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Estado de Minas GENEBRA

OMC nomeia pela primeira vez uma mulher como diretora, a nigeriana Okonjo-Iweala


15/02/2021 18:55 - atualizado 15/02/2021 19:01

A nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala se tornou, nesta segunda-feira (15), a primeira mulher e a primeira africana a chefiar a Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC), uma institui��o quase paralisada.

Aos 66 anos, essa nigeriana entra para o restrito c�rculo de mulheres em altos cargos instituicionais no mundo. � "um momento hist�rico", resumiu a OMC, ap�s sua nomea��o.

"� motivador e intimidador porque assumo as r�deas da OMC em um momento de grandes incertezas e desafios", declarou Okonjo-Iweala, que assumir� em mar�o por um mandato de quatro anos, renov�vel.

"Os membros da OMC acabam de decidir nomear a doutora Ngozi Okonjo-Iwela como pr�xima diretora-geral da OMC. A decis�o foi tomada por consenso em uma reuni�o especial do Conselho Geral da organiza��o hoje", anunciou a OMC nesta segunda-feira, cerca de quinze minutos depois da abertura do encontro.

"A doutora Okonjo-Iweala se tornar� a primeira mulher e a primeira africana � frente da OMC. Assumir� suas fun��es em 1o de mar�o e seu mandato, renov�vel, expirar� em 31 de agosto de 2025", acrescentou a organiza��o, de 164 membros e com sede em Genebra.

"Uma OMC forte � essencial se quisermos nos recuperar plena e rapidamente da devasta��o causada pela pandemia de covid-19", declarou Okonjo-Iweala de 66 anos, ap�s sua nomea��o.

"Nossa organiza��o enfrentar� in�meros desafios, mas trabalhando juntos, coletivamente, podemos tornar a OMC mais forte, mais �gil e melhor adaptada �s realidades atuais", acrescentou.

Entre sua longa lista de tarefas, ela garantiu que suas tr�s principais prioridades nos pr�ximos 100 dias ser�o: a resposta � pandemia, subs�dios � pesca e o �rg�o de solu��o de controv�rsias (o tribunal da OMC) que foi atingido pelo governo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

- "Vontade firme e determina��o" -

Sua nomea��o foi rapidamente elogiada por outras mulheres, tamb�m � frente de poderosas institui��es.

A presidente da Comiss�o Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que foi "um momento hist�rico para todo o mundo", e prometeu todo o apoio � nova diretora da institui��o.

"Parab�ns � minha amiga Ngozi Okonjo-Iweala, que se tornou a primeira mulher diretora-geral da OMC", escreveu Christine Lagarde no Twitter, primeira presidente do Banco Central Europeu e ex-chefe do FMI, elogiando "sua forte vontade e determina��o (que) a levar� a promover incansavelmente o livre com�rcio em benef�cio das popula��es mundiais".

Okonjo-Iweala, chamada por alguns de Dra. Ngozi, era a �nica candidata ainda na disputa gra�as a um amplo consenso e apoio da Uni�o Africana e da Uni�o Europeia, assim como dos Estados Unidos.

No final de outubro, o governo do ex-presidente americano Donald Trump, que em quatro anos fez todo o poss�vel para enfraquecer a organiza��o, bloqueou o consenso que se delineava em torno da nigeriana.

"N�o foi escolhida por ser uma mulher ou porque � da �frica, mas porque (...) se destacava como a candidata com as melhores qualifica��es, experi�ncia e qualidades para essa �rdua tarefa", afirmou � AFP um diplomata europeu.

Duas vezes ministra das Finan�as e chefe da pasta de Rela��es Exteriores da Nig�ria por dois meses, Okonjo-Iweala come�ou sua carreira no Banco Mundial em 1982, onde trabalhou por 25 anos. Em 2012, n�o conseguiu se tornar presidente desta institui��o financeira e o cargo coube ao americano-coreano Jim Yong Kim.

Agora, ficar� � frente de uma institui��o que, desde sua cria��o em 1995, foi dirigida por seis homens: tr�s europeus, um neozeland�s, um tailand�s e um brasileiro.

"Os Estados Unidos est�o ansiosos para trabalhar com o dra. Okonjo-Iweala para garantir que esta institui��o atinja todo o seu potencial como entidade que promove o crescimento econ�mico justo no com�rcio", declarou o diplomata americano David Bisbee na reuni�o desta segunda-feira, em Genebra.

Na Nig�ria, o presidente Muhammadu Buhari comentou que Okonjo-Iweala est� embarcando em uma "�rdua tarefa a servi�o da humanidade", mas informou estar convencido de que "sua integridade e paix�o pelo desenvolvimento continuar�o a produzir resultados positivos".

- Crise existencial -

Sua carreira acad�mica e profissional � impressionante, mas a nova diretora da OMC tamb�m tem detratores que a criticam por n�o ter feito mais para erradicar a corrup��o quando estava no comando das finan�as do pa�s mais populoso da �frica.

"Mais do que tudo", dirigir a OMC exige "aud�cia, coragem", disse ela �queles que a consideram carente de conhecimentos t�cnicos em um ambiente regido por regras bizantinas.

A coragem ser�, de fato, essencial para tirar a OMC, a �nica organiza��o internacional respons�vel pelas regras que regem o com�rcio entre pa�ses, de sua crise quase existencial.

A pandemia exp�s todas as fraturas causadas pela liberaliza��o do com�rcio mundial, desde a depend�ncia excessiva de cadeias produtivas dispersas, at� os excessos da realoca��o industrial ou a fragilidade do tr�fego comercial.


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