As ren�ncias da ministra da Agricultura, Teresa Bellanova, e da titular da Igualdade, Elena Bonetti, integrantes do partido It�lia Viva, do ex-premier Matteo Renzi, representam uma amea�a para o governo, que perde apoio deste pequeno, mas decisivo, partido para manter a maioria no Parlamento.
A ren�ncia foi anunciada durante coletiva de imprensa por Renzi, que h� algumas semanas lan�a ataques, vetos, e ultimatos internos a Conte, que lidera uma coaliz�o entre os antissistema do Movimento 5 Estrelas (M5E), o Partido Democr�tico de centro-esquerda (PD) e o esquerdista Livres e Iguais (LeU).
A crise do governo deixa a It�lia sem leme em meio a uma pandemia que at� agora matou mais de 80.000 pessoas e mergulhou a economia na pior recess�o do p�s-guerra.
Renzi criticou Conte por sua gest�o da pandemia, tachada de solit�ria, assim como do plano de reconstru��o do pa�s para o gastos de recursos concedidos pela Uni�o Europeia (mais de 200 bilh�es de euros ou 240 bilh�es de d�lares), adotado na v�spera e que as ministras se abstiveram de aprovar.
"N�o permitiremos que ningu�m na It�lia tenha plenos poderes. Isto significa que governar com decretos-lei, que por sua vez se transformam em outros decretos-leis (...), como ocorre h� meses, � uma viola��o das regras do jogo. Exigimos respeito �s regras democr�ticas", afirmou Renzi.
"Mas, n�o temos preconceitos nem propomos outras f�rmulas" de governo, acrescentou Renzi, uma mensagem indireta para indicar que � a favor de um novo gabinete chefiado por Conte, ap�s descartar qualquer alian�a com a ultradireita de Matteo Salvini.
Durante um Conselho de Ministros na noite de quarta-feira, Conte lamentou "os danos not�veis que uma crise governamental" causa ao pa�s "em plena pandemia". "Fui informado dessas demiss�es por e-mail e as aceitei", informou o primeiro-ministro, citado por v�rios ve�culos de comunica��o.
- Negocia��es-chave -
Renzi, que governou a It�lia entre 2014 e 2016, fundou o It�lia Viva em 2019 ap�s deixar o PD, se situa por volta de 3%, segundo pesquisas, e conta com 30 deputados e 18 senadores, estes �ltimos chave para que a coaliz�o no poder mantenha a maioria.
O ex-premier, conhecido por ser petulante, criticou Conte por concentrar poder demais nas m�os e abusar das redes sociais, uma pol�tica que paradoxalmente ele inaugurou durante o seu mandato.
"Acho que deixou a solu��o nas m�os de Conte. O pedido de Renzi �, na realidade, para que o governo seja mais est�vel e unido de forma a enfrentar a crise sanit�ria e o plano de reconstru��o do pa�s", disse Maurizio Molinari, diretor do influente jornal La Repubblica, ao canal de not�cias Rai News24.
Tudo parece indicar que ser� aberta uma s�rie de negocia��es entre os partidos no poder, cujos pesos-pesados, o M5E e o PD, garantiram seu apoio a Conte.
"O pa�s n�o entende esta crise", reconheceu o primeiro-ministro, um professor de direito sem passado pol�tico, mas que se demonstrou muito h�bil na pol�tica.
"A situa��o � muito complexa, dif�cil, com tantos desafios", admitiu nesta quarta-feira � imprensa.
"� preciso trabalhar de forma construtiva, encontrar uma coes�o entre as for�as da coaliz�o", assegurou, em tom mediador.
A demiss�o das duas ministras do It�lia Viva pode ser resolvida com uma solu��o r�pida da crise ou a sa�da de Conte e a designa��o de um novo primeiro-ministro.
Por enquanto, Conte descartou pedir um voto de confian�a no Parlamento, pois conta com o apoio de alguns setores da oposi��o para compensar a sa�da do partido de Renzi.
Uma possibilidade � que renuncie ao cargo e obtenha um novo mandato do presidente da Rep�blica, Sergio Mattarella, para formar um novo gabinete, que inclua importantes minist�rios para o partido de Renzi.
Segundo Lorenzo Castellani, de ci�ncias pol�ticas da Universidade Luiss de Roma, outra op��o � a designa��o para primeiro-ministro de uma figura institucional, com um gabinete de "t�cnicos", que lide com a pandemia.
ROMA