(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas INTERNACIONAL

Militares temem que Trump arranhe 'neutralidade pol�tica' das For�as Armadas


12/11/2020 14:28

As palavras ditas pelo principal oficial militar dos Estados Unidos soavam familiares, mas no meio de uma semana ca�tica no Pent�gono, elas foram particularmente comoventes. "Somos �nicos entre os militares", disse o general Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto. "N�o fazemos juramento a um rei ou rainha, tirano ou ditador. N�o fazemos juramento a um indiv�duo."

Milley falou na noite de quarta-feira, 11, na inaugura��o de um museu do Ex�rcito, na mesma semana em que viu o presidente Donald Trump despedir o secret�rio de Defesa Mark Esper e instalar tr�s pessoas leais a ele em cargos pol�ticos do Pent�gono. As mudan�as abruptas levantaram temores sobre o que Trump pode tentar fazer em seus �ltimos dois meses de mandato - e se a hist�rica neutralidade pol�tica dos militares dos Estados Unidos poderia ser enfraquecida.

Os coment�rios de Milley, feitos ao lado do sucessor de Esper, o chefe da Defesa em exerc�cio, Christopher Miller, refletiram uma vis�o pela qual ele sempre foi apaixonado: o dever inequ�voco dos militares de proteger e defender a Constitui��o - o que ele chamou de "estrela do norte moral" para todos que usam uniforme.

Mas sua mensagem em tempos de turbul�ncia, com Trump se recusando a admitir sua derrota nas elei��es, era inequ�voca: os militares existem para defender a democracia e n�o devem ser usados como pe�es pol�ticos. "Fazemos um juramento � Constitui��o", disse Milley, acrescentando que todo membro das For�as Armadas "proteger� e defender� esse documento independentemente do pre�o pessoal".

Os motivos de Trump para a sacudida do Pent�gono n�o s�o claros, mas isso criou uma grande inquieta��o dentro do Pent�gono. Ele estava simplesmente atacando Esper e outros que ele considerava pouco leais? Existe um plano mais amplo para decretar mudan�as pol�ticas que Trump poderia fazer em seus �ltimos dias como comandante-chefe?

Ou, no cen�rio mais extremo, Trump tentaria fazer com que os militares o ajudassem a permanecer no cargo ap�s o dia da posse? Milley recuou contra essa �ltima possibilidade, dizendo ao Congresso que "no caso de uma disputa sobre algum aspecto das elei��es, por lei, os tribunais dos EUA e o Congresso dos EUA s�o obrigados a resolver quaisquer disputas, n�o os militares".

Ele disse que os militares n�o devem se envolver na transfer�ncia de poder ap�s uma elei��o.

Trump vinha vez mais irritado com Esper, que discordava de seu desejo de usar o servi�o militar da ativa durante os dist�rbios civis em junho. Esper tamb�m havia trabalhado com l�deres militares para dissuadir Trump da retirada total das tropas da S�ria e do Afeganist�o.

N�o se sabe se o motivo das mudan�as r�pidas de Trump no Pent�gono s�o pol�ticos, para preencher os principais cargos com partid�rios mais receptivos a ele e ajudar em qualquer esfor�o para impedir a transi��o suave do poder para o presidente eleito Joe Biden. Acelerar a retirada de tropas tamb�m pode ser uma meta - mas h� um conjunto bastante limitado de outras op��es.

Burocracia

Mudan�as r�pidas e radicais nas �ltimas 10 semanas de Trump s�o improv�veis no Pent�gono, que se orgulha de seu planejamento exaustivo. O Pent�gono � uma burocracia enorme e n�o gira em torno de um �nico aspecto. Enquanto o departamento est� enraizado no alicerce democr�tico de um poder militar controlado por civis, os membros do Estado-Maior Conjunto s�o poderosos assessores presidenciais, com d�cadas de experi�ncia, e armados com documentos detalhando as poss�veis consequ�ncias das a��es de Seguran�a Nacional.

At� o momento, os comandantes militares n�o receberam novas ordens. E os principais l�deres militares - incluindo Milley - est�o aconselhando paci�ncia e estabilidade. Eles est�o projetando que os Estados Unidos permane�am uma pot�ncia mundial forte e confi�vel, e que a situa��o fique est�vel.

A maioria est� observando o Afeganist�o como um poss�vel term�metro. Trump fala h� muito tempo sobre como tirar as tropas de l�, enquanto os l�deres militares pedem uma retirada mais met�dica, que lhes d� tempo para retirar o equipamento e aplicar press�o sobre o Taleban durante as negocia��es de paz. Cumprir o objetivo de retirar todas as tropas pode ser o golpe final de Trump como comandante-chefe.

Ao longo de quase quatro anos, Milley e seu antecessor, o general da marinha Joseph Dunford, conseguiram frear ou moldar os impulsos da Casa Branca em quest�es de guerra. Eles argumentaram com sucesso contra a retirada de todas as for�as dos EUA da S�ria e desaceleraram as retiradas de tropas no Afeganist�o para preservar o status de negocia��o dos EUA com o Taleban e ficar de olho no ressurgimento de militantes do Estado Isl�mico.

Milley se juntou a Esper para persuadir Trump a n�o usar tropas da ativa para reprimir a agita��o civil. Mas em outras quest�es pol�ticas, os l�deres do Pent�gono fizeram contin�ncia e marcharam em frente. Eles encontraram maneiras de usar o dinheiro do Departamento de Defesa para ajudar a construir o muro prometido de Trump na fronteira com o M�xico, criaram sua t�o desejada For�a Espacial, contornaram a proibi��o expl�cita da bandeira confederada e se afastaram de mudar bases militares batizadas com o nome de generais confederados.

Ansiedade

Esper tamb�m transmitiu a mensagem de Trump sobre o aumento dos gastos com defesa para os aliados da OTAN, com sucesso modesto. As mudan�as abruptas de pessoal nesta semana, no entanto, aumentaram a ansiedade do pessoal civil e militar no Pent�gono.

Al�m de substituir Esper pelo ex-diretor do Centro Nacional de Contraterrorismo, Trump instalou os leais Anthony Tata como subsecret�rio de pol�tica e Esra Cohen-Watnick como subsecret�rio de intelig�ncia em exerc�cio. James Anderson, que atuava como subsecret�rio de pol�tica, e Joseph Kernan, que era subsecret�rio de intelig�ncia, renunciaram na ter�a-feira.

Miller tamb�m trouxe seu pr�prio chefe de gabinete, Kash Patel, que estava entre o pequeno grupo de auxiliares que viajou extensivamente com Trump durante a reta final da campanha. E ele trouxe Douglas MacGregor, uma voz fervorosa pela retirada do Afeganist�o, como um conselheiro s�nior.

Miller falou pouco sobre seus planos. Durante suas primeiras reuni�es com os principais l�deres da defesa nesta semana, ele reservou um tempo para expor sua biografia - que inclui seu servi�o como boina verde do Ex�rcito e uma passagem como secret�rio-assistente do Pent�gono para opera��es especiais. Participou de videochamadas, incluindo sobre a pandemia, e falou com comandantes combatentes.

A inaugura��o do Museu Nacional do Ex�rcito dos EUA em Fort Belvoir, Virg�nia, na quarta-feira, foi seu primeiro evento p�blico, e ele o usou para falar sobre seu alistamento e orgulho no servi�o militar. Ao seu lado estavam Milley, o secret�rio do Ex�rcito Ryan McCarthy e o chefe do Estado-Maior do Ex�rcito, general James McConville. Todos dicursaram - e o nome de Trump e a elei��o n�o foram mencionados.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)