L�pez Obrador defendeu que seu governo "apoia, endossa, respalda" a decis�o da Procuradoria, que ap�s uma reforma legal agora � independente do Executivo.
"Ontem a Procuradoria-Geral (mexicana) resolveu que n�o procede a acusa��o fabricada contra o general Cienfuegos pela ag�ncia americana encarregada pelo combate �s drogas, a DEA", disse o presidente em coletiva de imprensa.
Cienfuegos, general da reserva que foi ministro da Defesa na presid�ncia de Enrique Pe�a Nieto (2012-2018), foi detido em 15 de outubro em Los Angeles e repatriado em 18 de novembro ap�s um acordo entre ambos os pa�ses.
A DEA entregou � Procuradoria-Geral mexicana as provas para que investigasse Cienfuegos, que enfrentou este processo em liberdade.
L�pez Obrador alegou que "a corrup��o tem que acabar, mas n�o pode haver repres�lias, vingan�as, e n�o se pode inventar crimes, ningu�m deve ser tratado dessa maneira".
- "Nunca" contatou criminosos -
A Procuradoria afirmou na quinta-feira que Cienfuegos, de 72 anos, "nunca teve encontro algum com os integrantes da organiza��o criminosa investigada" pelos Estados Unidos.
"Tampouco estabeleceu comunica��o alguma com elas, ou realizou atos para proteger ou ajudar esses indiv�duos", disse em um comunicado, referindo-se �s acusa��es da DEA.
Cienfuegos foi acusado de supostamente proteger o "H-2", um suposto grupo criminoso do qual n�o havia refer�ncias p�blicas no M�xico e que teria surgido das cinzas do cartel de Beltr�n Leyva, em decl�nio desde 2010 devido � captura e morte de seus l�deres.
O governo mexicano publicou nesta sexta-feira o expediente da DEA, enviado � chancelaria em 29 de outubro passado, ap�s o protesto de L�pez Obrador por n�o ter sido informado sobre a investiga��o.
Cienfuegos "nunca foi o objetivo central de uma investiga��o da DEA", mas as acusa��es contra ele foram derivadas de "investiga��es independentes de grande relev�ncia", diz a carta que acompanha o expediente, assinada pelo administrador interino do Departamento de Justi�a dos Estados Unidos, Timothy J. Sheaen.
A DEA n�o interveio nas comunica��es de Cienfuegos, mas sim nas de outros supostos delinquentes nas quais se falava "sobre uma pessoa, que foi identificada mais adiante como o ent�o secret�rio da Defesa Nacional", acrescentou Sheaen.
Em transcri��es de mensagens de textos interceptadas pela DEA, apresentadas como "provas-chave", leem-se di�logos entre algu�m que diz que se dirige � secretaria da Defesa e outra pessoa que lhe sugere tratar com afeto es respeito a pessoa que estaria neste local.
- Investiga��o no M�xico -
Ap�s o repatriamento, o chanceler mexicano Marcelo Ebrard disse que este caso n�o ficaria impune e que "seria quase suicida" n�o investigar o ex-ministro.
Nesta sexta-feira, Ebrard disse que a Procuradoria mexicana convocou Cienfuegos a comparecer e, ap�s confrontar "os elementos fornecidos pelo promotor americano" com os quais apresentou a defesa, concluiu-se que "n�o h� elementos para fundamentar o caso contra o general".
L�pez Obrador questionou que Cienfuegos tenha sido detido dias antes das elei��es presidenciais nos Estados Unidos.
"J� o general Cienfuegos (...) esteve nos Estados Unidos em mar�o, de visita com sua fam�lia (...). Tudo isso precisa ser esclarecido", apontou.
Javier Oliva, especialista em assuntos militares da Universidade Nacional do Estado (UNAM), criticou o processo empreendido pela DEA desde a captura do general e considerou que foi comprovado que n�o havia provas contra o ex-ministro.
"Tem a ver com o processo de mudan�a de governo nos Estados Unidos e rivalidades entre ag�ncias americanas. O M�xico � visto como uma esp�cie de mudan�a para dar lugar a essas rivalidades", disse o especialista � AFP.
Em contrapartida, Francisco Rivas, diretor do Observat�rio Nacional do Cidad�o, destacou que, se as provas da DEA parecerem "insuficientes" para a Procuradoria, ela deve realizar uma investiga��o aprofundada no M�xico para corroborar.
"Isso n�o significa que Cienfuegos seja culpado, mas que a Procuradoria o comprove com sua pr�pria investiga��o, o que aparentemente n�o aconteceu", sentenciou Rivas.
A decis�o da Procuradoria coincidiu com a publica��o de uma reforma, votada ap�s a pris�o de Cienfuegos, que regula a atua��o de agentes estrangeiros no M�xico.
A reforma estabelece mecanismos de troca de informa��o e obriga funcion�rios locais a entregar relat�rios sobre contatos com agentes estrangeiros.
M�XICO