Na semana passada, a Microsoft se ofereceu para ocupar o espa�o do rival Google se a companhia seguir em frente com a amea�a de desligar seu mecanismo de busca na Austr�lia devido ao plano.
O presidente da Microsoft, Brad Smith, disse em um comunicado que a empresa apoia totalmente a legisla��o proposta na Austr�lia que for�aria o Google e o Facebook a remunerar a m�dia por seu trabalho jornal�stico.
"Isso criou uma divis�o incomum dentro do setor de tecnologia, e ouvimos pessoas perguntando se a Microsoft apoiaria uma proposta semelhante nos Estados Unidos, Canad�, Uni�o Europeia e outros pa�ses", escreveu Smith em um blog. "A resposta curta � sim."
O Facebook e o Google amea�aram bloquear servi�os cruciais na Austr�lia se o projeto, agora em tramita��o no parlamento, se tornar lei.
A situa��o levanta a quest�o de se o presidente dos EUA, Joe Biden, vai recuar da obje��o de seu antecessor � proposta da Austr�lia.
"A quest�o fundamental � por quais valores queremos que o setor de tecnologia e o jornalismo independente sejam guiados", disse Smith.
Ele argumentou que as plataformas de internet que antes n�o compensavam as ag�ncias de not�cias deveriam agora se esfor�ar para ressuscitar o jornalismo independente que est� no "cerne de nossas liberdades democr�ticas".
"Os Estados Unidos n�o deveriam se opor a uma criativa proposta australiana que fortalece a democracia ao exigir que as empresas de tecnologia apoiem uma imprensa livre", afirmou Smith. "Em vez disso, deve copi�-la."
- Oportunidade para o Bing? -
A lei proposta na Austr�lia regeria as rela��es entre os meios de comunica��o tradicionais, que passam por dificuldades financeiras, e os gigantes que dominam a internet e capturam uma parcela significativa das receitas da publicidade.
O motor de busca da Microsoft, o Bing, corresponde a menos de 5% do mercado na Austr�lia e de 15 a 20% do mercado nos Estados Unidos, segundo a empresa com sede em Washington.
"Com uma perspectiva realista de ganhar uma parcela dos usu�rios, estamos confiantes de que podemos construir o servi�o que os australianos desejam e precisam", declarou Smith.
"E, ao contr�rio do Google, se pudermos crescer, estaremos preparados para cumprir as obriga��es da nova lei, incluindo compartilhando receitas com as organiza��es de not�cias."
De acordo com o C�digo de Negocia��o da M�dia proposto, o Google e o Facebook seriam obrigados a negociar pagamentos com cada empresa de comunica��o pelo uso de seu conte�do nas plataformas.
As maiores companhias de m�dia da Austr�lia, a News Corp e a Nine Entertainment, de Rupert Murdoch, estimam que os pagamentos chegariam a centenas de milh�es de d�lares por ano.
Se n�o for poss�vel chegar a um acordo sobre o tamanho dos pagamentos, a quest�o ir� para a chamada media��o de "oferta final", em que cada lado prop�e um valor e o �rbitro escolhe um ou outro.
O Google e o Facebook, apoiados pelo governo dos EUA e pelos principais arquitetos da internet, disseram que o esquema prejudicaria seriamente seus modelos de neg�cios e o pr�prio funcionamento da internet.
Tanto o Facebook quanto o Google insistiram que est�o dispostos a pagar aos editores por not�cias por meio de acordos de licenciamento e negocia��es comerciais, e ambos assinaram acordos de milh�es de d�lares com organiza��es de not�cias em todo o mundo.
O Google afirmou que o c�digo de barganha deve se concentrar em facilitar esse tipo de negocia��o, mas rejeitou a ideia de uma media��o obrigat�ria de "oferta final".
SAN FRANCISCO