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Estado de Minas LONDRES

Justi�a brit�nica nega pedido de extradi��o de Assange aos EUA


04/01/2021 13:18 - atualizado 04/01/2021 13:19

A Justi�a brit�nica rejeitou nesta segunda-feira (4) o pedido de extradi��o do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, para os Estados Unidos, pa�s que deseja julg�-lo por espionagem devido � publica��o de centenas de milhares de documentos confidenciais, por considerar que, em caso contr�rio, ele poderia cometer suic�dio.

"Considero que o estado mental do senhor Assange � tal que seria opressivo extradit�-lo para os Estados Unidos", afirmou a ju�za Vanessa Baraitser da corte penal de Londres em sua senten�a.

Ela aceitou que "a sa�de mental do senhor Assange se deterioraria, motivando-o a cometer suic�dio levado pela 'determina��o obsessiva' de seu transtorno de espectro autista", completou.

O Departamento da Justi�a americano disse hoje que est� "extremamente decepcionado" com a decis�o da Justi�a brit�nica.

"Ao mesmo tempo em que estamos extremamente decepcionados com a �ltima decis�o da corte, estamos muito satisfeitos que Estados Unidos tenha prevalecido em cada aspecto jur�dico apresentado", disse o Departamento da Justi�a, referindo-se �s alega��es de Assange de que exercia seu direito � liberdade de express�o e que Washington estava realizando uma repres�lia pol�tica contra ele.

"Continuaremos buscando a extradi��o do senhor Assange aos Estados Unidos", acrescentou o departamento.

Ao mesmo tempo, a defesa de Assange anunciou que solicitar� a liberdade sob fian�a em uma audi�ncia prevista para quarta-feira.

At� a data, o australiano de 49 anos, detido h� 20 meses na penitenci�ria londrina de Belmarsh, desde sua pris�o em abril de 2019 na embaixada do Equador no Reino Unido - donde passou sete anos como refugiado - permanecer� em reclus�o.

"Hoje marca uma vit�ria para Julian. A vit�ria de hoje � um primeiro passo para obter justi�a neste caso", afirmou ap�s a audi�ncia a advogada sul-africana Stella Morris, companheira sentimental de Assange, com quem tem dois filhos.

O governo do M�xico ofereceu, nesta segunda-feira, asilo pol�tico para Julian Assange.

"Vou pedir ao secret�rio de Rela��es Exteriores que fa�a os tr�mites correspondentes para que se solicite ao governo do Reino Unido a possibilidade de que o senhor Assange fique em liberdade e o M�xico lhe ofere�a asilo pol�tico", declarou o presidente Andr�s Manuel L�pez Obrador, em sua habitual entrevista coletiva matinal.

Os quase 30 manifestantes reunidos na porta do tribunal para expressar apoio ao ativista celebraram a decis�o. Eles consideravam o caso fundamental para a liberdade de imprensa.

"Vencemos!", gritaram os ativistas, que exibiam cartazes com frases como "N�o extraditem Assange, o jornalismo n�o � um crime" e "Libertem a verdade, libertem Assange".

Na R�ssia, onde vive exilado, o ex-funcion�rio da Intelig�ncia americana Edward Snowden - tamb�m alvo de pedido de extradi��o por vazamentos - disse esperar "que este seja o fim" das tentativas de levar Assange para os Estados Unidos.

- "Ataque � liberdade de express�o" -

Assange e o WikiLeaks se tornaram famosos em 2010 com a publica��o de quase 700.000 documentos militares e diplom�ticos confidenciais que deixaram Washington em uma situa��o dif�cil.

Entre os documentos, estava um v�deo que mostrava helic�pteros de combate americanos atirando contra civis no Iraque em 2007. O ataque matou v�rias pessoas em Bagd�, incluindo dois jornalistas da ag�ncia de not�cias Reuters.

Antes de pronunciar a decis�o, a ju�za Baraitser examinou o pedido americano detalhadamente em setembro, ap�s meses de atraso por causa da pandemia.

Alegando o temor de que Assange, cuja sa�de f�sica e mental parecia muito debilitada, cometesse suic�dio, Stella Moris entregou em setembro ao governo brit�nico uma peti��o com 800.000 assinaturas contra a extradi��o.

Este foi um dos principais argumentos da defesa, assim como a cr�tica de que o australiano, que poderia ser condenado a 175 anos de pris�o se a Justi�a americana o considerasse culpado de espionagem, n�o teria um julgamento justo nos Estados Unidos.

Washington alega que Assange colocou em perigo as vidas de seus informantes com a publica��o dos documentos secretos sobre as a��es militares americanas no Iraque e no Afeganist�o, que revelaram atos de tortura, mortes de civis e outros abusos.

Para o comit� de apoio ao australiano, por�m, estas s�o "acusa��es com motiva��o pol�tica".

O diretor de reda��o do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, pediu nesta segunda-feira que a defesa n�o baixe a guarda.

"� um dia de vit�ria para Julian Assange, mas devemos ser cautelosos. N�o � necessariamente uma vit�ria para o jornalismo", afirmou.

"Me preocupa que imediatamente os advogados do governo americano afirmem que v�o apelar da decis�o", comentou, antes de destacar que "a luta n�o terminou".

A defesa do australiano denunciou que o presidente americano, Donald Trump, queria transform�-lo em um castigo "exemplar" em sua "guerra contra os jornalistas investigativos".

Agora resta saber qual ser� a atitude do presidente eleito dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden.


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