"Hoje estamos diante de um esc�ndalo de Estado", disse nesta segunda-feira (4) Jean Rottner, membro do partido de oposi��o de direita Os Republicanos, que exigiu que a vacina��o "se acelere" no pa�s.
"Est�o zombando de n�s. Hoje � mais complicado se vacinar do que comprar um carro", criticou Jean Rottner, presidente da regi�o Grande Leste, uma das mais afetadas pela pandemia.
A Fran�a come�ou a vacinar em 27 de dezembro nas casas de repouso. Mas, at� 1o de janeiro, apenas 516 pessoas haviam sido imunizadas, contra mais de 200.000 na Alemanha e mais de 85.000 na It�lia, no mesmo per�odo, e quase um milh�o no Reino Unido, que come�ou a vacina��o antes.
"Somos alvo de piada no mundo (...) � vergonhoso", criticou o vice-presidente do partido de extrema direita RN, Jordan Bardella.
O eurodeputado ecologista Yannick Jadot disse que a estrat�gia de vacina��o da Fran�a era um "fiasco" e que o presidente Emmanuel Macron � o �nico respons�vel.
Diante da pol�mica, Macron convocou para esta segunda-feira uma reuni�o para analisar a campanha de vacina��o com os principais membros de seu gabinete.
Seu ministro da Sa�de, Olivier V�ran, compareceu antes a um dos principais hospitais parisienses para defender a estrat�gia do governo. "Estamos administrando a dose como bons pais de fam�lia � medida em que v�o chegando", disse � imprensa.
- "N�o � suficiente" -
Embora em um primeiro momento o executivo tenha assumido este in�cio prudente, o porta-voz do governo, Gabriel Attal, anunciou no domingo uma acelera��o na chegada semanal das vacinas e na transfer�ncia das doses aos lares de idosos.
A Fran�a recebeu 560.000 doses da vacina desde o final de dezembro e a partir desta semana receber� meio milh�o de doses por semana para seus quase 67 milh�es de habitantes.
O Executivo tamb�m decidiu adiantar a vacina��o dos profissionais da sa�de de mais de 50 anos, prevista inicialmente para fevereiro. Mas para muitos essas mudan�as continuam sendo insuficientes e alguns pedem vacina��o para outras profiss�es essenciais, como professores ou caixas de supermercado.
Segundo a publica��o Le Journal du Dimanche, o presidente expressou nos �ltimos dias o descontentamento com a lentid�o da campanha de vacina��o contra o v�rus, que matou mais de 65.000 pessoas na Fran�a.
Sobre a vacina��o contra a covid-19, "estamos a um ritmo de passeio em fam�lia, o que n�o est� � altura nem do momento nem dos franceses", indicou a publica��o, que citou palavras de Macron pronunciadas em reuni�es privadas.
"Estou em guerra pela manh�, ao meio-dia, � tarde e � noite", disse o presidente franc�s, que se recuperou recentemente da covid-19. "Espero o mesmo compromisso de todos. Isto n�o � suficiente. Deve mudar r�pida e fortemente", frisou.
- Por que o atraso? -
Al�m de ser um pa�s tradicionalmente antivacinas, uma das explica��es para o in�cio lento da campanha se deve ao fato de o processo de vacina��o na Fran�a ser composto por v�rias etapas.
Antes de tomar a vacina, os franceses devem comparecer a uma primeira consulta para detectar poss�veis contraindica��es e dar o consentimento.
Com o avan�o da pandemia previsto ap�s as festas de fim de ano e com a detec��o de uma nova cepa do coronav�rus, mais contagiosa que as anteriores, v�rios m�dicos e cientistas defendem, no entanto, a revis�o da estrat�gia do governo.
"N�o podemos continuar neste ritmo. Os c�lculos sugerem que seriam necess�rios 3.000 anos para que estejamos todos vacinados", lamentou no domingo o diretor do CTI do Hospital Lariboisi�re, doutor Bruno Megarbane.
O governo franc�s estabeleceu como objetivo vacinar um milh�o de pessoas antes de fevereiro.
Nesta segunda-feira, as autoridades anunciaram 380 mortes nas �ltimas 24 horas, elevando o saldo total para 65.415 mortes desde o in�cio da epidemia.
O n�mero de pacientes com covid-19 hospitalizados sobe para 24.962 - ou seja, 182 a mais do que no domingo - o n�vel mais alto desde 21 de dezembro
PARIS