"2021 deve ser o ano em que a humanidade se reconciliar� com a natureza", disse o secret�rio-geral da ONU, Antonio Guterres, por videoconfer�ncia na abertura da quarta edi��o do One Planet Summit, realizado principalmente online.
Patrocinada pela Fran�a, o evento contou com a participa��o da chanceler alem�, Angela Merkel; do primeiro-ministro brit�nico, Boris Johnson; do chefe de governo espanhol, Pedro S�nchez; do presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado; assim como do pr�ncipe Charles da Inglaterra, entre outros.
Os l�deres pediram a ado��o de um ambicioso plano de a��o na COP15 em Kunming (China) sobre a biodiversidade, que ocorrer� no segundo semestre do ano, ap�s seu cancelamento em 2020 devido � pandemia.
Junto com as mudan�as clim�ticas, a perda de biodiversidade � um dos maiores desafios que a Humanidade enfrentar� nos pr�ximos anos, e os dois fen�menos est�o relacionados, segundo os cientistas.
Entre 1970 e 2016, o mundo perdeu mais de dois ter�os dos vertebrados, com um colapso brutal em algumas regi�es, como nas zonas tropicais da Am�rica Central e do Sul (-94%), segundo relat�rio alarmante publicado em setembro pela organiza��o WWF.
Apesar da necessidade de a��o, a pandemia obrigou a suspens�o de dois eventos internacionais considerados fundamentais no ano passado: o Congresso da Uni�o Internacional para a Conserva��o da Natureza (IUCN), em Marselha (Fran�a), e a COP15 de Kunming, cujo objetivo era elaborar um plano global para proteger e restaurar ecossistemas at� 2050.
- Novas coaliz�es -
De olho nas duas reuni�es adiadas para mais tarde este ano, a c�pula desta segunda-feira teve como foco quatro temas: prote��o dos ecossistemas terrestres e marinhos, promo��o da agroecologia, mobiliza��o de financiamento e a liga��o entre desmatamento, esp�cies e sa�de humana.
E serviu para lan�ar oficialmente a Coaliz�o de Alta Ambi��o para a Natureza e os Povos (HAC), com a ades�o de cerca de 50 pa�ses. O objetivo � proteger 30% dos espa�os naturais da Terra at� 2030.
A Coaliz�o "trabalhar� duro este ano" para "desempenhar um papel" nas negocia��es internacionais com vistas a chegar a um acordo global sobre a biodiversidade, disse � AFP a ministra costarriquenha de Meio Ambiente e Energia, Andrea Meza.
Segundo a ministra, apesar de a pandemia atrasar as negocia��es, tamb�m demonstrou "que, quando os governos tomam decis�es, podem haver efeitos importantes voltados para o bem comum e para as pessoas (...) com resultados imediatos".
A Fran�a tamb�m apresentou um novo grupo, a Coaliz�o por um Mar Mediterr�neo Exemplar em 2030, que atualmente conta com seis pa�ses, entre eles a Espanha, para promover a pesca sustent�vel e o transporte mar�timo naquela regi�o, combater a polui��o marinha e preservar a biodiversidade.
Outra coaliz�o ter� a miss�o de dedicar 30% do financiamento p�blico clim�tico de seus membros a solu��es baseadas na natureza, �s quais poder� se juntar uma alian�a de investidores privados.
- Luta contra zoonoses -
O programa desta c�pula de um dia tamb�m incluiu o lan�amento do PREZODE, uma iniciativa internacional de pesquisa dedicada � preven��o de zoonoses, ou seja, doen�as que s�o transmitidas de animais para humanos. Este foi o caso da covid-19.
Para muitos especialistas, a destrui��o de ecossistemas, principalmente devido � agricultura e � urbaniza��o, multiplica os contatos entre as esp�cies, facilitando a transmiss�o de doen�as e de infec��es.
O diretor-geral da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, falar� durante a reuni�o.
A c�pula ser� precedida de um f�rum dedicado � "Grande Muralha Verde" da Uni�o Africana para o combate � desertifica��o na regi�o do Saara. O objetivo ser� iniciar compromissos financeiros de um total de US$ 10 bilh�es.
PARIS