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Estado de Minas NOVA YORK

Vendas de cat�logos de Bob Dylan, Neil Young e Fleetwood Mac: pandemia impulsiona a edi��o musical


18/01/2021 20:02

A pandemia desferiu um golpe devastador na ind�stria do entretenimento, mas o neg�cio da edi��o de obras musicais, at� recentemente discreto, est� ganhando novo impulso gra�as ao furor de vendas de cat�logos de grandes artistas.

Ter os direitos das discografias, permitindo receber royalties por cada uso de uma m�sica, seja um download, uma cena de filme ou um an�ncio, pode ser muito lucrativo a longo prazo.

Os investidores perceberam a oportunidade e est�o cada vez mais interessados nesse fil�o da ind�stria musical, cujas receitas despencaram com a crise da sa�de.

Alguns acordos recentes alcan�aram cifras recordes, embora n�o tenham sido oficialmente confirmados: Bob Dylan vendeu seu acervo inteiro para a Universal Music Publishing por cerca de 300 milh�es de d�lares, enquanto Stevie Nicks teria obtido 100 milh�es por sua participa��o majorit�ria no cat�logo da banda Fleetwood Mac.

O cantor canadense-americano Neil Young, Shakira e a dupla de Blondie tamb�m assinaram acordos por valores que n�o foram divulgados.

Lindsey Buckingham e Mick Fleetwood, os outros membros do Fleetwood Mac, tamb�m anunciaram suas vendas, incluindo as dos direitos de "Dreams", a m�sica de 1977 que ressurgiu e agora faz sucesso no TikTok.

- "Aposentadoria for�ada" -

O aumento "fant�stico" dos pre�os dos cat�logos musicais come�ou antes de 2020, mas disparou com a pandemia, explica Nari Matsuura, s�cia da Massarsky Consulting, empresa especializada em avalia��o de cat�logos.

O interesse dos investidores nesse mercado, acrescenta Matsuura, tamb�m foi sustentado pelo aumento das receitas do streaming, que parecem est�veis no longo prazo, t�m baixas taxas de juros e proje��es de ganhos confi�veis para artistas que resistem bem � prova do tempo.

Sem turn�s e apresenta��es desde o in�cio da pandemia de covid-19, os m�sicos agora buscam monetizar suas discografias, cujo valor continua aumentando. "Vemos nomes, artistas ic�nicos [...] que nunca imaginamos que venderiam", diz Matsuura.

Alguns decidem vender para aproveitar os altos lucros atuais. Outros tamb�m podem ser motivados por um poss�vel aumento iminente dos impostos nos Estados Unidos com a chegada ao poder de Joe Biden.

Para David Crosby, cantor e compositor estrela dos Byrds e cofundador da Crosby, Stills & Nash, que anunciou a venda de seu cat�logo em dezembro, a pandemia � a maior respons�vel, ao privar os artistas de sua fonte de renda prim�ria: os shows.

"A principal raz�o � simplesmente que estamos todos em uma aposentadoria for�ada e n�o h� nada que possamos fazer a respeito", declarou ele � AFP em uma entrevista por videochamada de sua casa na Calif�rnia.

"Eu n�o teria vendido se n�o tivesse sido obrigado", acrescentou, lamentando a pol�tica das plataformas de streaming, que em sua opini�o pagam migalhas para a maioria dos m�sicos, exceto para os grandes nomes do momento.

- Apetite do mercado -

Entre as empresas na vanguarda dessas comercializa��es de cat�logo est�o a brit�nica Hipgnosis Songs Fund, que est� listada na Bolsa de Valores de Londres desde 2018; a americana Primary Wave, que assinou o acordo com Stevie Nicks; e outros fundos de investimento, como Tempo Investments, Round Hill e Reservoir.

Dirigida por Merck Mercuriadis, ex-empres�rio de Elton John, Beyonc� e Iron Maiden, Hipgnosis aponta em seu relat�rio de 2020 que a receita dos cat�logos � imune aos movimentos do mercado: as pessoas "sempre consomem m�sica" e, gra�as ao streaming, "quase sempre pagam para isso".

"Embora n�o quis�ssemos a pandemia para demonstrar isso, foi exatamente o que aconteceu", acrescenta Hipgnosis, que j� gastou mais de 1 bilh�o de d�lares para adquirir cat�logos que incluem os de Neil Young, Blondie, Shakira e RZA.

Para Jane Dyball, ex-diretora-geral da British Music Publishers Association, "sempre houve movimentos com os cat�logos por tr�s dos bastidores".

Mas as compras massivas recentes, da Hipgnosis em particular, lhes deram uma nova visibilidade e aumentaram as apostas. "Os mercados financeiros claramente parecem apreciar a edi��o musical", diz ela.

Essa tend�ncia preocupa Crosby, que, ainda que j� tenha vendido suas m�sicas, sente falta dos dias em que eram os f�s que pagavam pelo trabalho dos artistas.

Os termos dos contratos de venda de cat�logo variam em cada caso e raramente s�o p�blicos. Por�m, a multiplica��o das transa��es possivelmente tornar� as can��es mais f�ceis de usar em filmes ou comerciais, o que para este m�sico veterano � uma m� not�cia.

De resto, quem chama de "vendidos" os artistas que monetizaram seu cat�logo, como alguns fizeram nas redes sociais, "n�o sabe de nada e tem inveja", afirma Crosby.

"N�o posso oferecer um show e n�o me pagam pelas minhas grava��es. Ent�o, o que devo fazer?"

LONDON STOCK EXCHANGE GROUP PLC


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