(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Antes da covid-19, dois s�culos de vacina��o e desconfian�a


08/12/2020 07:19

As campanhas de vacina��o come�am apenas um anos depois do surgimento da covid-19. Uma rapidez sem precedentes que gera a esperan�a de acabar com a crise, mas alimenta a desconfian�a de sempre a respeito das vacinas.

A seguir um resumo de mais de dois s�culos de avan�os e suspeitas:

- 1796: a ideia de Jenner -

Com p�stulas altamente contagiosas, a var�ola foi um flagelo terr�vel durante s�culos. Em 1796, o m�dico ingl�s Edward Jenner teve a ideia de inocular uma forma do v�rus da var�ola benigna em uma crian�a para estimular sua rea��o imunol�gica. O processo funcionou. Nasceu a "vacina��o".

- 1853: 1� vacina obrigat�ria -

No Reino Unido, a vacina contra a var�ola foi obrigat�ria para as crian�as a partir de 1853. A obrigatoriedade provocou uma grande oposi��o. Os cr�ticos alegavam o "perigo" de injetar produtos procedentes dos animais, "motivos religiosos" ou "atentado �s liberdades individuais".

A partir de 1898 foi introduzida uma "cl�usula de consci�ncia" na legisla��o brit�nica para permitir que pessoas em d�vida n�o fossem vacinadas.

- 1885: Pasteur e a raiva -

No fim do s�culo XIX, Louis Pasteur desenvolveu uma vacina contra a raiva a partir de uma cepa atenuada do v�rus. Em 1885 uma inje��o bem-sucedida foi aplicada em Joseph Meister, um menino que havia sido mordido por um cachorro suspeito de estar com raiva.

Neste caso tamb�m existiu desconfian�a. Pasteur foi acusado de tentar enriquecer com a fabrica��o de uma "raiva de laborat�rio".

- Anos 1920: BCG, difteria, t�tano... -

Ap�s a vacina contra o tifo desenvolvida no fim do s�culo XIX, os anos 1920 registraram a multiplica��o das vacinas, contra tuberculose (BCG, 1921), a difteria (1923), o t�tano (1926) e a coqueluche (1926).

Tamb�m nos anos 1920 os sais de alum�nio come�aram a ser utilizados como adjuvantes para aumentar a efic�cia das vacinas. Isso tamb�m virou uma fonte de suspeita para os cr�ticos da vacina, especialmente na Fran�a.

- 1944: vacina contra a gripe -

A primeira campanha de vacina��o contra a gripe aconteceu em 1944-1945 para proteger os soldados americanos que seriam enviados para combater na Europa.

Trinta anos depois, a primeira grande campanha de vacina��o contra a gripe nos Estados Unidos "terminou em desastre em 1976", recorda � AFP o historiador de Ci�ncias Laurent-Henri Vignaud. O aumento entre os vacinados da s�ndrome de Guillain-Barr�, doen�a rara do sistema nervoso, "levou � suspens�o da campanha".

- 1980: erradica��o da var�ola -

O �ltimo caso natural de var�ola foi diagnosticado na Som�lia em 26 de outubro de 1977. A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) declarou a doen�a erradicada em 8 de maio de 1980 gra�as ao esfor�o internacional iniciado ap�s a Segunda Guerra Mundial. Apenas no s�culo XX, a var�ola provocou quase 300 milh�es de mortes, mais que os conflitos armados.

- 1998: estudo falso, desconfian�a verdadeira -

Em 1998, um estudo publicado na prestigiosa revista m�dica The Lancet sugeriu uma rela��o entre a vacina tr�plice viral (contra sarampo, caxumba e rub�ola) e o autismo.

Uma "falsifica��o" do autor Andrew Wakefield foi descoberta. Mas nem o desmentido oficial da revista nem os trabalhos posteriores que demonstraram a aus�ncia de v�nculo conseguiram acabar com os temores. O estudo � citado com frequ�ncia pelos cr�ticos das vacinas.

- 2009: fracasso da vacina��o H1N1 -

Em 2009, a pandemia de gripe H1N1, provocada por um v�rus da mesma fam�lia que o da gripe de 1918, provocou alerta na OMS. Campanhas de vacina��o foram organizadas, mas a epidemia foi menos grave que o previsto e provocou apenas 18.500 mortes.

Milh�es de doses foram destru�das e as cr�ticas � m� gest�o refor�aram a desconfian�a a respeito das vacinas em muitos pa�ses, onde os grupos "antivacinas" destacam os casos de efeitos colaterais, embora estes sejam raros.

- 2020: p�lio e a teoria da conspira��o -

Oficialmente erradicada desde agosto de 2020 na �frica gra�as � vacina, a poliomielite resiste na �sia, no Paquist�o e Afeganist�o, onde a doen�a provoca paralisia entre as crian�as.

O fracasso das campanhas de vacina��o � explicado sobretudo pela desconfian�a das popula��es rurais e a cren�a em teorias da conspira��o contra os mu�ulmanos.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)