Impeachment de Trump: por que condena��o de ex-presidente pelo Senado agora parece mais dif�cil

Donald Trump deixou a Casa Branca h� quase uma semana, mas continua a lan�ar uma longa sombra sobre o Partido Republicano no Congresso.

No primeiro teste oficial de apoio � condena��o pelo impeachment de Trump, acusado de incitar uma insurrei��o no Capit�lio, a sede do governo americano, 45 dos 50 republicanos do Senado votaram por considerar a suspens�o do julgamento antes mesmo de ele come�ar.

Ap�s a vota��o, Rand Paul, que pressionou pelo engavetamento, afirmou que o o processo do impeachment entregue pela C�mara na segunda-feira (25/01) estava "morto na chegada".

Ele provavelmente est� certo.

Seriam necess�rios pelo menos 17 senadores republicanos votando ao lado dos 50 democratas para condenar o presidente para impedi-lo de concorrer a um cargo federal novamente.

A vota��o de ter�a-feira mostra que h� definitivamente apenas cinco republicanos que querem considerar as evid�ncias contra Trump: Mitt Romney, Lisa Murkowski, Susan Collins, Ben Sasse e Pat Toomey.

O restante afirma que presidentes n�o podem enfrentar impeachment depois de deixarem o cargo.

"Meu voto hoje para rejeitar o processo de impeachment � baseado no fato de que ele foi planejado para remover um titular de um cargo p�blico", disse a senadora Shelley Moore Capito, da Virg�nia Ocidental, em um comunicado divulgado ap�s a vota��o. "A Constitui��o n�o d� ao Congresso o poder de impeachment de um cidad�o privado."

Os democratas certamente achar�o essa uma forma muito conveniente de n�o ter que julgar o comportamento do presidente.

Eles tamb�m apontar�o que, embora n�o haja precedente hist�rico para o impeachment de um presidente que j� deixou o cargo, um secret�rio de gabinete no s�culo 19 enfrentou julgamento semelhante no Senado por acusa��es de corrup��o, mesmo depois de renunciar ao cargo.

Independentemente das explica��es e justificativas, a vota��o processual � apenas o mais recente e mais claro sinal de enfraquecimento do apoio republicano para responsabilizar Trump pelo motim no Capit�lio h� tr�s semanas.

Pouco depois do incidente, Lindsey Graham - uma das aliadas mais pr�ximas do presidente no Senado - disse que as a��es do presidente "eram o problema" e que seu legado estava "manchado".

Na �poca, McConnell, ent�o l�der da maioria republicana no Senado, supostamente demonstrou "satisfa��o" com os esfor�os de impeachment da C�mara e disse na semana passada que a multid�o que atacou a capital foi "alimentada com mentiras" e "provocada" pelo presidente.

Mas Graham e McConnell votaram na ter�a-feira pelo fim do julgamento do impeachment.

As opini�es em evolu��o do Partido Republicano sobre a culpabilidade do presidente s�o provavelmente melhor capturadas pelos coment�rios inconstantes do l�der da minoria republicana na C�mara, Kevin McCarthy.

Durante o debate sobre o impeachment na C�mara dos Representantes h� duas semanas, McCarthy disse que Trump "� respons�vel pelo ataque ao Capit�lio" e recomendou que ele seja formalmente censurado pela casa.

Na semana passada, ele disse n�o acreditar que Trump "provocou" o com�cio e ent�o, alguns dias depois, que "todos neste pa�s t�m alguma responsabilidade" por criar o ambiente pol�tico que levou � insurrei��o.

Enquanto isso, aqueles que se manifestaram contra o ex-presidente e n�o retrocederam em seus coment�rios est�o enfrentando crescentes pedidos de retalia��o pol�tica de seu pr�prio partido.

Liz Cheney, que criticou vigorosamente o presidente e foi uma das 10 republicanas que votaram pelo impeachment na C�mara, enfrenta uma tentativa de remov�-la de seu posto de lideran�a no partido.

Outros est�o sendo amea�ados de perderem seus cargos se concorrerem � reelei��o no pr�ximo ano.

Ap�s a vota��o de ter�a-feira, haver� um prazo de duas semanas para acusa��o e defesa se prepararem.

Dada a aparente disposi��o dos senadores republicanos, a �nica estrat�gia dos democratas pode ser fazer um voto de absolvi��o, mesmo que esse seja um fato consumado, o mais desconfort�vel poss�vel.

Eles far�o o poss�vel para lembrar aos 100 senadores o medo, a confus�o e a raiva que sentiram em 6 de janeiro, quando fugiram da C�mara diante de uma multid�o enfurecida.

Tamb�m v�o tentar colocar a responsabilidade pelo motim nas costas de um presidente que passou dois meses questionando o resultado da elei��o e optou por realizar uma manifesta��o de protesto a uma curta dist�ncia do Capit�lio no dia em que o Congresso se reuniu para certificar a elei��o.

E ent�o ter�o que torcer para que a hist�ria, e os eleitores americanos, estejam dispostos a atribuir culpas, mesmo que o Senado n�o esteja.

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