
Fern�ndez, pr�ximo ao papa Francisco, havia declarado h� alguns dias: "Sou cat�lico, mas tenho que legislar para todos. Al�m disso, sou um cat�lico que pensa que o aborto n�o � um pecado".
O governo calcula que sejam realizados entre 370.000 e 520.000 abortos clandestinos por ano no pa�s, de 45 milh�es de habitantes. Desde a restaura��o da democracia, em 1983, mais de 3 mil mulheres morreram devido a abortos feitos sem seguran�a.
De modo paralelo, o Congresso tamb�m aprovou a 'Lei dos 1.000 dias', para dar apoio material e de sa�de �s mulheres de setores vulner�veis que desejam levar adiante a gravidez, de modo que as dificuldades econ�micas n�o representem um motivo para abortar.
Cat�licos e evang�licos
A oposi��o � interrup��o volunt�ria da gravidez, que adotou a cor azul, teve como representantes a Igreja Cat�lica e a Alian�a Crist� de Igrejas Evang�licas, que promoveram grandes manifesta��es nas ruas e missas ao ar livre.
Segundo uma pesquisa de 2019 sobre cren�as religiosas do Conselho Nacional de Pesquisas Cient�ficas e T�cnicas (Conicet), 62,9% dos argentinos se declaram cat�licos, 18,9% sem religi�o e 15,3% evang�licos.
Outra pesquisa do Conicet, deste ano, mostrou que 22,3% dos cat�licos na Argentina pensam que a mulher deve ter o direito ao aborto se assim desejar, 55,7% acreditam que o aborto deve ser permitido apenas em algumas circunst�ncias e 17,2% rejeitam a medida em todos os casos.
Do lado de fora do Congresso, muitas pessoas contr�rias � aprova��o da lei aguardaram de joelhos o resultado da vota��o, recebido com grande decep��o.
At� agora, o aborto era permitido na Argentina apenas em caso de estupro ou de risco de vida para a mulher, legisla��o em vigor desde 1921.
A Argentina aprovou o div�rcio em 1987. Depois uma lei de educa��o sexual integral (2006), uma para o matrim�nio igualit�rio (2010) e uma de identidade de g�nero (2012).