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Estado de Minas INTERNACIONAL

EUA e Pfizer negociam doses a mais de vacina, com impacto em pa�ses pobres


17/12/2020 07:36

O governo de Donald Trump negocia um acordo com a Pfizer para liberar suprimentos e mat�rias-primas para ajudar a empresa a produzir milh�es de doses adicionais da vacina ainda no primeiro semestre de 2021. O acordo resolveria o problema americano que n�o fez uma pr�-encomenda da vacina, mas deixaria pa�ses pobres com mais dificuldades de obt�-la.

Em junho, a Pfizer concordou em fornecer 100 milh�es de doses at� o final de mar�o de 2021, o suficiente para inocular 50 milh�es de pessoas, j� que sua vacina requer duas inje��es. Na��es ricas se juntaram aos EUA para fazer grandes encomendas, muitas vezes com a op��o de aumentar as negocia��es e adquirir mais doses. Mas a estrat�gia minou a capacidade de muitos pa�ses de fazer compras em quantidades suficientes para imunizar suas popula��es.

Os EUA asseguraram nesta quarta-feira, 16, que t�m contratadas 900 milh�es de doses da vacina e poderiam aumentar a cifra a 3 bilh�es, o que lhes garantiria "excedentes" que planejam compartilhar com seus aliados no mundo. O pa�s tem uma popula��o de 330 milh�es de pessoas, da qual devem ser subtra�dos cerca de 70 milh�es que n�o receber�o a vacina agora, pois n�o � indicada a menores de 16 anos.

Al�m dos Estados Unidos, o Canad� e o Reino Unido j� fecharam acordos para obter doses de vacinas muito superiores ao necess�rio para imunizar suas popula��es e especialistas advertem para o risco de a corrida pelos imunizantes prejudicar o acesso de na��es pobres e em desenvolvimento.

A ag�ncia de not�cias Reuters mostrou ontem que o mecanismo global para distribuir vacinas contra covid-19 para pa�ses mais pobres - o Covax Facility, da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) - corre risco de fracasso "muito alto". Isso poderia fazer com que bilh�es de pessoas fiquem sem acesso �s vacinas at� o fim de 2024. Os documentos obtidos pela ag�ncia mostram que faltam fundos, h� riscos de aus�ncia de suprimento e existem arranjos contratuais complexos que podem impossibilitar a realiza��o de seus objetivos.

Na mesma linha, um relat�rio divulgado na semana passada pela People's Vaccine Alliance - um grupo de organiza��es n�o governamentais - alertou que cerca de 70 pa�ses pobres ou em desenvolvimento s� ser�o capazes de vacinar uma em cada dez pessoas em 2021.

"H� um baix�ssimo n�vel de coopera��o internacional em todas as etapas dessa pandemia - na divulga��o de informa��es no in�cio dos surtos, na compra de equipamentos como respiradores e outros insumos, e agora h� o perigo do nacionalismo das vacinas", avalia o diplomata Rubens Ricupero, que foi representante do Brasil na OMS.

O Covax, do qual o Brasil faz parte, almeja entregar ao menos 2 bilh�es de doses de vacina at� o final de 2021 para cobrir 20% das pessoas mais vulner�veis de 91 pa�ses pobres e de renda m�dia, a maioria na �frica, �sia e Am�rica Latina. Ricupero defende mais comprometimento e aporte de recursos para tornar o Covax mais robusto, mas afirma que pa�ses pobres ainda n�o est�o sendo prejudicados pela situa��o, pois n�o foram os mais afetados pelo v�rus.

"A maneira de contornar esta dificuldade, neste momento, � a coopera��o internacional", afirma Deisy Ventura, coordenadora da p�s-gradua��o em sa�de global na USP. A pesquisadora afirma que os governos precisam entender que ningu�m estar� seguro sem reformas importantes nos sistemas nacionais de sa�de, at� mesmo nos programas de imuniza��o.

Ela recomenda uma revis�o no acesso a medicamentos e insumos a n�vel global. "N�o � poss�vel que a ind�stria pratique os pre�os que adota atualmente e o dinheiro da coopera��o internacional seja drenado para enriquec�-las ainda mais."

Para Ventura, a demora ou o acesso limitado a vacinas far� com que nos pa�ses mais pobres os efeitos da pandemia sobre a sa�de e a economia durem mais tempo e tenham danos que poderiam ser evitados. "Isso � ruim para o mundo inteiro, n�o apenas para os pa�ses menos desenvolvidos. A vacina contra a covid-19 n�o vai resolver os problemas desses Estados, apenas reduzir os efeitos nocivos de uma cat�strofe. � preciso reformar a sa�de global como um todo para que os sistemas de sa�de desses pa�ses sejam fortalecidos."

Chile j� tem imunizante para toda popula��o

O Chile aprovou ontem o uso da vacina Pfizer-BioNTech contra o coronav�rus, permitindo a sua importa��o e o in�cio da aplica��o na popula��o acima de 16 anos. O pa�s fechou acordos com v�rios laborat�rios e j� tem garantidas mais de 58 milh�es de doses, o suficiente para inocular a popula��o do pa�s, de 19 milh�es de habitantes.

A aprova��o do imunizante da Pfizer foi decidida por um comit� de 22 especialistas. A data do come�o da vacina��o ser� anunciada em breve. Da Pfizer, o Chile deve receber 10 milh�es de doses. Pelo conv�nio no Covax - iniciativa global liderada pela OMS -, ser�o mais 8 milh�es. Da AstraZeneca vir�o outras 14,4 milh�es de doses e da chinesa Sinovac, mais 20 milh�es. Cinco milh�es de chilenos - trabalhadores de sa�de, maiores de 65 anos e doentes cr�nicos - ser�o vacinados primeiro. (COM AG�NCIAS INTERNACIONAIS)
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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