav�rus na Europa, a Fran�a anunciou nesta quarta-feira (28) um retorno ao confinamento de pelo menos um m�s e a Alemanha decretou dr�stico endurecimento de suas medidas sanit�rias. Enquanto isso, o mundo registrou um recorde de mais de meio milh�o de casos de covid-19 em um �nico dia.
A covid-19 causou quase 1,2 milh�o de mortes em mais de 44 milh�es de casos registrados em todo o planeta. Apenas no dia de ter�a-feira, foram registradas mais de 516 mil novas infec��es e 7.723 mortos, segundo um balan�o realizado pela AFP nesta quarta.
Na Fran�a, onde dois ter�os dos habitantes j� estavam sob toque de recolher noturno, o presidente Emmanuel Macron anunciou a seus cidad�os que a partir de sexta-feira eles dever�o voltar a ficar em casa para combater um v�rus que est� circulando "a uma velocidade que nem at� as previs�es mais pessimistas haviam estimado".
O confinamento, por�m, � menos rigoroso que o de seis meses atr�s: escolas, universidades, servi�os p�blicos, f�bricas e propriedades agr�colas poder�o continuar operando, para limitar o impacto econ�mico.
A Fran�a registrou 527 mortes por covid-19 na ter�a-feira - totalizando cerca de 36 mil desde o in�cio da epidemia - e mais da metade dos leitos de terapia intensiva j� est�o ocupados por pacientes com o v�rus, reconheceu Macron, n�meros que lembram o pior momento da primeira onda.
O presidente franc�s chegou a afirmar que, sem medidas dr�sticas, o pa�s poderia ter at� 400 mil mortes adicionais em poucos meses.
- Fechamentos na Alemanha -
Na Alemanha, restaurantes, bares, locais de entretenimento e institui��es culturais fechar�o por um m�s, a partir de segunda-feira. "Devemos agir e � agora", alertou a chanceler Angela Merkel.
Com quase 11 mil mortes, a Alemanha est� - como na primavera - melhor que Fran�a, Espanha ou It�lia. Mas as novas infec��es atingiram um recorde, com quase 15 mil em apenas um dia.
Outros pa�ses da Europa est�o em uma trajet�ria parecida, como a Rep�blica Checa, onde um toque de recolher noturno entrar� em vigor nesta quarta-feira.
As bolsas de valores entraram em colapso antes mesmo dos an�ncios: Frankfurt perdeu 4,2%, Paris, 3,4%. Wall Street seguiu: o �ndice Dow Jones caiu 3,43% e o Nasdaq 3,73%.
- Cansados da pandemia -
Mas as novas medidas s�o insuport�veis para muitas pessoas. Na It�lia, milhares de pessoas sa�ram �s ruas na segunda-feira � noite, com incidentes violentos em Mil�o e Turim, as duas grandes cidades do norte do pa�s, afetadas pela crise de sa�de na primeira onda da pandemia.
O governo italiano imp�s um toque de recolher em v�rias �reas importantes, com fechamentos de bares e restaurantes �s 18H00 e o fechamento total de academias, cinemas e salas de concertos.
Na Espanha, exaustos ap�s uma luta contra o coronav�rus por mais de seis meses, v�rios m�dicos do servi�o p�blico iniciaram na ter�a-feira uma greve nacional, a primeira em 25 anos, para exigir mais reconhecimento.
A prefeitura de Madri anunciou que usar� drones para evitar multid�es nos cemit�rios no dia 1� de novembro.
O Papa Francisco, por sua vez, anunciou que celebrar� a missa de Finados sem os fi�is, por causa da "senhora covid".
Em um esfor�o para melhorar sua resposta diante da segunda onda, a Uni�o Europeia anunciou hoje que destinar� 100 milh�es de euros (cerca de 117 milh�es de d�lares) para a compra de testes r�pidos de covid-19.
Uma not�cia excepcionalmente positiva surgiu na Finl�ndia: um experimento com c�es farejadores, treinados para detectar pessoas infectadas com o novo coronav�rus, apresentou resultados promissores, segundo an�ncio dos pesquisadores respons�veis pelo projeto na quarta-feira.
J� o Ir� anunciou nesta quarta-feira 415 mortos pela covid-19 nas �ltimas 24 horas, o que representa um novo recorde no pa�s mais afetado do Oriente M�dio.
O presidente da Arg�lia, Abdelmadjid Tebboune, de 74 anos, foi transferido para um hospital na Alemanha para "exames m�dicos mais amplos", disse um comunicado oficial, depois que foram detectados casos suspeitos de covid-19 em seu entorno.
- Paci�ncia -
Ao contr�rio da Europa, os comerciantes de Melbourne, sul da Austr�lia, sentiram um grande al�vio nesta quarta-feira com a reabertura de lojas e restaurantes ap�s mais de tr�s meses de confinamento.
Na Am�rica Latina, onde o coronav�rus atinge com for�a, a situa��o tamb�m � complicada em v�rios pa�ses. Nesta quarta-feira, dezenas de guatemaltecos pediram a S�o Sim�o, um venerado santo popular, prote��o contra o coronav�rus em cerim�nias com flores, velas e licores.
O medo de morrer de covid-19 � t�o grande que no M�xico muitas pessoas foram pressionadas a fazerem seu testamento.
Ao mesmo tempo, o planeta aguarda uma vacina e a corrida cient�fica � intensa.
A R�ssia pediu � Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) a "pr�-qualifica��o" de sua vacina, com a promessa de que ser� "acess�vel a todos em um per�odo mais curto que as convencionais".
Ao mesmo tempo, os laborat�rios Sanofi e GSK anunciaram que disponibilizar�o 200 milh�es de doses de vacina ao programa internacional criado pela OMS para ajudar a garantir um acesso equitativo �s futuras vacinas contra a covid-19.
