A institui��o reduziu sua previs�o de crescimento no mundo para 2021, embora considere que a queda da economia em 2020 tenha sido "menos forte" que o esperado, com um retrocesso de 4,3% contra os 4,5% previstos em junho passado.
Para o Brasil, a primeira economia latino-americana, espera-se um crescimento de 3%, impulsionado por uma retomada do consumo e do investimento privado.
O PIB mundial deve crescer 4% este ano, uma redu��o de 0,2 ponto percentual em compara��o com a �ltima proje��o, detalhou a institui��o em sua perspectiva econ�mica mundial.
As novas previs�es s�o reflexo do panorama sanit�rio no final de 2020 em todo o planeta, onde os casos de covid-19 continuam aumentando e surgiram novas variantes do coronav�rus. Tudo isso leva a novas restri��es, que perturbam ainda mais a atividade econ�mica, especialmente nos Estados Unidos e na Europa.
Esses contratempos, cuja consequ�ncia � a desacelera��o do crescimento, tamb�m provocaram, segundo o Banco Mundial, uma redu��o "consider�vel" de receita p�blica e privada. Por um lado, as receitas fiscais ca�ram. Por outro, as demiss�es em massa afetaram o poder de compra das fam�lias.
"� prov�vel que a recupera��o seja moderada, a menos que os respons�veis pela formula��o de pol�ticas atuem com decis�o para controlar a pandemia e apliquem reformas que aumentem os investimentos", alerta a institui��o, que acredita que "as perspectivas a curto prazo continuam muito incertas".
O cen�rio mais pessimista, se as infec��es de covid-19 continuarem crescendo e as campanhas de vacina��o atrasarem, prev� uma expans�o de apenas 1,6% em 2021.
Caso contr�rio, a hip�tese mais otimista - controle da pandemia e acelera��o das vacina��es - aponta para um crescimento de quase 5%.
- Recupera��o leve -
Na Am�rica Latina e no Caribe, o organismo multilateral prev� uma expans�o econ�mica de 3,7% este ano, melhor que sua previs�o anterior de um crescimento de 2,8% para a regi�o, publicada em junho.
"Espera-se que a atividade econ�mica regional cres�a 3,7% em 2021, � medida que se flexibilizem as iniciativas para mitigar a pandemia, se distribuam vacinas, se estabilizem os pre�os dos principais produtos b�sicos e melhorem as condi��es externas", afirmou o Banco Mundial.
A institui��o destacou, no entanto, que a recupera��o que chegar� ap�s uma d�cada de crescimento lento "ser� muito leve".
Alertou tamb�m que um cen�rio negativo, com atrasos na distribui��o das vacinas contra a covid-19 e efeitos econ�micos secund�rios, poderiam reduzir o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,9%.
Ap�s uma contra��o estimada em 3,6% em 2020, o PIB dos Estados Unidos deve recuperar at� 3,5% em 2021, 0,5 ponto percentual a menos que na previs�o anterior.
A zona do euro registrar� uma expans�o de 3,6%, ap�s uma queda de 7,4% em 2020, enquanto o Jap�o crescer� somente 2,5% em 2021 ap�s uma contra��o de 5,3% em 2020.
No caso da zona do euro, o Banco Mundial reduziu significativamente a perspectiva de crescimento, enquanto a previs�o japonesa permanece inalterada.
A atividade econ�mica ser� um pouco mais robusta nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento.
O Banco Mundial espera que esses pa�ses cres�am 5% este ano, principalmente gra�as � China, que crescer� 7,9% ap�s uma contra��o de 2,6% em 2020.
- Crises de d�vida -
A desigualdade diante desta crise � "dram�tica" e gerou um "aumento devastador da pobreza extrema", lamentou o presidente do Banco Mundial, David Malpass, durante uma entrevista coletiva por telefone nesta ter�a-feira.
"As pessoas das classes mais baixas de renda foram as mais atingidas" pela recess�o e "provavelmente ser�o as �ltimas a encontrar trabalho, receber assist�ncia m�dica, vacinar e se ajustar � economia", p�s-covid.
"A pandemia afundou milh�es de pessoas na pobreza", afirmou o Banco Mundial, que pede aos governos reformas e programas de investimento em massa para melhorar os servi�os de sa�de, educa��o e infraestrutura digital.
"� prov�vel que a desacelera��o do crescimento mundial prevista para a pr�xima d�cada se agrave devido � falta de investimentos, ao subemprego e � redu��o da for�a de trabalho em muitas economias avan�adas", alertou.
Embora o Banco Mundial manifeste com frequ�ncia sua preocupa��o com o ac�mulo da d�vida dos pa�ses em desenvolvimento e das economias emergentes, desta vez apontou que a pandemia exacerbou seus riscos de endividamento e o lento crescimento.
Isso aumenta ainda mais o peso da d�vida e prejudica a capacidade dos pa�ses devedores em reembols�-la.
"� necess�rio que a comunidade mundial aja com rapidez e determina��o para garantir que o recente ac�mulo de d�vidas n�o resulte em uma s�rie de crises de d�vida", alertou Ayhan Kose, chefe da divis�o de crescimento justo, finan�as e institui��es, citado em um comunicado de imprensa.
"O mundo em desenvolvimento n�o pode permitir outra d�cada perdida", completou.
WASHINGTON