Milhares de pessoas protestavam nesta sexta-feira (13) em Belarus, em homenagem a um artista manifestante, que morreu ap�s uma alterca��o e sua pris�o neste pa�s abalado por uma onda de protestos contra o presidente Alexander Lukashenko.
Roman Bondarenko, um pintor de 31 anos, foi preso pela pol�cia na quarta-feira ap�s uma alterca��o entre moradores e indiv�duos que retiravam fitas vermelhas e brancas, as cores da oposi��o, penduradas no p�tio de um pr�dio em Minsk.
Sofrendo les�es cerebrais, ele morreu no dia seguinte em um hospital, levantando suspeitas de espancamento durante sua deten��o.
Atendendo ao apelo da l�der opositora exilada Svetlana Tikhanovska�a, centenas de pessoas se reuniram em sil�ncio nesta sexta-feira no p�tio do edif�cio, onde foram colocadas dezenas de flores e velas.
Apelidado de "Pra�a das Mudan�as", o local se tornou nos �ltimos meses um lugar emblem�tico da oposi��o, coberto de mensagens contra Lukashenko e de fitas vermelhas e brancas regularmente arrancadas pelas autoridades.
Na capital, multid�es de manifestantes tamb�m formaram correntes humanas ao longo de v�rias avenidas principais nesta sexta-feira, de acordo com imagens da m�dia de oposi��o.
Enquanto alguns carregavam bandeiras vermelhas e brancas, outros seguravam fitas pretas no ar, ou faziam o "V" de vit�ria, sob as buzinas de apoio dos motoristas.
Homenagens semelhantes foram relatadas em v�rias cidades do pa�s, dois dias antes da grande manifesta��o anti-Lukashenko de domingo.
- "Crueldade do regime" -
Em nota, o Comit� de Investiga��o de Belarus, encarregado das principais investiga��es criminais, confirmou nesta sexta-feira a morte do manifestante e indicou que, no momento de sua pris�o, na quarta-feira, o jovem estava com "ferimentos corporais".
Em seguida, foi levado para uma delegacia de pol�cia e depois, diante do agravamento do quadro, para um hospital onde, segundo as autoridades, foi constatada "intoxica��o por �lcool".
Roman Bondarenko morreu no dia seguinte.
Entrevistados sob condi��o de anonimato pelo site de not�cias independente Tut.by, os m�dicos rejeitaram esta vers�o nesta sexta-feira, argumentando que a v�tima n�o tinha vest�gios de �lcool no sangue.
Chegando ao hospital em coma, Bondarenko apresentava s�rios danos cerebrais e hematomas, de acordo com essas fontes.
O an�ncio da morte na noite de quinta-feira na m�dia independente despertou grande como��o em Belarus, pa�s marcado desde o in�cio de agosto por um hist�rico movimento de protesto contra a contestada reelei��o do presidente Lukashenko.
A maioria das contas da oposi��o no Telegram, aplicativo de mensagens instant�neas amplamente utilizado pelos manifestantes, mudou suas fotos de perfil para preto em sinal de luto.
Em um comunicado, Svetlana Tikhanovskaya, exilada na Litu�nia, pediu homenagens a "um homem que foi morto, porque queria viver em um pa�s livre".
No Twitter, o chefe da diplomacia lituana, Linas Linkevicius, denunciou "a crueldade do regime", dizendo-se "chocado" com a morte.
Desde o in�cio dos protestos, pelo menos quatro pessoas morreram oficialmente durante as manifesta��es, ou depois de serem presas. Outras mortes suspeitas apontam para um n�mero maior.
Milhares de manifestantes tamb�m foram presos, e dezenas deles sofreram torturas durante a deten��o.
Novos protestos s�o esperados neste domingo, embora o n�mero de manifestantes tenha diminu�do nas �ltimas semanas em meio � press�o policial e � intransig�ncia do presidente Lukashenko.
Apoiado por Moscou, este �ltimo se recusa a deixar o poder e apenas considerou reformas constitucionais vagas para acalmar a contesta��o.
Na semana passada, ele foi adicionado, junto com seu filho Viktor e com outras 13 autoridades, a uma lista de pessoas sancionadas pela Uni�o Europeia (UE) por seu papel na repress�o.
E, nesta sexta, denunciando a morte do artista, a UE amea�ou aplicar novas san��es contra os autores da repress�o no pa�s.
A morte de Bondarenko � o "resultado escandaloso e vergonhoso das a��es das autoridades bielorrussas", e "a UE est� pronta para impor san��es adicionais", anunciou o porta-voz do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, em um comunicado.