Grande parte dessa comunidade mu�ulmana ap�trida, perseguida por um longo tempo, passou anos em campos de deslocados, sem liberdade de movimento ou acesso a cuidados, vivendo em condi��es descritas como "apartheid" pelos defensores dos direitos humanos.
Eles continuam profundamente marcados pela repress�o militar de 2017, quando suas aldeias foram arrasadas e cerca de 750.000 rohingyas tiveram que fugir da viol�ncia para se refugiar no vizinho Bangladesh.
"Com um governo democr�tico, t�nhamos a pequena esperan�a de poder voltar para nossas casas", disse um Rohingya que pede anonimato, em um campo perto de Sittwe, capital do estado de Rakhine. "Mas agora � certo que n�o poderemos voltar", acrescenta.
Mianmar foi denunciada perante o Tribunal Internacional de Justi�a (TPI), acusada de genoc�dio na repress�o no estado de Rakhine, onde a maioria dos Rohingya vivia.
O chefe do ex�rcito, Min Aung Hlaing, que lidera a junta desde o golpe, afirmou que a repress�o foi necess�ria para encerrar a insurrei��o em Rakhine.
"H� um risco real de que (esse regime) leve a uma nova viol�ncia em Rakhine", disse Tun Khin, presidente da ONG brit�nica Burma Rohingya Organization.
Ap�s o golpe de 1� de fevereiro, a junta prometeu respeitar os planos de repatria��o de refugiados em Bangladesh, que n�o s�o implementados h� anos.
Mas "ningu�m acredita em uma palavra do que eles dizem", diz Tun Khin.
Aung San Suu Kyi, derrubada pelo golpe militar e que era a chefe de governo de fato durante a repress�o de 2017, defendeu o ex�rcito de acusa��es de genoc�dio perante o TPI em 2019.
Em Bangladesh, refugiados enviaram mensagens de apoio aos manifestantes que diariamente desafiam a junta, pedindo o retorno de Aung San Suu Kyi.
Rakhine, onde vive a minoria rohingya e uma grande maioria budista, tem sido palco de v�rios conflitos durante anos.
Na regi�o, alguns compartilham do medo do retorno do regime militar, mesmo que a d�cada democr�tica sob a lideran�a de Aung San Suu Kyi n�o tenha melhorado as condi��es.
Tun Maung ainda se lembra de como se escondeu nos po�os para escapar dos disparos do �ltimo regime militar.
"J� vivi sob a ditadura militar e sob o governo civil... vejo a diferen�a", diz o homem, que pediu para ser identificado com um pseud�nimo.
"N�o podemos aceitar viver novamente sob um regime militar", insiste.
YANGON