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Estado de Minas ELEI��O NOS EUA

Biden eleito: al�m de Bolsonaro, que outros l�deres mundiais n�o cumprimentaram democrata pela vit�ria

Contesta��es de Trump acerca do resultado acabaram tumultando o processo eleitoral e as tradicionais congratula��es de outros l�deres mundiais


09/11/2020 15:49 - atualizado 09/11/2020 16:07

Bolsonaro já declarou que torcia para que Trump ganhasse a eleição(foto: Reuters)
Bolsonaro j� declarou que torcia para que Trump ganhasse a elei��o (foto: Reuters)

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, n�o foi o �nico l�der mundial a n�o parabenizar o democrata Joe Biden pela vit�ria na elei��o presidencial americana contra Donald Trump.

Fontes do governo brasileiro t�m afirmado, sob condi��o de anonimato, que Bolsonaro n�o comentar� o resultado enquanto Trump n�o conceder a vit�ria a Biden. Para especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, a derrota da principal refer�ncia internacional de Bolsonaro deve exigir uma "reinven��o" de sua pol�tica externa.

 

 

 

Sil�ncio parecido ao de Bolsonaro tem sido visto em mandat�rios de R�ssia, China, Coreia do Norte, Turquia e do M�xico, entre outros.

Os resultados eleitorais dos Estados Unidos s� se tornam oficiais quando cada Estado emite sua certifica��o final do pleito, o que ainda deve ocorrer nas pr�ximas semanas.

Por outro lado, proje��es do resultado feitas por ve�culos de imprensa, que envolvem o trabalho de centenas de analistas de dados, s�o tradicionalmente suficientes para levar a uma concess�o do candidato derrotado e iniciar um processo de transi��o.

Mas as contesta��es de Trump acerca do resultado acabaram tumultuando o processo e as congratula��es de outros l�deres mundiais.

Vladimir Putin, da R�ssia

"A coisa certa a ser feita � aguardar o resultado oficial", afirmou Dmitry Peskov, porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin. Ele se refere � ofensiva jur�dica de Trump para contestar o resultado eleitoral.

Em 2016, a hist�ria foi diferente. Putin foi um dos primeiros a congratularem Trump pela vit�ria sobre a democrata Hillary Clinton.

"A diferen�a agora talvez seja porque o Kremlin esteja menos animado com o resultado", resume Steve Rosenberg, correspondente da BBC em Moscou.


Putin decidiu se pronunciar quando o resultado do pleito americano for oficializado(foto: AFP)
Putin decidiu se pronunciar quando o resultado do pleito americano for oficializado (foto: AFP)

Biden tem sido um cr�tico frequente de Moscou, e recentemente classificou a R�ssia como a maior amea�a aos EUA.

A m�dia russa n�o pareceu entusiasmada com a vit�ria do democrata neste ano. Para o ve�culo oficial Rossiyskaya Gazeta, Biden � um "pato manco". Outro o chamou de "velho e senil".

Ao comentar a demora de Putin em se pronunciar sobre o resultado, o ve�culo Nezavisimaya Gazeta afirmou que a precau��o era "compreens�vel" porque a contagem oficial de votos ainda n�o havia terminado nos EUA.

Moscou teme que a Presid�ncia de Biden signifique mais press�o e mais san��es vindas de Washington. Com um democrata na Casa Branca, poderia ser hora de retribuir a suposta interven��o da R�ssia nas elei��es americanas de 2016?

Por outro lado, o Kremlin pode ter um sinal de esperan�a. Comentaristas russos preveem que um governo Biden ser�, pelo menos, mais previs�vel do que a administra��o Trump. Isso pode tornar mais f�cil chegar a um acordo sobre quest�es urgentes, como New Start, o crucial tratado de redu��o de armas nucleares entre os EUA e a R�ssia que expira em fevereiro.

Xi Jinping, da China

O mandat�rio chin�s, Xi Jinping, ainda n�o se pronunciou sobre a vit�ria de Biden, mas quando isso ocorrer, espera-se que a mensagem dele trate de "ganha-ganha", coexist�ncia pac�fica e at� em "dar as m�os" para combater a pandemia de covid-19.

Nada disso seria novidade.

Estima-se que a rela��o entre os pa�ses deve sofrer uma guinada inicialmente positiva, e a linguagem conflituosa entre China e EUA sobre com�rcio fique para tr�s.


Relação entre China e EUA foi um dos pontos da campanha de Donald Trump em sua tentativa de reeleição(foto: Reuters)
Rela��o entre China e EUA foi um dos pontos da campanha de Donald Trump em sua tentativa de reelei��o (foto: Reuters)

O mesmo deve valer para reviravoltas s�bitas e relevantes. O presidente eleito dos EUA disse, por exemplo, que consultar� pa�ses aliados sobre o que fazer com as diversas tarifas impostas por Trump �s importa��es chinesas como parte da guerra comercial.

Mas Biden n�o prometeu um recuo imediato.

H� rumores de que o presidente eleito poderia descrever a persegui��o aos mu�ulmanos uigures chineses sob Xi Jinping como um "genoc�dio", o que seria uma mudan�a diplom�tica bastante significativa.

Sobre o dom�nio regional da China, a expectativa � que um governo Biden busque reconstruir ou recalibrar alian�as na �sia, com a Coreia do Sul e o Jap�o, entre outros, para fortalecer uma posi��o unida contra o poder crescente da China.

A derrota de Trump n�o � boa para a China em alguns aspectos. Pequim foi capaz de despontar no cen�rio internacional enquanto Trump solapava reiteradamente a democracia americana. Isso convinha a uma China autorit�ria em ascens�o que buscava promover seu sistema pol�tico-econ�mico como alternativa.

Kim Jong-un, da Coreia do Norte

Desde que Biden foi projetado vencedor das elei��es, especialistas t�m debatido sobre como sua pol�tica externa ser� diferente da de Trump.

Um grande exemplo de mudan�a deve ser a Coreia do Norte, que ainda n�o se pronunciou sobre o resultado eleitoral americano.

Em 2019, a m�dia estatal norte-coreana atacou Biden por "caluniar" Kim Jong-un, com um meio de comunica��o chamando-o de "cachorro raivoso" que "deve ser espancado at� a morte".


Trump se reuniu com Kim Jong-un e se tornou o primeiro presidente americano a entrar na Coreia do Norte(foto: Getty Images)
Trump se reuniu com Kim Jong-un e se tornou o primeiro presidente americano a entrar na Coreia do Norte (foto: Getty Images)

Mas � improv�vel que vejamos um tom t�o duro agora.

Sob Trump, Washington teve um relacionamento oscilante com Pyongyang, desde inicialmente amea�ar "fogo e f�ria" at� realizar reuni�es de c�pula e trocar "cartas de amor" com o l�der norte-coreano Kim Jong-un.

Biden, que chamou Kim de "bandido" durante os debates presidenciais, provavelmente adotar� uma abordagem mais cautelosa em rela��o � Coreia do Norte.

"� muito prov�vel que Biden volte a uma abordagem tradicional em rela��o � Coreia do Norte que sublinhe a import�ncia das negocia��es de baixo escal�o a partir das quais ele buscaria o progresso na desnucleariza��o antes de concordar em conversas de c�pula entre os dois l�deres", disse Park Won-gon, pesquisador sul-coreano de rela��es internacionais e seguran�a, � ag�ncia de not�cias Yonhap.

Mas alguns analistas temem que Biden possa retornar � pol�tica de "paci�ncia estrat�gica" de Barack Obama, criticada por alguns como "ignor�ncia estrat�gica" ou "coma estrat�gico".

Andr�s Manuel L�pez Obrador, do M�xico

O presidente mexicano Andr�s Manuel L�pez Obrador, conhecido pela acr�nimo AMLO, foi cauteloso e evitou comentar sobre o vencedor das elei��es americanas.

"Vamos esperar que todas as quest�es jur�dicas sejam resolvidas. N�o queremos ser imprudentes, n�o queremos agir levianamente e queremos respeitar a autodetermina��o dos povos e respeitar os direitos dos outros", disse o presidente mexicano a jornalistas no Estado de Tabasco.

L�pez Obrador disse ainda que tem "uma rela��o muito boa com os dois candidatos".

"O presidente Trump tem sido muito respeitoso conosco e chegamos a acordos muito bons. E agradecemos a ele porque n�o foi um intervencionista e nos respeitou", disse AMLO, segundo o jornal El Universal.


AMLO disse que só vai comentar resultado da disputa americana quando resultado for sacramentado(foto: Reuters)
AMLO disse que s� vai comentar resultado da disputa americana quando resultado for sacramentado (foto: Reuters)

"E com o candidato Biden � a mesma coisa. Eu o conhe�o h� mais de 10 anos; apresentei-lhe uma carta falando de nosso movimento, nossa luta, convers�vamos sobre pol�tica de imigra��o, ent�o n�o existem relacionamentos ruins", disse ele.

"S� n�o posso dizer 'felicito um candidato ou felicito o outro' porque quero aguardar o fim do processo eleitoral", concluiu o presidente.

Em seus primeiros 100 dias no cargo, Biden promete reverter as pol�ticas de Trump que separam pais dos pr�prios filhos na fronteira EUA-M�xico, cancelar os limites do n�mero de pedidos de asilo e proteger os direitos dos chamados "Dreamers" (Sonhadores), pessoas levadas ilegalmente para os Estados Unidos quando crian�as e que foram autorizadas a permanecer devido a uma pol�tica da era Obama.

A promessa que Trump faz desde 2016 de construir um muro nos Estados americanos que fazem divisa com o M�xico � outro t�pico que deve cair por terra. "N�s precisamos de seguran�a nas fronteiras, mas n�o � esse tipo de seguran�a que estamos falando", afirmou Biden num discurso em janeiro de 2019.

Recep Tayyip Erdogan, da Turquia

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ainda n�o comentou sobre a vit�ria projetada de Biden.

Em 2016, ele ligou para o presidente Donald Trump um dia ap�s a elei��o e tuitou seus parab�ns. Da mesma forma, parabenizou Barack Obama logo ap�s sua reelei��o em 2012.

Erdogan estabeleceu la�os calorosos com o presidente Trump nos �ltimos quatro anos, usando o relacionamento pessoal para proteger Ancara de san��es sobre a compra de armas russas e outras diverg�ncias entre a Turquia e pa�ses da Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte (Otan).


Próximo a Trump, Erdogan tem sido uma dor de cabeça para a Otan e a União Europeia(foto: AFP)
Pr�ximo a Trump, Erdogan tem sido uma dor de cabe�a para a Otan e a Uni�o Europeia (foto: AFP)

Antes da elei��o, a m�dia turca pr�-governo adotou um forte tom anti-Biden depois que ele criticou Erdogan em quest�es de pol�tica externa e prometeu apoiar a oposi��o turca.

O vice-presidente turco, Fuat Oktay, disse no fim de semana que Ancara "trabalhar� com a nova administra��o" em quest�es de interesse para a alian�a da Otan.

Alguns analistas sugerem que Erdogan pode estar se mantendo discreto para evitar ofender Trump durante suas �ltimas semanas no cargo. No entanto, a falta de parab�ns para Biden at� agora pode sinalizar um caminho pedregoso pela frente para a rela��o entre Turquia e EUA.


(foto: BBC)
(foto: BBC)
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