A Amaz�nia brasileira registrou em outubro 17.326 focos de inc�ndio, mais que o dobro dos registrados no mesmo m�s de 2019 - 7.855 -, segundo dados oficiais divulgados neste domingo (1�).
Os sat�lites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelaram, ainda, que nos dez primeiros meses do ano foram detectados 93.356 focos, mais do que os 89.176 registrados em todo o ano passado.
Os dados de outubro s�o notavelmente inferiores aos dos meses anteriores, pois a Amaz�nia est� se aproximando da temporada de chuvas.
No Pantanal, a maior plan�cie alagada do mundo, tamb�m continua sendo devastado pelas chamas.
O INPE detectou no m�s passado 2.856 focos de inc�ndio, um novo recorde mensal desde o in�cio destas observa��es, em 1998.
Julho e setembro tamb�m registraram cifras recorde.
As chamas devastaram em 2020 mais de 23% da parte brasileira deste para�so da biodiversidade que se estende por Brasil, Paraguai e Bol�via.
Nos primeiros dez meses do ano, registrou 21.115 focos de inc�ndio, mais que o dobro dos registrados em todo o ano de 2019 (10.025) e a pior cifra para este per�odo desde que as medi��es come�aram.
Especialistas e ONGs ambientalistas culpam pelos inc�ndios o governo de Jair Bolsonaro, um c�tico das mudan�as clim�ticas, e seu discurso a favor das atividades extrativistas em �reas protegidas que incentiva, segundo eles, o desmatamento.
"Com as taxas de desmatamento cada vez maiores nos �ltimos anos, os alertas dos pesquisadores foram ignorados pelo governo: desmatamento e fogo andam juntos", declarou Mariana Napolitano, gerente de Ci�ncias do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) no Brasil.
"Ap�s derrubarem a mata, os infratores ateiam fogo para limpar o material org�nico acumulado (...) No final do m�s (de outubro), com a chegada das chuvas, o ritmo das queimadas parece estar reduzindo, mas n�o podemos depender apenas dos fatores clim�ticos. O que aconteceu na temporada da seca na Amaz�nia e Pantanal em 2020 n�o pode se repetir", acrescentou.
Parte dos inc�ndios � consequ�ncia das queimadas para preparar a terra, eliminar pragas e cultivar milho e soja ou plantar pasto para o gado, apesar de o governo ter proibido esta pr�tica em julho por um per�odo de 120 dias.