Benny Gantz, aliado do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu no governo israelense, anunciou ontem que apoiar� uma mo��o da oposi��o para dissolver o Parlamento e organizar novas elei��es - a quarta em dois anos. Ele acusa o premi� de quebrar promessas negociadas na forma��o da coaliz�o.
Uma vota��o formal para dissolver o governo pode ocorrer na pr�xima semana, deixando a porta aberta para negocia��es de �ltima hora. "O �nico que pode evitar essas elei��es � Netanyahu", disse Gantz, em discurso transmitido pela TV para todo o pa�s. "O �nus recair� sobre voc� (Netanyahu)."
O an�ncio de Gantz, que � ministro da Defesa e tamb�m primeiro-ministro suplente, � um sinal de que ele perdeu a paci�ncia com o aliado. No discurso, ele acusou o primeiro-ministro de bloquear nomea��es importantes, atrasar a vota��o de leis e reivindicar cr�dito por realiza��es de aliados. "Netanyahu n�o mentiu para mim. Ele mentiu para todos voc�s", disse.
Outro problema dentro da coaliz�o � que Netanyahu enfrenta um julgamento por corrup��o. Gantz acusou ontem o premi� de agir de acordo com suas preocupa��es pessoais de "sobreviv�ncia" e de estar trabalhando para barrar os processos judiciais, em vez de adotar a��es para minimizar as crises sanit�rias e econ�mica que atingem Israel em meio � pandemia de coronav�rus.
Segundo Gantz, Netanyahu atrasa a aprova��o de nomea��es relevantes do Judici�rio e de autoridades policiais, na esperan�a de que uma nova elei��o possa permitir que ele re�na um Parlamento amig�vel que lhe permita nomear funcion�rios mais inclinados a atrasar o julgamento ou rejeitar as acusa��es contra ele.
Em maio, antes de concordar em formar uma coaliz�o, o Likud, partido de Netanyahu, e o Azul e Branco, de Gantz, disputaram tr�s elei��es consecutivas sem que ningu�m obtivesse maioria no Parlamento. O acordo previa que Netanyahu ocuparia o cargo de premi� nos primeiros 18 meses - depois eles trocarem de lugar.
O l�der da oposi��o Yair Lapid, o patrocinador do projeto de lei para dissolver o governo, elogiou Gantz. "Seis meses ap�s a forma��o deste governo inchado e desconectado, est� claro para todos que Netanyahu n�o pode tirar Israel da crise", disse.
Um grande ponto de tens�o entre os dois aliados ocorre em raz�o da vota��o do or�amento. A negocia��o da coaliz�o previa a aprova��o da mat�ria at� agosto. Gantz e Netanyahu concordaram em estender o prazo at� 23 de dezembro, mas nenhum progresso foi feito. Sem acordo, o governo pode cair em mar�o.
Gantz disse que Netanyahu atrasa as negocia��es deliberadamente, pois teria de deixar o cargo assim que a vota��o fosse conclu�da, cumprindo o pacto de altern�ncia de poder. Com a avalia��o de que uma nova elei��o ser� inevit�vel, Gantz parece ter chegado � conclus�o de que seria melhor uma nova vota��o o mais r�pido poss�vel.
Analistas dizem que Netanyahu se beneficia ao arrastar as negocia��es sobre o or�amento. O atraso daria mais tempo para uma vacina contra o coronav�rus come�ar a ser distribu�da e a economia iniciar uma recupera��o no pr�ximo ano, provavelmente dando a ele uma chance melhor nas elei��es.
O maior problema do premi�, por�m, � com a Justi�a. Ele � acusado de fraude, quebra de confian�a e por receber propina em uma s�rie de esc�ndalos em que teria oferecido favores a empres�rios de meios de comunica��o em troca de not�cias positivas sobre ele e sua fam�lia. O julgamento deve come�ar em fevereiro, quando testemunhas est�o agendadas para depor.
Disputa
Em v�deo divulgado antes do discurso de Gantz, Netanyahu acusou o Azul e Branco de agir como "um governo dentro do governo" e pediu que seu aliado evitasse for�ar uma nova elei��o. "Benny, o que precisa ser feito agora � dar uma guinada da pol�tica para o cidad�os de Israel", disse. "Estou pedindo que voc� fa�a isso."
Pesquisa do Canal 12, divulgada na semana passada, aponta que o Likud ainda deve alcan�ar o maior n�mero de cadeiras no Parlamento, se houver uma nova elei��o, mas perderia espa�o - sairia dos atuais 36 congressistas para 30 vagas. A surpresa na mesma pesquisa ficou por conta do Yamina, de extrema direita, que poderia sair dos atuais 5 assentos para 20, bem mais do que o Azul e Branco, cuja representa��o diminuiria de 14 para 9 deputados. (Com ag�ncias internacionais)
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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