(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas BELGRADO

Mulheres dos Balc�s rompem com tabu da viol�ncia sexual


09/02/2021 16:01

"Um gatilho coletivo". Desde que uma atriz s�rvia disse publicamente que havia sido estuprada por seu ex-professor, milhares de mulheres da regi�o dos Balc�s t�m falado sobre viol�ncia sexual - um clamor maci�o que os ativistas esperam que se transforme em uma mudan�a duradoura.

Os pa�ses da regi�o, em sua maioria patriarcais, vivenciaram movimentos contra a viol�ncia contra as mulheres nos �ltimos anos. No entanto, a onda desencadeada h� cerca de dez dias sob o lema "Voc� n�o est� sozinha" ("Nisi Sama") � surpreendentemente importante.

A catarse ocorre principalmente na internet, como na p�gina do Facebook "N�o fui atr�s de voc�" ("Nisam Trazila") criada por atrizes b�snias.

"H� anos tento criar coragem para conseguir contar a algu�m, para acalmar minha alma, para ressuscitar a garota assassinada dentro de mim", relata uma jovem a respeito da agress�o sexual que sofreu aos 14 anos.

As mulheres foram inspiradas por Milena Radulovic, de 25 anos, uma atriz conhecida na regi�o, que quebrou o sil�ncio ao jornal Blic no �ltimo 17 de janeiro.

A atriz acusa Miroslav Aleksic, de 68 anos, um famoso professor de teatro de Belgrado, de t�-la estuprado quando ela era menor de idade e de ter abusado de outras alunas de sua renomada escola.

O professor, em pris�o preventiva h� um m�s, nega todas as acusa��es.

"Temos que parar com isso", defende a atriz, referindo-se a sua "enorme responsabilidade com as crian�as, com a sociedade e tamb�m comigo mesma".

"Se ficarmos em sil�ncio, permitimos o mal", acrescenta.

Os relatos de abusos se estendem a todas as esferas da sociedade. De acordo com um estudo da OSCE de 2019, a taxa de mulheres que denunciam ass�dio sexual na S�rvia � cerca de 10 pontos menor do que a m�dia da Uni�o Europeia.

Segundo os autores, isso � provavelmente uma consequ�ncia dos "tabus" que impedem as mulheres de denunciar e da "falta de consci�ncia do que se trata o ass�dio sexual".

- Satura��o -

Na S�rvia, a vit�ria judicial da ex-secret�ria Marija Lukic contra seu empregador, o prefeito de uma pequena cidade, condenado em 2020 a tr�s meses de pris�o por ass�dio sexual e agress�o, � considerada a primeira manifesta��o de um #MeToo s�rvio.

Mas a satura��o referente a esse tipo de situa��o existe h� muito tempo.

"H� muita energia, frustra��o e medo entre a popula��o feminina", conta � AFP Marinella Matejcic, uma ativista croata da associa��o PaRiter.

Seu movimento "Mulheres no Espa�o P�blico", lan�ado no ver�o de 2020, registrou milhares de relatos de ass�dio nas ruas.

Em Belgrado, o telefone do Centro Aut�nomo da Mulher (AZC), que acompanha v�timas de viol�ncia desde 1993, n�o para de tocar.

"Normalmente, recebemos chamadas principalmente sobre viol�ncia f�sica ou psicol�gica. � raro que as mulheres nos falem sobre viol�ncia sexual imediatamente", ressalta Sanja Pavlovic, uma das funcion�rias do centro, � AFP.

As palavras de Radulovic soaram como um "gatilho coletivo", acrescenta.

No Twitter, uma den�ncia coletiva foi organizada perante as autoridades universit�rias contra um professor da Faculdade de Filologia de Belgrado.

E o reitor da faculdade de teatro de Zagreb afirma ter recebido cerca de vinte queixas de ass�dio sexual e agress�o em poucos dias.

As ONGs esperam que o fen�meno em andamento se transforme em mudan�as duradouras.

"Al�m das mensagens de apoio e apelos � den�ncia, gostaria que nossos pol�ticos tivessem a iniciativa de mudar a lei" para facilitar o tr�mite judicial dos casos de estupro, explica Sanja Pavlovic.

Goran Milanovic, um psic�logo, lan�ou uma peti��o com outros profissionais para exigir que "a educa��o sobre o reconhecimento e a prote��o contra a viol�ncia sexual" fosse inclu�da nos curr�culos escolares.

Esta iniciativa, denominada "N�o � N�o", recolheu quase 10.000 assinaturas.

FACEBOOK


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)